Era grande a identificação de Fernando Brant com o América Futebol Clube. Numa espécie de poema, o mineiro da cidade de Caldas que se mudou para a capital em 1956, quando tinha 10 anos de idade, expôs seu amor pelo clube alviverde. Ídolos das décadas de 1950 e 1960 como Jair Bala, Gunga e Zuca são mencionados pelo compositor.
Segue abaixo o texto na íntegra:
“Meu coração é verde branco
verde da grama verde
branco da trave branca, da bola branca
que beija a rede-hímen.
Brinco no gramado da infância
e lá vem Zuca, e lá vem Guido, e lá vem Gunga
e não há tempo nem polícia
que me apague este filme da lembrança.
Amor não subtrai
amor soma, multiplica.
Amor não se esquece.
Amador, seguidor fiel de tal filosofia,
Fui acrescentando amores aos meus dias,
aos meus sonhos.
Sou hoje um homem atento diante de um mundo intenso,
mas em mim existe, sempre, um menino que fala
e nessa hora quem manda é o Jair Bala.
É que meu coração é verde e branco
O dos outros pode ser vermelho”
Brant também compôs uma espécie de “segundo hino” do Coelho em parceria com Toninho Horta, amigo desde os tempos de Clube da Esquina – movimento musical que surgiu em Belo Horizonte na década de 1960. Na letra, a clara referência aos dez títulos do Campeonato Mineiro conquistados de maneira consecutiva pelo América, entre 1916 e 1925.
O sangue americano corre nas veias dos familiares de Fernando Brant. Um de seus irmãos, o economista Paulo Brant integra o conselho de administração do Coelho. A sobrinha Ana Clara Brant, jornalista do Estado de Minas, também é apaixonada pelo clube alviverde.
Fora do eixo futebolístico, Fernando Brant compôs diversas canções gravadas por Milton Nascimento. Entre dezenas, as mais conhecidas são Canção da América, “Maria, Maria”, Travessia e Encontros e Despedidas.
O compositor deixa a esposa Leise, as filhas Isabel e Ana Luísa, o “filho de coração” Diógenes e dois netos.
“Segundo hino” do América (Fernando Brant e Toninho Horta)
Meu coração é verde e branco
E assim, o jogo está em minhas mãos
Sou americano, sim, desde menino
Eu grito é gol, é gol, é gol
Para sempre vou viver cantando
É do América, o meu coração
É do América, o meu coração
Na grama verde a vida sonha
A bola branca, beija a rede da paixão
Quem americano é, sabe o caminho
E grita é gol, é gol, é gol
Para sempre vou viver cantando
Deus salve o América, decacampeão
Deus salve o América, nosso campeão
Deus salve o América, decacampeão
Deus salve o América, nosso campeão
Deus salve o América, decacampeão