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Pelo recorde: 20 chances de medalha para o Brasil na Olimpíada de Tóquio

A oito dias da Cerimônia de Abertura dos Jogos, veja algumas das possibilidades de pódio para a delegação brasileira, que busca superar desempenho de 2016

15/07/2021 04:00
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Canoísta Isaquias Queiroz ganhou três medalhas na Rio 2016 e é favorito a pódios em Tóquio
foto: Rodrigo Clemente/EM/D.A Press

Canoísta Isaquias Queiroz ganhou três medalhas na Rio 2016 e é favorito a pódios em Tóquio

O Brasil chega aos Jogos Olímpicos de Tóquio com um objetivo claro: superar o recorde de pódios registrado na Rio 2016, quando conquistou 19 medalhas (sete de ouro, seis de prata e seis de bronze). A cinco dias do início das competições e a oito da Cerimônia de Abertura, o Superesportes e o Estado de Minas listam 20 atletas e equipes que podem ajudar o país a alcançar a meta.

A seleção leva em conta o histórico, os resultados ao longo do período preparatório para a Olimpíada, o momento vivido às vésperas da competição e o grau de favoritismo em relação aos adversários. É uma relação com apenas 20 dos mais de 50 atletas e times brasileiros com boas chances de medalha. Como em toda edição dos Jogos e de qualquer competição de alta performance, resultados surpreendentes devem ocorrer e alguns dos principais candidatos podem decepcionar.

Porém, a expectativa é que o Time Brasil obtenha um resultado no patamar daquele que conseguiu há cinco anos, quando ficou na 13ª posição no quadro geral de medalhas. "Nós chegamos a um nível em que temos chances em mais de dez modalidades. Antigamente, chegávamos com chances em cinco, sete modalidades", pontua o vice-presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e chefe de missão em Tóquio, Marco Antônio La Porta.

Incluídos no cronograma de competições nesta edição dos Jogos, esportes como skate e surfe tendem a impulsionar o desempenho do Brasil, que conta com vários candidatos ao pódio. O país segue protagonista em modalidades que historicamente rendem medalhas, a exemplo do vôlei, vôlei de praia, vela, judô, natação e futebol.

A delegação brasileira


Em busca do recorde de pódios, a delegação em Tóquio será a maior do Brasil em todas as edições de Jogos Olímpicos fora de casa. Nessa terça-feira, o COB anunciou a lista final com 301 atletas. A melhor marca anterior havia sido registrada em 2008, quando 277 brasileiros competiram em Pequim. No Rio, em 2016, foram 465 - número impulsionado pelo fato de o país ser sede do evento.

  • 301 atletas em 35 modalidades (de 50 em disputa)
  • 161 homens (53,5%)
  • 140 mulheres (46,5%)
  • 31 medalhistas olímpicos
  • 18 campeões olímpicos
  • 18 atletas substitutos
  • 174 estreantes em Jogos Olímpicos

Premiação recorde


  • Modalidades individuais: R$ 250 mil (ouro), R$ 150 mil (prata) e R$ 100 mil (bronze)
  • Modalidades com equipes de até seis atletas: R$ 500 mil (ouro), R$ 300 mil (prata) e R$ 200 mil (bronze)
  • Modalidades coletivas: R$ 750 mil (ouro), R$ 450 mil (prata) e R$ 300 mil (bronze)

Em busca da glória

ÁGATHA E DUDA
38 anos e 22 anos
Vôlei de praia

Ágatha e Duda representarão Brasil no vôlei de praia
foto: William Lucas/Inovafoto/CBV

Ágatha e Duda representarão Brasil no vôlei de praia


Venceram, no último domingo, a etapa de Gstaad do Circuito Mundial, na Suíça, última antes dos Jogos. Derrotaram na final as também brasileiras Ana Patrícia e Rebecca. Aliam a juventude de Duda (uma das melhores do mundo) e a experiência de Ágatha, prata no Rio de Janeiro ao lado de Bárbara Seixas. 


ALISON SANTOS
21 anos
Atletismo

Alison Santos, do atletismo, vive grande momento
foto: Clement Mahoudeau/AFP

Alison Santos, do atletismo, vive grande momento


É o terceiro do ranking mundial e desponta como candidato a pódio nos 400m com barreiras. Vive grande momento: quebrou o recorde sul-americano cinco vezes em 2021, a última delas no início do mês, com 47s34.

ANA MARCELA CUNHA
29 anos
Maratona Aquática

Ana Marcela Cunha busca primeira medalha olímpica
foto: Divulgação/COB

Ana Marcela Cunha busca primeira medalha olímpica



Multimedalhista em Mundiais e seis vezes eleita a melhor nadadora em águas abertas do mundo, a baiana de Salvador é apontada como um fenômeno da modalidade. Vai a Tóquio após fazer um ciclo com ótimos resultados e ganhar o inédito ouro no Pan de 2019. Chega à terceira Olimpíada como forte candidata ao lugar mais alto do pódio.

