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CRISE FINANCEIRA

Em meio à Superliga, América vive debandada por falta de pagamento dos jogadores

Time montado em parceria com Montes Claros já perdeu três atletas

postado em 11/01/2020 08:33 / atualizado em 13/01/2020 14:22

(Foto: Mourão Panda/América)
O vôlei mineiro sofre um duro golpe: por falta de pagamento, três jogadores abandonaram o time do América/Montes Claros e outros cinco podem fazer o mesmo nos próximos dias. Em outubro, saiu o ponteiro Thiago Alves e, em novembro, Jonatas, que atua na mesma posição. Nessa sexta-feira, foi a vez de o líbero Kachel – campeão mundial sub-23 com a Seleção Brasileira, campeão da Copa do Brasil e tetracampeão mineiro com o Cruzeiro – anunciar a despedida.

“Não tenho mais condições de arcar com as despesas para viver sem o salário. Consegui me manter com o dinheiro da Seleção Brasileira Militar, mas, agora, acabou. Por isso, estou indo embora. Vou para minha cidade, Curitiba”, disse Kachel.

Quando da montagem do time, em julho do ano passado, a diretoria do Montes Claros fez um convênio com o Cruzeiro, que cedeu sete jogadores: o levantador Hendrick; os ponteiros Ramme, Gabriel e Pablo; os meios de rede Eduardo e João Henrique, além do líbero Lucas Bauer. Esses jogadores seriam pagos pelo time celeste.

(Foto: Reprodução/Instagram)
Os outros atletas seriam bancados por meio de uma lei estadual de incentivo ao esporte, que precisava ser aprovada na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. No entanto, ela foi recusada pelo plenário antes do início da Superliga. Além de Thiago Alves, Jonatas e Kachel, o oposto argentino Germán; outro oposto, Rafael Bairros; o levantador Thiago; os meios de rede Pedrão, Renan e Lucas Fonseca, seriam pagos com essa receita, que nunca existiu. O problema não atinge a comissão técnica, que recebe graças a uma lei de incentivo nacional.

Havia a expectativa, por parte da diretoria do Montes Claros, de que a prefeitura da cidade e o comércio local ajudassem o clube, como foi em 2010, quando o time foi vice-campeão da Superliga, mas isso não aconteceu. Nenhum diretor ou representante da equipe quis se manifestar ontem. A única informação no clube foi de que o Cruzeiro emprestaria mais dois jogadores: o meio de rede Vicenzo e o ponta Vítor, ambos de 16 anos, que completarão o grupo para o restante da Superliga – a equipe é a penúltima colocada.

Marcus Salum, presidente do América, explicou que o clube da capital atua como parceiro, sem responsabilidade sobre pagamentos. “O América é como se fosse um patrocinador. É o responsável pelo fornecimento do material de jogo.”


Punição


Por parte da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), não há penalização imediata, como suspensão do time na Superliga. Somente ao fim da competição é que a entidade poderá aplicar punição, pois cada clube tem de entregar uma documentação, assinada por cada jogador, atestando ter recebido corretamente o valor de seu contrato.

Não é o primeiro caso de problemas financeiros nesta edição do torneio. A poucos dias do início da temporada 2019/2020, o Botafogo, que foi o campeão da Superliga B'2019, desistiu de participar por falta de recursos. 

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