As associações de jogadoras e clubes estiveram em negociações pela primeira vez por um acordo coletivo por mais de um ano. Houve discordância sobre questões como a decisão dos clubes de limitar o horário de trabalho a 20 horas por semana. As atletas queriam pelo menos 30 horas de garantia.
"Sentimos que somos jogadoras de futebol em tempo integral", disse a capitã do Athletic Bilbao, Ainhoa Tirapu. "Alguns clubes têm jogadoras com contratos de 12 horas por semana."
As jogadoras disseram que já cederam nas negociações, pois a proposta inicial delas era de que os clubes garantissem ao menos 40 horas por semana. Mudanças nos limites da jornada de trabalho dariam para as atletas um salário mínimo mais alto do que os 16 mil euros (aproximadamente R$ 72,6 mil) oferecidos atualmente pelos clubes.
Tirapu defendeu a greve porque nenhum progresso significativo foi feito após 18 reuniões. "Não se trata apenas de dinheiro, mas dos nossos direitos", disse.
A primeira divisão da Espanha tem 16 clubes, mas apenas alguns são totalmente profissionais, sendo Barcelona e Atlético de Madrid seus principais expoentes. O Real Madrid entrará em campo na liga a partir da próxima temporada após concluir a aquisição do Deportivo Tacon.
O futebol feminino cresceu rapidamente na Espanha desde o Mundial de 2015, quando o país fez sua primeira aparição no torneio. A partir de então, as cobranças por maior igualdade entre homens e mulheres no esporte aumentou significativamente, assim como a presença de patrocinadores e a cobertura da imprensa. E um jogo entre Atlético de Madrid e Barcelona levou mais de 60 mil pessoas ao Wanda Metropolitano na temporada passada.