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Veja quem pode ficar pelo caminho ou chegar como esperança olímpica em 2024

Por conta da pandemia de COVID-19, que adiou em um ano a realização dos Jogos Olímpicos de Tóquio, ciclo para a Olimpíada de Paris será de três anos

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Alison dos Santos, medalha de bronze em Tóquio, pode dar um salto ainda maior na carreira visando Paris
foto: Jewel Samad/AFP

Alison dos Santos, medalha de bronze em Tóquio, pode dar um salto ainda maior na carreira visando Paris

O Brasil encerrou a participação nos Jogos Olímpicos de Tóquio com o recorde de medalhas conseguidas em uma edição, com 21 - superando as 19 conquistadas na Olimpíada do Rio de Janeiro, em 2016. O desempenho foi extremamente satisfatório e, agora, além de tentar aumentar o número de pódios, resta subir o sarrafo e bater a maior marca de ouros em uma edição - conseguida no Japão e no Brasil, com sete.

O acréscimo de novas modalidades, como surfe e skate, no programa olímpico ajudou no fato de o Brasil bater o recorde de medalhas conquistadas em uma edição dos Jogos. Contudo, é hora de projetar: quem devemos ver novamente na Olimpíada de Paris, em 2024 - a data foi mantida, mesmo com os Jogos de Tóquio adiados de 2020 para 2021 por conta da pandemia de COVID-19 - e quem deve passar o bastão a outros nomes?

O Superesportes fez uma projeção com nomes de Tóquio que podemos rever em Paris, mas também com atletas com chance de se retirarem da disputa olímpica. Além disso, nomes que não estiveram nos Jogos Olímpicos do Japão e que podem aparecer como cara nova na França foram considerados. Veja, abaixo, o panorama:
 

Fim da linha?


Alison (vôlei de praia)

Campeão olímpico no Rio de Janeiro, Alison decepcionou em Tóquio - assim como o vôlei de praia brasileiro, no geral - ao ser eliminado nas quartas de final. Aos 35 anos, o “Mamute” fez críticas ao momento da modalidade no país depois da derrota no Japão e pode não dar as caras na França.

Arthur Zanetti (ginástica)

Campeão olímpico na Olimpíada de Londres, em 2012, e vice-campeão no Rio de Janeiro, Zanetti veio para o tudo ou nada em Tóquio e acabou de mãos vazias. O ginasta, especialista nas argolas, mostrou-se ciente do que queria e, aos 31 anos, é dúvida para Paris.

Gabriel Medina (surfe)

Um dos protagonistas do surfe brasileiro, Gabriel Medina teve problemas do início ao fim na Olimpíada de Tóquio. Contrariado por não poder levar a esposa Yasmin Brunet aos Jogos Olímpicos, Medina deixou tudo nas águas japonesas, mas foi eliminado na semifinal e ainda perdeu a medalha de bronze, em decisões dos árbitros muito questionadas pelos brasileiros. Outro ponto desgastante foi o fato de Medina não ter se vacinado contra a COVID-19. Mesmo com 27 anos, o futuro olímpico de Medina é incerto, e ele pode somente se concentrar nas etapas da Liga Mundial de Surfe (tradução livre para World Surf League - WSF).

Bruno Fratus (natação)

“Felizão” e realizado. Depois de anos com desempenhos aquém nas finais olímpicas (quarto lugar em Londres e sexto no Rio) dos 50 metros livre da natação, mesmo com bons resultados em Mundiais, Bruno Fratus se realizou com a medalha de bronze conquistada em Tóquio. Aos 32 anos, não seria surpresa se o nadador do Minas Tênis Clube optasse por não tentar ir à quarta Olimpíada seguida - ou se fosse como coadjuvante, não protagonista.

Mayra Aguiar (judô)

A já lendária judoca Mayra Aguiar conseguiu em Tóquio a terceira medalha olímpica seguida. Assim como em Londres e no Rio, a brasileira ficou com a medalha de bronze e, aos 30 anos, pode ficar por isso mesmo. Uma participação em Paris, contudo, não é descartada.

Nathalie Moellhausen (esgrima)

Campeã mundial de esgrima em 2019, mas eliminada nas 16-avas de final em Tóquio, a italiana naturalizada brasileira Nathalie Moellhausen pode ter dado um ponto final em sua carreira olímpica. Aos 35 anos, a experiente esgrimista - que mora em Paris - ainda irá analisar se segue para a disputa na França.