ARTHUR NORY
27 anos
Ginástica Artística

Surpresa na Rio 2016, Arthur Nory busca medalha em Tóquio
foto: Luis Acosta/AFP

Surpresa na Rio 2016, Arthur Nory busca medalha em Tóquio


Bronze no solo nos Jogos do Rio e campeão mundial da barra fixa em 2019, o paulista desponta como um dos principais nomes da ginástica brasileira. No fim de junho, foi prata na Copa do Mundo. Marcado por episódio de racismo contra um colega de equipe há cinco anos, falou sobre o tema novamente em declaração recente: "As pessoas podem aprender com seus erros".

ARTHUR ZANETTI
31 anos
Ginástica Artística

Arthur Zanetti busca terceira medalha em Jogos Olímpicos
foto: Luis Robayo/AFP

Arthur Zanetti busca terceira medalha em Jogos Olímpicos


É forte candidato a conquistar sua terceira medalha olímpica nas argolas (ganhou o ouro em Londres e a prata no Rio). Foi o segundo colocado na Copa do Mundo realizada em junho, em Doha, no Catar. Enfrenta forte concorrência em Tóquio, mas tem uma apresentação consistente e pode brilhar mais uma vez.

BEATRIZ FERREIRA
28 anos
Boxe

Bia Ferreira tem resultados históricos no boxe
foto: Cris Bouroncle/AFP

Bia Ferreira tem resultados históricos no boxe



Bia foi campeã do Pan e do mundo em 2019 na categoria até 60kg. Neste ano, voltou ao lugar mais alto do pódio em competições disputadas na Alemanha e na Bulgária. É uma das principais candidatas ao ouro.

BRUNO FRATUS
32 anos
Natação

Bruno Fratus vai representar o Brasil nos 50m da natação
foto: Pedro Pardo/AFP

Bruno Fratus vai representar o Brasil nos 50m da natação



Desponta como forte candidato nos 50m livre. Cravou o melhor tempo no Torneio Sette Colli, em Roma, na Itália, no fim de junho. Tem no currículo sete medalhas pan-americanas e quatro de Mundiais. Agora, mira a primeira olímpica, após ficar a 0s3 do bronze no Rio de Janeiro.

FERNANDO REIS
31 anos
Levantamento de Peso

Fernando Reis durante os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016
foto: Goh Chai Hin/AFP

Fernando Reis durante os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016



Tricampeão dos Jogos Pan-Americanos, tetra do Campeonato Pan-Americano e bronze no Mundial de 2018, o paulistano é um dos candidatos ao pódio no levantamento de peso em Tóquio. O favorito, com sobras, é o georgiano Lasha Talakhadze.

FUTEBOL MASCULINO

Treino da Seleção Brasileira de Futebol Masculino para os Jogos Olímpicos
foto: Aleksandar Djorovic/CBF

Treino da Seleção Brasileira de Futebol Masculino para os Jogos Olímpicos



Mesmo com várias ausências em função da não liberação de atletas por parte de alguns clubes, a Seleção Brasileira Masculina de Futebol chega a Tóquio com um time muito forte. A equipe é capitaneada pelo lateral-direito Daniel Alves e conta com o lateral-esquerdo Guilherme Arana, do Atlético, e o atacante Richarlison, ex-América.

GABRIEL MEDINA
27 anos
Surfe

Gabriel Medina é favorito ao pódio na estreia do surfe em Jogos Olímpicos
foto: Matt King/AFP

Gabriel Medina é favorito ao pódio na estreia do surfe em Jogos Olímpicos



Campeão mundial em 2018, vice em 2019 e atual líder do ranking, tem criticado o COB por não ter conseguido uma credencial olímpica para a esposa Yasmin Brunet. Apesar do imbróglio, talvez seja o brasileiro com maiores chances de ouro em Tóquio. No feminino, Tatiana Weston-Webb é outra séria candidata ao pódio.

ISAQUIAS QUEIROZ
27 anos
Canoagem

Isaquias Queiroz pode fazer história novamente em Tóquio
foto: Divulgação/COB

Isaquias Queiroz pode fazer história novamente em Tóquio



Maior medalhista brasileiro na Rio 2016 (duas pratas e um bronze), ele foi campeão mundial do C1 1.000m em 2019 e vai a Tóquio como favorito. Também deve brigar por pódio no C2 1.000m, prova em que vai fazer dupla com Jacky Godmann, já que Erlon Souza, parceiro nos Jogos de cinco anos atrás, está lesionado.

ÍTALO FERREIRA
27 anos
Surfe

Ítalo Ferreira é mais uma esperança de medalha do Brasil no surfe
foto: Mauro Pimentel/AFP

Ítalo Ferreira é mais uma esperança de medalha do Brasil no surfe



O potiguar é atual campeão mundial, venceu o ISA Games (no Japão) e vai bem na temporada atual do surfe (está na segunda colocação). É mais um brasileiro que pode brilhar na modalidade em Tóquio.

