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América adapta jogadores do próprio elenco para suprir busca por volante, meia 'dinâmico' e centroavante

Em entrevista ao Superesportes, técnico Lisca explica que atletas do grupo podem cumprir funções específicas caso não seja possível contratar reforços

postado em 08/07/2020 06:00 / atualizado em 09/07/2020 19:04

(Foto: João Zebral/América)
Com 37 jogadores no elenco principal, o América estuda contratar reforços antes da sequência do Campeonato Mineiro, a partir de 26 de julho, e do início da Série B do Brasileiro, em 8 de agosto. Em entrevista ao Superesportes, Lisca considerou a hipótese de incorporar ao grupo um volante, um meia de velocidade e um centroavante. Todavia, o treinador sabe que o clube lida com dificuldades financeiras devido à pandemia do novo coronavírus. Por isso, vem testando jogadores em funções específicas diante da eventual impossibilidade de recorrer ao mercado.


Lisca começou a resposta explicando que Léo Passos, jogador emprestado pelo Palmeiras, tem perfil para ser centroavante. Com 1,83m, o jovem de 21 anos marcou seu único gol pelo Coelho na última partida antes da paralisação do estadual - vitória sobre o Patrocinense por 1 a 0, no Estádio Pedro Alves do Nascimento, em Patrocínio. No lance, ele roubou a bola do zagueiro Alisson, partiu em velocidade em direção à área adversária e bateu rasteiro na saída do goleiro Luiz Miguel. Em 2019, a serviço do Londrina, Léo marcou cinco gols em 17 apresentações na Série B.

“A gente já falou bem abertamente, não tem muito mistério não. É em cima de características que não são tão evidentes nas nossas peças para alternâncias de sistema. Por exemplo, um centroavante mais de área, estamos compensando com o Léo Passos. O Léo é um jogador originalmente de beirada, já jogou dos dois lados e chegando de trás do centroavante. Aqui no América, a gente está colocando ele como último homem de ataque. E ele cresceu muito nesses dois meses de treinamento, em bola aérea, cabeceia muito bem. Aquela bola não muito bem trabalhada, mas quando você chega e serve, o jogador mata de cabeça”, diz o comandante.

De acordo com Lisca, contar com um centroavante no elenco é importante para quando o adversário estiver bem postado na marcação. “Essa característica de um jogador de área, que saiba jogar mais de costas, é para as circunstâncias em que teremos de forçar o jogo e entrar mais no campo de adversário, sem muito espaço para penetração”.

(Foto: Mourão Panda/América)

O técnico lembra que Rodolfo, atual dono da camisa 9 e autor de seis gols em 12 jogos em 2020, tem perfil de “mobilidade” e “construção”, não sendo necessariamente uma opção de força. “O Rodolfo, centroavante que vem jogando, também sempre jogou pelas beiradas. É um centroavante diferente, de construção, que gosta de receber bolas no espaço, tem boa mobilidade também”.

Outro atleta testado como referência na grande área é o prata da casa Vitão, de 20 anos, que em 2019 jogou com Felipe Conceição na Série B e marcou o primeiro gol como profissional na vitória por 1 a 0 sobre o Guarani, em 22 de novembro, no Estádio Brinco de Ouro da Princesa, em Campinas, pela 37ª rodada.

Na parte ofensiva do meio-campo, Lisca entende que o América precisa de um atleta “dinâmico” e de jogo vertical, com características distintas dos armadores Alê e Geovane. “É aquele meia mais dinâmico, que joga entre as linhas, mais em penetração”.

Matheusinho, de 22 anos, que marcou 14 gols em 119 jogos pelo Coelho, é citado pelo treinador como alternativa. “Muitas vezes usamos o Matheus nessa função, mas também é uma adaptação. É difícil de achar, não é um jogador em abundância no mercado”.

Também na “espinha dorsal”, mas para uma posição mais recuada, Rickson, de 22 anos, é apontado para fazer sombra ao experiente Juninho, de 32, notabilizado pela capacidade de defender e atacar com a mesma intensidade - balançou a rede 11 vezes em 175 partidas desde 2016.

“Um volante dinâmico igual ao Juninho também, que possa substituí-lo quando ele não jogar. O Rickson (emprestado pelo Botafogo) está ganhando espaço, crescendo para ser esse jogador”, observa Lisca.

(Foto: Mourão Panda/América)

Para a defesa, o técnico considera o ‘setor’ fechado com a chegada de Anderson, do Bahia, que se junta a Eduardo Bauermann, Lucas Kal, Joseph e os garotos da base João Cubas e Luisão. Com relação aos volantes, analisa Mateus Sabino, zagueiro de origem, com características semelhantes às de Zé Ricardo e Flávio. E vê as laterais bem servidas com os destros Diego Ferreira, Leandro Silva, Thalys e Ronaldo, além dos canhotos Sávio, João Paulo e Lucas Luan.

O Coelho ainda conta com as voltas de Marcelo Toscano e Felipe Azevedo, emprestados respectivamente a Mirassol e Água Santa, de São Paulo, no primeiro trimestre. Também há a expectativa por Neto Berola, em fase final de recuperação de lesão no ligamento cruzado anterior do joelho direito. Assim, Lisca se dá por satisfeito com o time à disposição, embora deixe aberto o espaço para contratações.

“É um anseio de todo o clube capacitar o plantel. E a gente tem essa perspectiva, te confesso que não descartamos isso. Quem sabe a gente consiga qualificar além desses cinco ou seis reforços que estavam emprestados. Não descartamos esses dois ou três jogadores pontuais, dentro das características que ainda não temos no plantel. Se não conseguirmos trazer, estamos satisfeitos com o plantel. Mas um clube como o América está sempre aberto, o cenário muda de novo e as perspectivas se alteram. Vamos esperar até o fim do mês. Quem sabe a gente tenha alguma novidade”.

Elenco do América


Goleiros: Airton, Jori, Léo Lang e Victor Hugo

Laterais-direitos: Diego Ferreira, Leandro Silva, Ronaldo e Thalys*

Laterais-esquerdos: Sávio, João Paulo e Lucas Luan

Zagueiros: Lucas Kal, Eduardo Bauermann, Joseph, Anderson, João Cubas*, Luisão e Mateus Sabino

Volantes: Zé Ricardo, Flávio*, Juninho, Rickson e Renan Gomes

Meias: Alê, Matheusinho, Felipe Azevedo, Geovane e João Gabriel*

Atacantes: Ademir, Felipe Augusto, Rodolfo, Léo Passos, Marcelo Toscano, Neto Berola, Carlos Alberto*, Vitão* e Kawê*

* Jogadores com idade sub-20

A entrevista

Lisca, técnico do América, concedeu entrevista exclusiva ao Superesportes e ao Estado de Minas. Na conversa, ele falou sobre o trabalho à frente do Coelho em 2020, a disputa da Série B, a reta final do Campeonato Mineiro, sua carreira e o futebol brasileiro. As reportagens serão publicadas ao longo dos próximos dias no portal e nas páginas impressas do EM.


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