Ágatha (vôlei de praia)

Multicampeã mundial e prata no Rio de Janeiro, Ágatha deve ter dado um ponto final na carreira olímpica em Tóquio. Aos 38 anos, ela foi eliminada junto de Duda nas quartas de final e não deve seguir para o ciclo de Paris.

Pedro Barros (skate)

Referência no skate park mundial, Pedro Barros cumpriu sua missão em Tóquio. Aos 26 anos, o brasileiro representou muito bem seu país e conquistou a medalha de prata. A participação e a medalha eram algo que o icônico skatista, hexacampeão mundial, buscava. Pedro Barros, de 26 anos, conseguiu isso e dificilmente estará em Paris, focando mais nos Mundiais e no próprio lifestyle do skate brasileiro.

Futuro


Isaquias Queiroz (canoagem)

Dono de quatro medalhas olímpicas (uma delas de ouro em Tóquio, na canoagem de velocidade C1 1000m), Isaquias Queiroz vai tentar se tornar o atleta brasileiro com mais medalhas olímpicas no currículo. Aos 27 anos, o canoísta baiano terá o desafio de defender o título olímpico e também de buscar novas conquistas, como na C2 1000m - ele ficou em quarto nessa categoria no Japão. Em Paris, terá a C1 500m, prova em que é dominante nos Mundiais. Isso pode favorecê-lo.

Alison dos Santos (atletismo)

“Chama o teu vulgo malvadão”. De malvadão, apelido que ganhou, Alison dos Santos não tem nada - apenas para os adversários. Conhecido também como “Piu”, o velocista conquistou os brasileiros durante os Jogos Olímpicos de Tóquio e, aos 21 anos, levou a medalha de bronze em uma Olimpíada recheada de recordes nos 400 metros com barreiras. Caso mantenha o ritmo, Alison dos Santos vem para mais e tem potencial para ser um dos grandes atletas olímpicos do país. 

Thiago Braz (atletismo)

Thiago Braz provou que qualquer previsão de fracasso ou fim olímpico para ele é brincar com o perigo. Campeão no Rio, o brasileiro chegou desacreditado para o salto com vara em Tóquio, após um ciclo bem conturbado. Contudo, Braz se colocou acima disso e foi medalha de bronze no Japão. Aos 27 anos, pensar em Paris é muito possível.

Rayssa Leal (skate)

Fadinha que encantou o país, Rayssa Leal foi medalha de prata no skate street feminino em Tóquio. Fenômeno da delegação brasileira mesmo aos 13 anos, a skatista se colocou no páreo e vai forte para Paris, em busca do ouro.

Duda (vôlei de praia)

A frustração em Tóquio no vôlei de praia não deve ser empecilho para Duda, que fez dupla com Ágatha. Ainda aos 23 anos e vencedora de um Campeonato Mundial e um Circuito Mundial, a sergipana pode ser uma das esperanças de medalha no Brasil em Paris.

Rebeca Andrade (ginástica)

22 anos de puro carisma, simplicidade e arte dos pés à cabeça. Medalha de ouro no salto e prata no individual geral em Tóquio, Rebeca Andrade se coloca como esperança de medalhas para Paris - mesmo já tendo idade relativamente avançada para ginastas. E a pergunta que fica é: qual funk vai embalar suas apresentações do solo em território francês?

Kahena Kunze e Martine Grael (vela)

O Brasil é o país da vela? Se depender de Kahena Kunze e Martine Grael, sem dúvidas que sim. A dupla conquistou o bicampeonato olímpico em Tóquio na classe 49er FX e vai com tudo para Paris, em busca de um ainda mais impressionante tricampeonato. Caso permaneçam juntas, as velejadoras de 30 anos podem dar ao país novas alegrias na França.

Hebert Conceição (boxe)

O campeão olímpico Hebert Conceição pode emendar sua segunda medalha. Aos 23 anos, o baiano pode ir ainda mais pronto para Paris. Explosivo, ousado e com estilo agressivo, tem tudo para se manter em altíssimo nível.

Pâmela Rosa (skate)

Número 1 do mundo no skate street feminino, Pâmela Rosa disputou os Jogos Olímpicos de Tóquio com uma lesão no tornozelo esquerdo e não chegou nem às finais. Aos 22 anos, a skatista pode chegar em Paris com “sangue nos olhos” para conquistar a medalha que não chegou nem perto em 2021.

