Em comemoração ao aniversário do Mineirão, o Superesportes e o EM lançaram duas enquetes para conhecer os melhores times de Atlético e Cruzeiro dos últimos 50 anos. A votação foi aberta na sexta-feira, dia 4, e foi fechada nessa quinta-feira. Ao todo, foram mais de 20 mil participantes. A Raposa preferida dos internautas, com 3,3 mil votos, foi a que conquistou a Taça Brasil de 1966.
O torcedor pôde escolher entre dez selecionados celestes: além do time de 1966, o campeão da Tríplice Coroa, o campeão da Libertadores de 1976, o bicampeão brasileiro 2013/14, o campeão da Copa do Brasil de 1996, o campeão da Libertadores de 1997, o bicampeão da Superescopa 1992, o campeão da Copa do Brasil de 2000, o campeão da Supercopa 1991 e campeão da Copa do Brasil de 1993.
Time campeão da Libertadores de 2013 é eleito o melhor Atlético dos 50 anos do Mineirão
A geração de ouro do Mineirão
“Comparo aquele Cruzeiro ao Santos de Pelé, ao Real Madrid de Di Stéfano. Eram equipes que gostavam da bola, que jogavam de forma ofensiva, com jogadores fantásticos”. A explicação que define a equipe celeste que assombrou o Brasil na década de 1960 é do ex-zagueiro Procópio, um dos líderes daquela geração. Integrante de outras grandes formações, como a “Academia” do Palmeiras que representou a Seleção Brasileira na inauguração do Mineirão, Procópio concorda com o resultado da votação e exalta os campeões celestes. “Tinha dois jogadores fantásticos: o Tostão, que era um gênio e participou naquele mesmo ano da Copa do Mundo, e Dirceu Lopes, um jogador dinâmico, tático. Era um time que dava show, que com a bola jogava e sem ela, marcava. Quem viu aquele Cruzeiro lamenta o nível do futebol brasileiro atual”, avalia.
Aquela geração de ouro celeste chamou atenção do Brasil por vencer, de forma avassaladora, o Santos na decisão da Taça Brasil. O time praiano exercia uma soberania nacional de cinco anos. Liderado por Pelé, conquistou os brasileiros de 1961, 1962, 1963, 1964 e 1965, além de ter ganhado o Mundial em 1962 e 1963. Toda a campanha passou pelo Gigante da Pampulha. Naquele campeonato, o Cruzeiro superou Americano, Grêmio e Fluminense, além do Santos. Na grande decisão, goleada por 6 a 2, no Mineirão, e outro triunfo em São Paulo, no Pacaembu (3 a 2). O futebol mineiro, pela primeira vez, mostrava sua força nacionalmente.
“A conquista foi o pontapé inicial e teve a história enriquecida pela decisão com o grande Santos, o melhor time do mundo. Tínhamos uma equipe muito jovem. Admito que ficamos muito surpresos com a nossa capacidade, não tínhamos consciência da nossa força. Depois disso, a história do Cruzeiro foi sendo escrita com futebol bem jogado, de conquistas. Aquele título foi uma semente plantada que gerou frutos”, explica o capitão do Piazza, que ergueu a taça em 7 de dezembro de 1976, no Pacaembu.
Outro representante daquele time, Evaldo demonstra gratidão com o reconhecimento. "Só temos que agradecer o carinho do torcedor do Cruzeiro. Você vai ao interior e as pessoas querem tirar fotos, perguntam as histórias daquela conquista, como era enfrentar o Pelé. A meninada de hoje ouve histórias dos avôs, dos pais e mantêm viva a nossa história", frisa.
Caminho da taça para a Raposa
1ª fase
Cruzeiro 4 x 0 Americano (Estádio Godofredo Cruz - Campos)
Gols: Tostão, Natal, Zé Carlos e Evaldo
Cruzeiro 6 x 1 Americano (Mineirão)
Gols: Evaldo (2), Marco Antônio (2), Zé Carlos e Zé Alcindo (contra)
Quartas de final
Cruzeiro 0 x 0 Grêmio (Olímpico)
Cruzeiro 2 x 1 Grêmio (Mineirão)
Gols: Marco Antônio e Tostão
Semifinais
Cruzeiro 1 x 0 Fluminense (Mineirão)
Gol: Evaldo
Cruzeiro 3 x 1 Fluminense (Maracanã)
Gols: Evaldo (2) e Dalmar
Finais
Cruzeiro 6 x 2 Santos (Mineirão)
Gols: Dirceu Lopes (3), Zé Carlos (contra), Natal e Tostão
Cruzeiro 3 x 2 Santos (Pacaembu)
Gols: Tostão, Dirceu Lopes e Natal