A Copa da Suécia marcou a estreia de Pelé em Mundiais. Mesmo tão jovem, então com 17 anos, o garoto de Três Corações mostrou ao mundo sua genialidade. Pelé, assim como Garrincha, começou o torneio no banco - os dois maiores jogadores do futebol brasileiro nunca perderam uma partida atuando juntos. A dupla entrou no time no terceiro jogo e não saiu mais. Ao lado de Didi, foram os destaques da primeira conquista brasileira.
O selecionado canarinho, comandado pelo técnico paulista Vicente Feola, era composto por grandes jogadores em quase todas as posições: o goleiro Gilmar, os laterais Djalma Santos e Nilton Santos, o volante Zito e o atacante Vavá. Outro atleta inesquecível foi o zagueiro Bellini, capitão da Seleção e pioneiro no gesto de levantar a taça que os capitães de todas as seleções passaram a repetir.
A Copa da Suécia também ganhou importância simbólica. Foi em 1958 que o futebol brasileiro se livrou do “complexo de vira-lata”, expressão criada pelo escritor Nelson Rodrigues, um dos maiores cronistas esportivos do Brasil. Segundo a tese do dramaturgo pernambucano, o futebol brasileiro sofreu forte trauma com a perda do Mundial de 1950, choque este só superado em terras suecas.
Em 1958, o Brasil vivia um momento de forte entusiasmo com a gestão do presidente Juscelino Kubitschek (1955-1960). O político mineiro se elegeu com a plataforma do desenvolvimento econômico. A principal meta do governo era a construção de uma nova capital. Brasília foi inaugurada em 1960, transformando-se em uma das capitais mais modernas do mundo. Era também o Brasil da Bossa Nova e do Cinema Novo, expressões da cultura brasileira que ganharam o planeta.
Pelé, Garrincha, Didi e companhia não tomaram conhecimento dos adversários. O Brasil embalou e venceu a semifinal (França) e a final (Suécia) por expressivos 5 a 2. Ecoou pelas ruas do país a famosa canção “A Taça do Mundo é Nossa”, de autoria de Wagner Maugeri, Lauro Müller, Maugeri Sobrinho e Victor Dagô. “A taça do mundo é nossa/ Com brasileiro não há quem possa/ Eêta esquadrão de ouro/ É bom no samba, é bom no couro”.
POSIÇÕES
Campeão: Brasil
Vice: Suécia
3º lugar: França
4º lugar: Alemanha Ocidental
Artilheiro da edição: Just Fontaine (França), com 13 gols
TRAJETÓRIA DO CAMPEÃO
Fase de grupos
Brasil 3 x 0 Áustria
Brasil 0 x 0 Inglaterra
Brasil 2 x 0 União Soviética
Quartas de final
Brasil 1 x 0 País de Gales
Semifinal
Brasil 5 x 2 França
Final
Brasil 5 x 2 Suécia