Longevidade de técnico
No futebol brasileiro é muito incomum técnicos alcançarem longevidade em trabalhos em um único clube. Na Série A, o melhor exemplo é o de Mano Menezes, campeão quatro vezes em três anos no Cruzeiro (duas Copas do Brasil e dois Campeonatos Mineiros). O gaúcho completou, nessa segunda-feira, 1.000 dias ininterruptos no comando da Raposa. No Operário, a história não é muito diferente. O técnico Gerson Gusmão foi anunciado pelo Fantasma em 23 de março de 2016 e alcançou 1125 dias na equipe com quatro títulos (Série C e D do Brasileiro, Segunda Divisão do Paranaense e Taça FPF).
Em 2016, o Operário defendia o inédito título do Campeonato Paranaense, conquistado em 2015. Entretanto, o Fantasma não conseguiu repetir a campanha e foi rebaixado. A maneira que o alvinegro buscou para tentar conseguir mudar os ares no Estádio Germano Krüger foi buscar um velho conhecido da agremiação. O presidente do clube na época, José Álvaro Góes Filho, contratou Gerson Gusmão, que havia sido auxiliar-técnico de Itamar Schulle na conquista do ano anterior.
O trabalho de Gerson começou da melhor forma possível. O clube, de maneira invicta, conquistou a Taça FPF (Federação Paranaense de Futebol) ao bater o Andraus na final, por 2 a 1 no placar agregado (empate por 1 a 1 na ida, e vitória por 1 a 0 na volta). A conquista regional levou o time à disputa da Série D em 2017.
Em 2017, o clube conquistou a Série D e chegou ao seu primeiro título nacional. E o trabalho de Gerson Gusmão rendeu frutos mais maduros no ano seguinte. Na temporada passada, o Operário conquistou a Série C do Brasileiro, além de vencer a Segunda Divisão do Campeonato Paranaense.
Manutenção de elenco campeão
No quarto ano de Gusmão no clube paranaense, o treinador conseguiu um outro trunfo importante para a disputa da Série B, feito que não ocorrria há 28 anos: a permanência de jogadores que participaram das conquistas nacionais do Operário.
O elenco do clube conta com 13 jogadores que conquistaram a Série D, em 2017, e a Série C, em 2018: o goleiro Simão, os zagueiros Juan Sosa e Alisson, o lateral-esquerdo Peixoto, o lateral-direito Danilo Báia, os volantes Serginho Paulista e Chicão, os meias Dione, Índio, Robinho, e os atacantes Lucas Batatinha, Jean Carlo e Schumacher.
Além disso, seis jogadores estiveram presentes apenas na conquista de 2018: o lateral Léo, zagueiro Rodrigo, os meias Pedrinho, Xuxa e Cleyton, o atacante Bruno Batata.
Preparação para a Série B
Mesmo com bons trunfos, a participação do Operário no Campeonato Paranaense foi irregular. No primeiro turno, o clube foi eliminado para o Toledo na semifinal, e, no segundo, não conseguiu se classificar para a fase seguinte.
Insatisfeito, o técnico Gerson Gusmão optou por liberar três jogadores: Diego Quirino, emprestado ao Ypiranga-RS, Gil Paraíba e Rafinha, desligados do clube.
O Operário também buscou sete reforços para a disputa da Série B do Campeonato Brasileiro: o zagueiro Lázaro, o lateral-direito Mailton, o meia Rafael Chorão e os atacantes Felipe Augusto e Uilliam. O goleiro André Luiz e o meia Revson disputaram a final paranaense pelo Toledo e serão apresentados nesta semana. Ambos estiveram presentes na seleção dos melhores do campeonato.
Após a eliminação no Paranaense, o clube ganhou 27 dias para se preparar para a Série B. Dessa forma, o Operário atuou em dois jogos-treinos: vitória por 1 a 0 sobre o Paraná e goleada por 5 a 1 sobre o Sub-20 do Athletico.
Estreia contra o América
Os clubes estreiam na Série B do Campeonato Brasileiro na próxima sexta-feira, às 19h15. O duelo contra o América, no Estádio Germano Krüger, em Ponta Grossa, será o primeiro entre os times.
O técnico Gerson Gusmão deve mandar a campo o mesmo time que goleou o Athletico com: Simão; Léo, Lázaro (Alisson), Sosa e Allan Vieira; Chicão, Índio e Xuxa; Uilliam, Felipe Augusto (Eduardo) e Bruno Batata.
O único desfalque deve ser o meia Cleyton, que se recupera de entorse no tornozelo esquerdo.
História do Operário na Série B
O Operário tem pouca experiência na Série B do Brasileiro. Será apenas a quinta participação do Operário na competição. A melhor campanha do alvinegro foi em 1990, quando terminou em 5º lugar.
Em 1980, o Fantasma participou da Taça de Prata (Série B). O clube voltou a disputar a Segunda Divisão entre 1989 e 1991.
Participação na Série A
O clube de Ponta Grossa já disputou a Série A, em 1979. Na ocasião, o campeonato contava com 94 times divididos em oito grupos na primeira fase, e a equipe ficou apenas em oitavo no Grupo B e não avançou à segunda fase.