Atletico-MG

Preço alto pela instabilidade

O goleiro Renan Ribeiro, que até há pouco tempo era idolatrado, ganha críticas de boa parte da torcida. O pior é que contra o Ceará amanhã deve ceder o lugar para Giovanni

Ludymilla Sá

Mesmo sem entrar em campo no fim de semana, o Atlético caiu uma posição na classificação e pode entrar na zona de rebaixamento ao fim da oitava rodada, se perder para o Ceará, primeiro da turma da degola, amanhã, em Fortaleza. Diante disso, o técnico Dorival Júnior estuda opções para evitar o pior. A principal mudança pode ser no gol. Antes intocável, Renan Ribeiro, de apenas 21 anos, tende a trocar de lugar com o até então reserva Giovanni.


Renan vive momento de instabilidade no gol atleticano. Tem sido bastante criticado ironicamente pelos mesmos torcedores que clamavam pela escalação do jogador quando o técnico ainda era Vanderlei Luxemburgo. Com a chegada de Dorival Júnior, em setembro do ano passado, ele assumiu a posição, estreando na derrota por 2 a1 para o Grêmio, e não saiu mais. Desde então foram 45 jogos e 62 gols sofridos, média de 1,37, pior que a de Juninho e Aranha. O primeiro fez 72 jogos com a camisa alvinegra e sofreu 80 gols (1,11 de média). Já o segundo jogou 39 vezes e levou 43 gols (1,10).

Renan Ribeiro nega abatimento pela situação, apesar do semblante mostrar o contrário e das respostas repetitivas. Ele sabe do risco de perder a vaga no time e evita falar no assunto. Procura tirar proveito das críticas. “Um tempo atrás, todo mundo estava elogiando. Agora vêm as críticas. Mas cresço com isso. Quero aprender cada vez mais.”

Segundo o defensor, as cobranças fazem parte do futebol, sobretudo, quando se trata de um clube das dimensões do Atlético, mas reclama das críticas abusivas. “Sinto-me pressionado desde que comecei a jogar. É assim em time grande. Tem torcedores, porém, que passam do limite da crítica. Estou tranquilo. Sei do meu potencial, do que eu posso dar. Toda pessoa tem altos e baixos na carreira. Cabe a mim dar o melhor quando estiver jogando”, assegura.

Grato a Dorival, Renan evita falar sobre a possível troca de lugar com Giovanni e descarta problemas com o estilo de treinamentos do preparador de goleiros Antônio Barbirotti Júnior. Barbirotto, como é conhecido, chegou no clube no começo do ano, recomendado pelo técnico para assumir a vaga de Oscar Rodriguez, que foi para o Santos. Antes, o goleiro trabalhava com o treinador dos juniores, William de Castro. “Acho que já deixei bem claro que cada profissional tem seu estilo de trabalho e eu estou aqui para assimilar o que cada um tem de melhor. Não existe nenhuma adversidade com o professor Barbirotto.”

Além do gol, Dorival Júnior deve fazer mudanças de ordem técnica. O volante Gilberto pode entrar na vaga de Dudu Cearense. O jogador foi titular na última atividade antes do embarque para Fortaleza, ontem, e espera corresponder se for confirmado. “Futebol é oportunidade e rendimento. Tenho consciência que não rendi quando tive a chance. Fiquei de fora dos dois últimos jogos e espero corresponder no próximo.”

O técnico, por outro lado, não contará com o lateral-esquerdo Guilherme Santos, expulso diante do Internacional. Leandro será titular. Sem Patric, que cumprirá suspensão por causa do terceiro cartão amarelo, Roger assume o outro lado. O armador Caio vai estrear no lugar de Daniel Carvalho, outro suspenso pelo terceiro amarelo. O atacante Magno Alves perdeu a vaga para o armador Renan Oliveira. Desta forma, o Galo jogará com apenas um atacante de origem, Guilherme. O também atacante Neto Berola foi punido, ontem, pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) com dois jogos de suspensão por causa da expulsão diante do Bahia. Já cumpriu um e não viajou.

PROBLEMAS NO ADVERSÁRIO
O Ceará também vive momento de instabilidade no campeonato. É o primeiro na zona de rebaixamento e passa por problemas internos. Ontem, o atacante Iarley deixou o clube. Ele havia perdido posição e estava insatisfeito com a reserva. Segundo o presidente Evandro Leitão, em reunião para renovação de contrato, o jogador perguntou se poderia estender o compromisso até o fim de 2012. Diante da resposta negativa pediu dispensa, alegando ter proposta de um clube da Série B, provavelmente o Goiás.