MARCELO MELO E BRUNO SOARES
37 anos e 39 anos
Tênis

Mineiros, Marcelo Melo e Bruno Soares brigam por medalha nas duplas do tênis
foto: Evaristo Sá/AFP

Mineiros, Marcelo Melo e Bruno Soares brigam por medalha nas duplas do tênis



Nascidos em Belo Horizonte, Marcelo Melo (18º no ranking da ATP) e Bruno Soares (13º) vão em busca da tão sonhada - e inédita - medalha olímpica para o tênis brasileiro. Nas duas últimas edições dos Jogos, pararam nas quartas de final. Em Tóquio, a dupla terá fortíssimos concorrentes, mas chega com boas possibilidades de retomar o desempenho de 2020 e coroar a vitoriosa parceria.

MARTINE GRAEL E KAHENA KUNZE
30 anos e 30 anos
Vela

Martine Grael e Kahena Kunze miram mais um pódio olímpico
foto: Wander Roberto/COB

Martine Grael e Kahena Kunze miram mais um pódio olímpico



Campeã no Rio em 2016, a dupla tem boas chances de manter a tradição da vela, esporte em que o Brasil tem mais medalhas de ouro na história (sete). Em 2019, elas venceram o evento-teste em Enoshima, local que abrigará as competições em Tóquio. Vão disputar a classe 49erFX.

MAYRA AGUIAR
29 anos
Judô

Mayra Aguiar está entre os principais nomes do Brasil no judô
foto: Luis Acosta/AFP

Mayra Aguiar está entre os principais nomes do Brasil no judô



Bicampeã mundial e dona de duas medalhas olímpicas (bronzes em 2012 e 2016), a judoca vai competir na categoria até 78kg. Em 2020, Mayra precisou passar por uma cirurgia no ligamento do joelho esquerdo e ficou parada por seis meses. Precisa retomar o ritmo, mas, mesmo com esse problema, aparece como candidata ao pódio.

MILENA TITONELI
22 anos
Taekwondo

Maior esperança do taekwondo brasileiro no Japão é Milena Titoneli
foto: Ernesto Benavides/AFP

Maior esperança do taekwondo brasileiro no Japão é Milena Titoneli



O Brasil que viu Natália Falavigna em 2008 e o mineiro Maicon Andrade em 2016 pode ver a terceira medalha do país no taekwondo ser conquistada por Milena Titoneli. A atleta conseguiu resultados expressivos ao longo do ciclo olímpico, como o bronze no Mundial e o ouro nos Jogos Pan-Americanos, ambos em 2019. 

PÂMELA ROSA
21 anos
Skate

Skate brasileiro tem Pâmela Rosa como uma das principais representantes
foto: Mauro Pimentel/AFP

Skate brasileiro tem Pâmela Rosa como uma das principais representantes



Campeã mundial em 2019 e quarta colocada na edição realizada em junho, em Roma, a skatista é uma das favoritas ao ouro olímpico. É a primeira colocada do ranking e pode integrar o que seria um histórico pódio ao lado de outras brasileiras.

PEDRO BARROS
26 anos
Skate

No skate masculino, Pedro Barros é um dos favoritos
foto: Carl de Souza/AFP

No skate masculino, Pedro Barros é um dos favoritos



Tem como influências grandes nomes da história da modalidade - como Sandro Dias e Bob Burnquist -, foi campeão mundial em 2018 e é apontado como um dos favoritos. No masculino, o Brasil tem bons nomes para Tóquio. E o principal deles é Pedro Barros. Kelvin Hoefler, Luiz Francisco e Pedro Quintas também brigam pelo pódio.

RAYSSA LEAL
13 anos
Skate

Rayssa Leal, de 13 anos, é uma das candidatas ao pódio no skate feminino
foto: Sean M. Haffey/AFP

Rayssa Leal, de 13 anos, é uma das candidatas ao pódio no skate feminino



A garota de 13 anos foi bronze no Mundial de Roma, em junho, e é a vice-líder do ranking. Tão talentosa quanto jovem, vai aos Jogos Olímpicos como uma das grandes atrações do Time Brasil. Briga por medalha e tem brasileiras como duas das principais concorrentes: Pâmela Rosa e Letícia Bufoni.

VÔLEI MASCULINO

Vôlei masculino foi campeão da Liga das Nações e é favorito em Tóquio
foto: Divulgação

Vôlei masculino foi campeão da Liga das Nações e é favorito em Tóquio



Como é tradição, o vôlei brasileiro aparece com favoritismo ao pódio nos Jogos Olímpicos. O título inédito da Liga das Nações, no fim de junho, provou que a equipe masculina - desfalcada do técnico Renan Dal Zotto, por COVID-19 - é fortíssima e deverá brigar pelo ouro no Japão. O feminino também fez bonito na competição anterior à Olimpíada (foi vice), mas Sérvia, Itália e China (outras fortes candidatas) não jogaram com os times principais.

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