BRASIL X ALEMANHA

Tão perto e ao mesmo tempo tão longe: quem foi ao Mineirão e não pôde ver o jogo histórico

Funcionários e voluntários ficaram a poucos metros do palco de Brasil e Alemanha, mas viram nem sequer um lance da partida que entra para a história do futebol

Rodrigo Fonseca/Superesportes


O Mineirão teve, nesta terça-feira, o metro quadrado mais disputado do Brasil. Um espaço para 60 mil privilegiados de 200 milhões de brasileiros. No câmbio negro, um ingresso para a semifinal entre Brasil e Alemanha ultrapassou os R$ 5 mil. Mas há aqueles que entraram de graça no estádio, ficaram a poucos metros do gramado e nem por isso tiveram o prazer de ver a partida. Ou a sorte de não ver a Seleção de Scolari dar vexame.

Tão perto e ao mesmo tempo tão longe. Essa foi a sensação do auxiliar de serviços gerais Renato de Jesus Faria. Responsável pela limpeza do anel externo, ele estava a um lance de escadas do palco do espetáculo. “A adrenalina vai lá em cima. Imagina você ouvir a torcida vibrar ao seu lado e não poder ver o que aconteceu, se foi gol, bola na trave”, diz.

Rodrigo Fonseca/Superesportes


A saída é acompanhar o jogo pelo radinho. “Vou ouvindo pelo rádio e torcendo pelo Brasil. Mas nem arrisco a chegar perto da arquibancada. Não é permitido”, ressalta.

O rádio também foi o recurso encontrado por Josiane Miranda e Elidiane Oliveira, que controlavam o acesso da imprensa ao Mineirão. “Por ser o último jogo aqui no Mineirão, bem que poderiam deixar a gente assistir a pelo menos um pouco do fim do jogo”, lamentou Josiane.

“Trabalhamos em cinco dos seis jogos em Belo Horizonte e não vimos nem um minuto sequer dos jogos. A gente só fica sabendo se aconteceu gol pelos gritos que ouvimos. Ainda assim, se não ouvirmos pelo rádio, não saberemos quem marcou”, acrescenta Elidiane.

Entretanto, nem todos aqueles que trabalham na Copa do Mundo lamentam por não poder assistir aos jogos. “Não gosto tanto de futebol, meu interesse é mais por acompanhar a movimentação das pessoas, ver a chegada de torcedores de outras nacionalidades e esse encontro de culturas”, observa o estudante Mateus Teixeira, voluntário do programa “Brasil voluntário”, do governo federal. Com a função de orientar a chegada de torcedores ao estádio, ele nem sequer teve acesso ao Mineirão.