Primeiro país da América do Norte a sediar uma Copa do Mundo, o México foi palco do tri da Seleção Brasileira e da despedida de Pelé de Mundiais, em 1970. Novamente, 16 seleções disputaram a competição: União Soviética, Bélgica, Itália, Suécia, Inglaterra, Romênia, Tchecoslováquia, Alemanha Ocidental e Bulgária, representantes da Europa; México, El Salvador, Uruguai, Brasil e Peru, participantes da Américas; além de Israel e Marrocos, da Ásia e África. O México foi escolhido como sede em votação no congresso da Fifa, durante as Olimpíadas de Tóquio, em 1964. O país voltou a receber um Mundial em 1984.
Após campanha pífia na Copa de 1966, o Brasil chegou ao México com participação perfeita nas Eliminatórias e uma equipe repleta de craques: Pelé, Jairzinho, Tostão, Rivelino, Gérson, Clodoaldo, Piazza e Carlos Alberto Torres, entre outros. Apesar da força em campo, fora das quatro linhas a situação era de tensão. Com o fracasso na edição anterior do Mundial, o técnico Vicente Feola foi substituído por Aymoré Moreira, que logo perdeu o cargo. Osvaldo Brandão assumiu o comando, mas acabou sendo trocado por Mário Jorge Lobo Zagallo, em 1968. Antes do torneio, Zagallo foi demitido, e o jornalista João Saldanha o substituiu. No entanto, a Confederação Brasileira de Desportos (CBD, atualmente CBF), presidida por João Havelange, devolveu o cargo a Zagallo posteriormente. A mudança teria sido uma imposição do governo militar vigente no Brasil à época.
A trajetória do Brasil rumo ao tricampeonato foi espetacular: seis vitórias com grandes apresentações, além de lances que entraram para a história do futebol – como o gol de Carlos Alberto Torres na final contra a Itália, o ‘quase gol’ de Pelé do meio-campo. Na estreia pelo Grupo 3, a Seleção goleou Tchecoslováquia, rival na decisão de 1962, por 4 a 1 – Rivelino, Pelé e Jairzinho, duas vezes, balançaram as redes. No desafio seguinte, Jairzinho marcou o único gol do triunfo sobre a Inglaterra. Esse jogo ficou imortalizado também pela belíssima defesa de Gordon Banks em cabeceio de Pelé. No encerramento da chave, vitória brasileira contra Romênia: Pelé, duas vezes, e novamente Jairzinho, que ganhou o apelido de ‘Furacão da Copa’, marcaram.
Nas quartas de final, o Brasil despachou o Peru, por 4 a 2, com gols de Rivellino, Tostão e dois de Jairzinho. Na semifinal, o adversário foi Uruguai, algoz na Copa de 1950. Clodoaldo, Jairzinho e Rivellino deram a vitória à Seleção sobre a Celeste, de virada, por 3 a 1. Pelé ainda protagonizou belo lance em que aplica um drible de corpo no goleiro uruguaio Mazurkiewicz, eleito o melhor do Mundial de 1970, mas a finalização saiu caprichosamente rente à trave. Na decisão, a Seleção Brasileira deu show contra a Itália, goleou por 4 a 1 - Pelé, Gérson, Jairzinho e Carlos Alberto Torres marcaram – e e levou o título no Estádio Azteca, na Cidade do México. O capitão Carlos Alberto Torres foi o responsável por levantar a Jules Rimet, que ficaria em posse definitiva do Brasil em honraria ao terceiro título – a taça original, porém, acabou furtada posteriormente.
POSIÇÕES
Campeão: Brasil
Vice: Itália
3º lugar: Alemanha Ocidental
4º lugar: Uruguai
Artilheiro da edição: Gerd Muller (Alemanha Ocidental) – dez gols
TRAJETÓRIA DO CAMPEÃO
Primeira fase
Brasil 4 x 1 Tchecoslováquia
Brasil 1 x 0 Inglaterra
Brasil 3 x 2 Romênia
Quartas
Brasil 4 x 2 Peru
Semifinal
Semifinal
Uruguai 1 x 3 Brasil
Final
Brasil 4 x 1 Itália