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Superesportes e Estado de Minas estão em Tóquio para cobertura da Olimpíada

Pela primeira vez, Jogos Olímpicos serão realizados durante uma pandemia. E os Diários Associados já chegaram ao Japão para lhe contar tudo

18/07/2021 11:25 / atualizado em 18/07/2021 19:02
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Cerimônia de Abertura dos Jogos será nesta sexta-feira
foto: Kazuhiro Nogi/AFP

Cerimônia de Abertura dos Jogos será nesta sexta-feira

As suntuosas arenas estarão vazias. As festas, proibidas. A união entre os povos se restringirá à simbologia dos anéis olímpicos, construída ao longo de mais de um século por atletas, torcedores e grandes esportistas espalhados pelo mundo. Afinal, os turistas estão longe, e os japoneses terão de acompanhar de casa uma edição sem precedentes dos Jogos na Era Moderna - a primeira realizada durante uma pandemia. E o Superesportes e o Estado de Minas estão em Tóquio, capital do Japão, para ver, ouvir e contar as histórias do maior evento esportivo do planeta. A Cerimônia de Abertura está marcada para esta sexta-feira.

Após 35 horas de viagem, o repórter João Vítor Marques chegou neste domingo à cidade-sede. Diariamente, Superesportes e Estado de Minas publicarão conteúdo em diferentes plataformas. O jornal e o site terão espaço para as grandes histórias e o dia a dia das competições. Os bastidores e as curiosidades do megaevento durante a pandemia serão detalhados nas nossas redes sociais com vídeos e fotos. De segunda a sexta, nosso repórter no Japão gravará o "Megafone em Tóquio", podcast sobre as particularidades desta cobertura atípica.

"O Estado de Minas não poderia ficar de fora da cobertura da maior competição esportiva do planeta, ainda mais quando a realização ocorre em circunstâncias inéditas na história dos Jogos Olímpicos. Nossa missão é contar histórias que vão além dos resultados, com foco nos atletas brasileiros e, em especial, os mineiros", destaca o diretor de redação, Carlos Marcelo.

O destaque aos atletas nascidos no estado é marca registrada da nossa cobertura olímpica ao longo dos anos. Serão 21 representantes de Minas Gerais (12 mulheres e nove homens) em 11 modalidades. E com boas possibilidades de pódio no vôlei, tênis, futebol feminino, canoagem e taekwondo. Estaremos de olho também nas maiores estrelas (da ginasta estadunidense Simone Biles à tenista japonesa Naomi Osaka), numa edição que deve ter protagonismo feminino. 

Mas, mais do que grandes performances, esta tem tudo para ser a Olimpíada das histórias. As restrições impostas pela disseminação do coronavírus obrigaram os atletas a se prepararem em casa. Sem competições durante meses, a saída encontrada foi improvisar equipamentos de treino com objetos domésticos. As dificuldades tendem a adiar recordes que poderiam ser registrados, mas seguramente multiplicarão as trajetórias inspiradoras, tão marcantes em todas as edições dos Jogos Olímpicos.


Tudo isso vai ocorrer numa cidade que se vê encurralada pelos desafios de realizar uma Olimpíada em meio ao alarmante avanço da COVID-19. De um lado, a maior parte da população local - entre 60% e 80%, segundo diversas pesquisas realizadas nos últimos meses - está contrariada pela manutenção do evento e amedrontada pelos riscos de propagação da doença. Do outro, interesses políticos, financeiros e esportivos se misturam e falam mais alto favoravelmente ao calendário estabelecido em 2020, após o adiamento das competições.

Os "Jogos da Reconstrução", alcunha criada para marcar a volta por cima japonesa após o triplo desastre em Fukushima (tsunami, terremoto e acidente nuclear que mataram 20 mil pessoas), são colocados em xeque em meio a um cenário repleto de incertezas. E o contexto sociopolítico e sanitário será das pautas mais importantes nesta cobertura, que ultrapassa as fronteiras do esporte. Nas quadras, campos, piscinas e pistas, espera-se que a complexidade do contexto reverbere também por meio dos atletas. Pela primeira vez, os competidores poderão, ainda que de forma limitada, se manifestar politicamente.

Histórico de coberturas


O Estado de Minas tem vasto histórico de cobertura in loco dos Jogos Olímpicos e da Copa do Mundo, os principais eventos esportivos do planeta. O jornalista Ivan Drummond foi a sete edições da Olimpíada pelo EM e acompanhou as mudanças tecnológicas pelas quais passou o esporte brasileiro e o próprio jornalismo a partir de 1992, quando o evento foi sediado por Barcelona.

"Chegamos a usar o fax para transmitir matérias até o Brasil, por opção. Em 1996 (Atlanta), teve computador, que ainda era uma coisa relativamente nova. O jornal mandou até um técnico (em informática) com a gente, porque não sabíamos usar ainda. Recebemos o computador pouco antes da viagem, pesado para caramba", conta.

A partir dos Jogos de Sydney, em 2000, a mudança para o jornalismo multimídia começou a ocorrer com mais clareza. Era o início do processo de popularização da internet no Brasil, com uma natural mudança no processo de produção e consumo do conteúdo esportivo. Naquele ano, nasceu o portal Superesportes.

"Em 2000, já estávamos adaptados aos computadores. Em Atenas, 2004, fiz rádio (Guarani), jornal (Estado de Minas) e TV (Alterosa). Começa ali essa mudança para o jornalismo multimídia", completa o repórter.

O passar dos anos mudou não somente o jornalismo, mas também o papel cumprido pelo Brasil nos Jogos Olímpicos. A primeira medalha, conquistada por Guilherme Paraense no tiro esportivo, foi conquistada só em 1920, 24 anos depois da primeira edição dos Jogos Olímpicos da Era Moderna (1896, em Atenas, na Grécia). Até 1996, o país nunca tinha chegado a 15 pódios numa mesma edição.

Naquele ano, o Brasil conquistou três ouros, três pratas e nove bronzes. Com isso, mudou também a forma de produzir jornalismo. "Fez com que a gente passasse a se preocupar com mais modalidades, estar atento a mais coisas. Passamos a ser potência em esportes em que não tínhamos tradição, como o judô, por exemplo", conta Ivan.

No Rio de Janeiro, em 2016, o Brasil teve seu melhor desempenho na história: 19 medalhas (sete de ouro, seis de prata e seis de bronze). Em Tóquio, a expectativa é que esse recorde seja quebrado. E o EM está lá para contar a história olímpica brasileira mais uma vez.

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