O zagueiro Messias, do América, desabafou em seu perfil no Instagram após ser envolvido em caso de injúria racial na partida contra o Oeste, na manhã deste domingo, no Independência pela 27ª rodada da Série B. O camisa 4 do Coelho acusou o goleiro Rodolfo, do time paulista, de ter lhe chamado de macaco. Um boletim de ocorrência foi registrado na Central de Flagrantes I (Ceflan) do Bairro Floresta, em Belo Horizonte.
“Hoje o dia não foi como eu esperava, não apenas pela derrota em campo. Perder faz parte do futebol e nós atletas temos que lidar com os resultados positivos e negativos. Mas o pior de hoje é ter sofrido uma injúria racial. Isso é inaceitável, ainda mais em pleno 2017. Aprendi com os meus pais a lutar e ser forte sempre e não vou abaixar a cabeça para nenhuma ofensa. O boletim foi registrado e espero que tenha uma punição adequada.
A discussão entre Messias e Rodolfo aconteceu nos minutos finais da partida, quando o América, que perdeu por 2 a 1, tentava o gol de empate. Numa bola cruzada para a área, o zagueiro americano se chocou com o goleiro do Oeste, que conseguiu afastá-la para longe. O lance continuou com a redonda no meio-campo, mas os dois seguiram discutindo dentro da grande área. Messias, então, levantou o braço e chamou pelo árbitro baiano Jaílson Macedo de Freitas para relatar o problema. Em seguida, jogadores dos dois clubes se aproximaram para evitar confusão maior. Todo o ocorrido foi relatado na súmula por Jaílson Macedo (leia abaixo).
Rodolfo, por sua vez, negou de maneira veemente que tenha ofendido Messias. Ainda no gramado, o goleiro declarou: "Eu sou negro também".
O Oeste, com sede em Barueri, também emitiu nota em que nega a ofensa. "Nós, do Oeste FC, repudiamos totalmente qualquer tipo de discriminação e garantimos que nosso atleta não teve essa atitude. Rodolfo, de cor negra, é totalmente contra o racismo, além de ser um profissional de conduta exemplar no dia a dia do clube. Leandro Amaro, zagueiro do Oeste e companheiro de Rodolfo, estava próximo aos atletas quando discutiam e garante que o goleiro não usou a palavra "macaco". Ele afirma que houve sim ofensas, de ambas as partes, mas não foram raciais.
A Polícia Militar, no entanto, deteve Rodolfo e o encaminhou à delegacia para prestar depoimento. O atleta foi liberado na tarde deste domingo depois de o clube paulista pagar fiança de R$ 2 mil.
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