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MUNDIAL

Um desafio pra lá de Marrakech

No Mundial de Clubes do Marrocos, no fim do ano, Galo pode pegar em eventual final o Bayern, que venceu tudo na última temporada europeia

postado em 25/07/2013 10:03 / atualizado em 25/07/2013 14:23

Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press e REUTERS/Eddie Keogh

Depois da heroica conquista da América, o Atlético agora sonha ter o mundo em suas mãos. O título da Copa Libertadores garantiu a presença do Galo no Mundial de Clubes do Marrocos, de 11 a 21 de dezembro. O objetivo desta vez promete ser ainda mais desafiador: o adversário em provável decisão deve ser o temido Bayern de Munique, vencedor de todos os títulos possíveis na última temporada europeia.

Além de Atlético e Bayern, outros cinco times disputarão a competição. Três já estão definidos: o mexicano Monterrey (campeão das Américas do Norte e Central), o neozelandês Auckland City (Oceania) e o marroquino Raja Casablanca (campeão do país-sede). As vagas da Ásia e da África ainda estão em disputa.

Candidato único aos Mundiais de 2013 e 2014, Marrocos terá duas sedes: Marrakech e Agadir. A primeira cidade tem cerca de 1 milhão de habitantes e se localiza no Sudoeste do país. O moderno estádio de Marrakech, com capacidade para 45.240 torcedores, foi inaugurado em 2011 e será palco de quatro partidas – incluindo a decisão, no dia 21. Por sua vez, a litorânea Agadir, ao Sul, tem cerca de 350 mil habitantes. O estádio local tem capacidade para 45.480 pessoas e terá quatro jogos.

A competição terá início com duelo eliminatório entre Raja Casablanca e Auckland City, no dia 11, em Agadir. O vencedor passará às quartas de final, juntando-se aos representantes da África, Ásia e Américas do Norte e Central. Um sorteio definirá os confrontos. Como determina o regulamento, Atlético e Bayern entrarão nas semifinais.

O time de Cuca estreará em 18 de dezembro, em Marrakech. Como a última rodada do Campeonato Brasileiro será no dia 8, o Galo terá 10 dias para viajar e se adaptar às condições do Norte da África, como a baixa temperatura (entre 6 e 13 graus centígrados) e ao fuso horário (três horas à frente, pois em dezembro o Brasil estará no horário de verão). A hipótese de antecipação de rodadas do Nacional está inicialmente fora de questão, uma vez que o Corinthians teve o mesmo tempo para se deslocar ao Japão no ano passado.

RIVAL DE PESO O grande adversário alvinegro é sem dúvida o Bayern, campeão europeu, alemão e da Copa da Alemanha. Embora o time tenha feito a melhor temporada de sua história, a diretoria fez pequena reformulação no futebol. O técnico Jupp Heynckes foi substituído pelo espanhol Pep Guardiola. Projetando o novo time, dois reforços de peso foram contratados: os armadores Mario Götze (ex-Borussia Dortmund) e Thiago Alcântara (Barça). Outros jogadores saíram, como o atacante Mario Gómez, hoje na Fiorentina.

“Como treinador, sempre lidamos com excessiva pressão. Tenho isso muito claro, estou consciente e pronto para o desafio. Vou tomar as rédeas de uma equipe que fez coisas extraordinárias, vencendo quatro títulos. Sei o que me espera. Temos de ganhar sempre”, destacou Guardiola, que poderá reencontrar Ronaldinho Gaúcho.

Em meados de 2008, a chegada do técnico ao comando do Barcelona culminou na saída do craque brasileiro. Na época, Guardiola abriu mão dos medalhões (Deco e Eto’o também deixaram o Camp Nou) para investir em promessas da base, como Messi, Pedro e Busquets. Não existe, contudo, uma rixa entre ele e o atual ídolo do Galo. Eles, inclusive, já se elogiaram publicamente.

HISTÓRICO Em parceria entre a União Europeia de Futebol e a Confederação Sul-Americana de Futebol, o Mundial de Clubes foi criado em 1960 sem a anuência da Fifa, então dirigida pelo inglês Stanley Rous, que queria a participação de times das outras confederações. Insatisfeita, a entidade máxima do esporte classificou a disputa como amistosa.

O torneio tinha jogos de ida e volta entre os campeões sul-americano e europeu, em seus respectivos países. Inicialmente, o saldo de gols não era levado em consideração para desempate – esse critério só seria adotado em 1969. Assim, um terceiro jogo era disputado no mesmo local do segundo – apenas em 1964 e 1967 ele ocorreu em campo neutro.

De 1960 a 1979, apenas dois brasileiros participaram desse confronto: Santos e Cruzeiro. O Peixe foi bicampeão, em 1962 e 1963, com vitórias sobre Benfica e Milan, respectivamente. Já a Raposa foi batida pelo Bayern em 1976. Derrotada por 2 a 0 na Alemanha, empatou por 0 a 0 no Mineirão.

Com uma proposta milionária da montadora Toyota, de 1980 a 2004 a competição passou a ser decidida em jogo único, no Japão. Em 25 edições, o Brasil esteve em oito e conquistou quatro títulos: Flamengo em 1981, Grêmio em 1983 e São Paulo em 1992 e 1993. O Cruzeiro foi vice novamente em 1997, ao perder para outro alemão, o Borussia Dortmund, por 2 a 0 em Tóquio.

Em 2000, a Fifa organizou seu primeiro Mundial, no Brasil. Times de todos os continentes estavam envolvidos, separados em dois grupos com quatro equipes. Os melhores se classificaram para a final. O Corinthians sagrou-se campeão, mas o modelo não vingou. Em 2005, o estafe de Joseph Blatter voltou a dar as cartas e o modelo adotado permanece até a atual disputa.

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