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CROÁCIA

Croata que se recusou a jogar a Copa pode ser considerado campeão sem entrar em campo

Kalinic é o primeiro jogador da história a ser cortado por indisciplina de uma seleção finalista da Copa. Poderá ver do sofá seus companheiros levantarem a taça

postado em 14/07/2018 08:00 / atualizado em 13/07/2018 22:08

BULENT KILIC/AFP - 11/6/16
 Cortado da delegação croata por ter se recusado a entrar em campo nos cinco minutos finais do jogo contra a Nigéria, ainda na estreia das equipes no Mundial, o atacante Nikola Kalinic pode viver uma situação, no mínimo, inusitada: receber a medalha de campeão ou vice das mãos da Fifa mesmo a milhares de quilômetros dos gramados russos.

Por ter sido inicialmente inscrito na lista de 23 atletas, Kalinic tem direito a uma medalha de prata ou de ouro por sua participação na Copa, mesmo sem ter entrado em campo. Entretanto, o diretor de comunicação da Croácia, Tomislav Pacak, afirmou que ainda não havia uma resposta definitiva sobre o tema do atacante que atua no Milan. Ele só deixou no ar uma possibilidade: “Vamos ver. Os jogadores irão decidir”, limitou-se a dizer.

A negativa de entrar em campo diante dos nigerianos teria sido apenas a gota d’água para o técnico Zlatko Dalic. Segundo ele, Kalinic já havia se negado a atuar também nos minutos finais do amistoso contra o Brasil, disputado pouco antes da abertura do Mundial. Na época, o jogador alegou sofrer dores nas costas. Dalic não abriu mão e manteve o grupo com apenas 22 atletas, já que não era possível fazer mais substituições na lista de inscritos.

Na história das Copas, já houve outros casos em que atletas cometeram atos de indisciplina e acabaram expulsos do Mundial (veja abaixo). Entretanto, em nenhum deles suas seleções chegaram tão longe, a ponte de decidir o título. Kalinic, que até hoje não se manifestou a respeito, deve estar se remoendo de remorso. Aos 30 anos, dificilmente terá uma chance como esta.

OUTROS CASOS 
Copa’1994 (Estados Unidos)
O alemão Stefan Effenberg foi cortado após fazer gesto obsceno para a própria torcida durante o jogo contra a Coreia do Sul, na terceira partida da seleção no Mundial.

Copa’1998 (França)
O colombiano Faustino Asprilla foi expulso da Seleção por não aceitar uma substituição no final da partida de estreia contra a Romênia. Chegou a pedir perdão em carta aberta.

Copa’2002 (Coreia/Japão)

O esloveno Zlatko Zahovic foi expulso da seleção após uma dura discussão com o treinador Sreko Katanec, logo após o jogo de estreia, contra a Espanha.

Copa’2010 (África do Sul)
O francês Nikolas Anelka foi expulso da seleção por ter insultado o técnico Raymond Domenech no intervalo do jogo contra o México, na segunda rodada da primeira fase.

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