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Milton Leite critica Cuca: 'Se é inocente, por que demorou a se defender?'

Narrador questiona declarações do técnico sobre acusações de violência sexual

postado em 03/03/2021 13:25 / atualizado em 03/03/2021 13:44

(Foto: Reprodução/Sportv)
Cotado para assumir o Atlético no lugar de Jorge Sampaoli, o técnico Cuca se pronunciou a respeito do caso de violência sexual pelo qual foi condenado a 15 meses de prisão, em 1987, na Suíça, e se declarou inocente, em vídeo gravado ao lado da esposa e das filhas. O narrador Milton Leite, durante o programa Redação Sportv, nesta quarta-feira, questionou os argumentos do técnico. 

"Se ele é tão inocente assim, por que demorou 34 anos para se defender? Ou não foi até a Suíça para se defender. Se é tão inocente, por que não dar uma entrevista onde possam te contrapor?”, indagou. 

Milton Leite acredita que a declaração de Cuca foi insuficiente para esclarecer o episódio  conhecido como 'Escândalo de Berna'. 
 
“Ainda bem que os tempos mudaram e hoje a gente pode falar abertamente disso e cobrar as pessoas. Apesar desse depoimento do Cuca, muitas coisas ficam em aberto, porque a gente vai perguntar, e ele não vai responder", concluiu. 


O caso 


À época jogador do Grêmio, Cuca foi acusasdo por uma garota de 13 anos de estupro coletivo. Os outros três atletas citados no caso são  Eduardo Hamester, Fernando Castoldi e Henrique Etges

Em 1989, os quatro foram condenados não por estupro, mas pela idade da vítima. Embora não tenha sido reconhecido pela garota, Cuca pegou 15 meses de prisão por violência sexual contra pessoa vulnerável (com menos de 16 anos), mas não cumpriu a pena, já que o Brasil não extradita seus cidadãos. Em 2004, a possibilidade de execução expirou.
 
Por conta desse caso, vários torcedores do Atlético (entre eles, grupos formados por mulheres) se manifestaram contra a contratação de Cuca. A tag #CucaNão esteve entre os assuntos mais comentados do Brasil no Twitter em diferentes dias das últimas semanas.

"Essa é uma coisa que me incomoda bastante. A gente vê em alguns lugares: ‘Ah, o Cuca não, por causa disso ou daquilo’. Eu não devo nada para ninguém. Não sou um cara do mal, não fiz nada de errado, não fui julgado e culpado por alguma coisa. Fui julgado à revelia, porque já não estava mais no Grêmio quando houve esse julgamento junto com os outros rapazes", se defendeu o treinador, em vídeo ao lado da esposa Rejane e das filhas Mayara e Natasha. 
 
"É uma coisa que eu tenho uma lembrança muito vaga, até porque não houve nada. Não houve estrupro. Houve uma condenação por ter uma menor adentrado o quarto. Simplesmente isso. Não houve abuso sexual, não houve tentativa de abuso ou coisa assim. Só que hoje, 34 anos depois, com a força que os movimentos vêm pegando, a gente vê isso e ficamos sentidos", alegou Cuca. 
 
 

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