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CLÁSSICO 500

Mangabeira: criador dos mascotes Galo e Raposa, chargista faz parte do clássico

Fernando Pierucetti, o Mangabeira, ilustrou mascotes nos anos 1930

Ivan Drummond
Fernando Pierucetti, falecido em 2004, criou não apenas os mascotes dos arquirrivais, mas diversos - Foto: Jair Amaral/EM/D.A Press/Reproducao - 24/09/2008
O que levaria um professor, jornalista, desenhista e pintor a fazer parte da história do maior clássico do futebol mineiro? Fernando Pierucetti, que era chargista do jornal Folha de Minas na década de 30, começou a criação das mascotes dos times mineiros, em que se destacaram o Galo e a Raposa. O primeiro, aliás, se confunde até mesmo com o nome do time.
Torcedor do América, Mangabeira contava que a inspiração para o símbolo do Atlético veio das cores preto e branco em comum e das famosas rinhas que tinha o animal na capital mineira. A referência veio de um galo carijó que era imbatível nas lutas, o que resultou no complemento gritado e cantado pelo torcedor atleticano, forte e vingador. Um dia, no antigo Estádio Antônio Carlos, chorou ao ouvir a massa gritando “Galôôô, Galôôô”. Nessa época, o então capitão do time, Zé do Monte, entrava em campo erguendo o bicho.

Já a Raposa nasceu, segundo o próprio Mangabeira, “pela astúcia do time, que tinha um presidente, Mário Grosso, conhecido pela agilidade em fechar grandes negociações”. O exemplo utilizado por Mangabeira foi a contratação de um grande jogador do interior. “Enquanto o Atlético ficava no contrata, não contrata, ele saiu na frente, foi à cidade do interior e contratou o jogador.” Assim, a mascote, a raposa, era inteligente e esperta, como Grosso, para não ser passado para trás nos negócios. E ao longo da história, essa habilidade da diretoria se confirmou em várias contratações.