Fernando Scheffer (natação)

O Brasil já viveu melhores épocas na natação, mas o nome de Fernando Scheffer aparece como esperança em um momento pouco favorável. Bronze nos 200 metros livres, o nadador do Minas, de 23 anos, vai por mais em Paris e espera seguir levando a bandeira brasileira ao pódio mesmo em um momento conturbado.

Luiz Francisco (skate)

Luizinho bateu na trave para se juntar a Pedro Barros no pódio do skate park masculino. Na quarta posição, o skatista de 21 anos reclamou da nota recebida e deve levar essa frustração em forma de motivação a Paris, caso tenha um ciclo interessante.

Kawan Pereira (saltos ornamentais)

Primeiro brasileiro a participar de uma final da plataforma de 10 metros em Olimpíadas, Kawan Pereira pode brigar pelo pódio em Paris. O jovem, de 19 anos, tem muito potencial e, caso tenha uma evolução importante no ciclo, pode ser pensado até Los Angeles, em 2028.

Darlan Romani (atletismo)

“Senhor Incrível” brasileiro, Darlan Romani tem tudo para finalmente conseguir a medalha olímpica em Paris. Quinto colocado no arremesso de peso no Rio e quarto no Japão, o catarinense de 30 anos vai para uma possível “última cartada” na França. Darlan ganhou a admiração da torcida pelas dificuldades enfrentadas às vésperas da Olimpíada deste ano e pode ter mais apoio para, finalmente, ser um medalhista olímpico em um esporte que conta com os melhores da história em atividade e competindo com o brasileiro.

Beatriz Ferreira (boxe)

“Vou vender caro”. O recado é da vice-campeã olímpica em Tóquio, Bia Ferreira. Ela foi em busca do ouro no Japão entre os pesos leves do boxe, mas voltou ao Brasil com a prata. E a baiana de 28 anos, campeã de quase tudo no boxe amador, ainda quer a conquista que falta: o ouro olímpico. Caso siga trajetória semelhante, a atual número 1 do ranking tem condições de mudar a cor da medalha.

Handebol feminino

O Brasil fez história em 2013 com o inédito e surpreendente título mundial no handebol feminino. Porém, aos poucos, as jogadoras daquela geração vitoriosa vão deixando a Seleção Brasileira. Alê, por exemplo, anunciou que os Jogos Olímpicos foram sua última competição pela equipe. A hora agora é de renovação para a chegada de atletas da faixa etária da mineira Bruna de Paula, de 24 anos.

Futebol feminino

O futebol feminino pode passar por drástica mudança no próximo e curto ciclo, possivelmente com a baixa da volante Formiga, de 43 anos, em 2024. Aos 35, Marta ainda está em condições de jogar em Paris. A equipe tem uma base de atletas com experiência internacional que podem brigar pelo pódio nos Jogos Olímpicos na França. O inédito ouro, contudo, ainda parece distante.

Futebol masculino

O futebol masculino sempre é promessa de medalha. A questão é a classificação para os Jogos Olímpicos, por meio dos Sul-Americanos, que não pode ser descuidada - como aconteceu em 2004, quando ficou de fora da Olimpíada de Atenas. A seleção, bicampeã olímpica, tem material para buscar medalha em 2024 e, quem sabe, o ouro.

Vôlei feminino

Vice-campeã olímpica em Tóquio, a Seleção Brasileira Feminina de vôlei terá algumas peças diferentes em Paris. A líbero Camila Brait e a ponteira Fernanda Garay se despedem da equipe, e a permanência do histórico técnico José Roberto Guimarães é incerta. Outra que deve sair é Carol Gattaz. Mesmo assim, há um núcleo que deve permanecer e ainda ser incrementado com mais peças por conta da força do vôlei brasileiro.

Vôlei masculino

O vôlei masculino sofreu um grande choque ao não subir no pódio em 2021. Algumas mudanças podem acontecer, como a saída do oposto Wallace - esta já confirmada -, mas o Brasil segue como potência no esporte e vai para medalha em Paris.

Dora Varella (skate)

Aos 20 anos, Dora Varella faz parte da geração de skatistas que ainda pode dar muitas alegrias ao povo brasileiro. Em Tóquio, ela foi para a final do skate park feminino, mas terminou em sétimo. 

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