Atletico-MG

100% culpado

Galo afasta seis e Kalil assume total responsabilidade pela péssima campanha no Brasileiro

Paulo Galvão

Com a equipe vivendo uma das piores sequências de sua história – vem de seis derrotas –, a diretoria e a comissão técnica do Atlético decidiram dar uma chacoalhada no clube justamente às vésperas do clássico com o Cruzeiro, domingo, às 18h, na Arena da Baixada, pela 19ª rodada do Brasileiro. Os armadores Giovanni Augusto e Wendell, o volante Toró e o lateral-esquerdo Guilherme Santos estão fora dos planos, juntando-se a Patric, afastado na semana passada. O lateral-direito Roger e o armador e atacante Leleu foram devolvidos às categorias de base.


 O presidente Alexandre Kalil convocou a torcida a ajudar o time a sair da situação ruim –  18º lugar, a três pontos do Grêmio, primeiro fora da zona de rebaixamento. No início da semana, em redes sociais na internet, surgiram convocações para manifestação contra a diretoria, inclusive com enterro simbólico de Kalil.

“Se quer protestar, que proteste, se é que isso adianta alguma coisa. Mas proponho ao torcedor atleticano que faça uma coisa nova: abrace esse time, o treinador, a comissão técnica. Vamos ajeitar a equipe!. Por isso estou pedindo esse abraço”, declarou o presidente.

reeleição Ele aproveitou a entrevista coletiva para anunciar que se cansdidatará à reeleição em dezembro e para se defender das críticas. Além de exaltar o trabalho de sua administração nos campos administrativo e financeiro, com o pagamento de dívidas e melhora da infraestrutura, tentou explicar os motivos de o time não engrenar na temporada: fracassou no Estadual, nas Copas do Brasil e Sul-Americana e pena no Brasileiro.

“Quando você pega um técnico que já está há cinco meses no clube e ele inicia a temporada (Dorival Júnior), isso é planejamento. Ele pediu jogadores, dispensou outros, mas não deu certo. Ou seja, houve planejamento”, argumentou Kalil, para quem os torcedores apoiaram as medidas tomadas. “Essa mesma torcida que está p... da vida, como eu estou, foi buscar o Vanderlei Luxemburgo no aeroporto, foi buscar o Réver, o Dudu (Cearense), o Richarlyson, o André, o Guilherme... Tudo foi tentado para fazer o melhor.”

Ele atribuiu parte do fracasso às obras para a Copa’ 2014. “Dois terços da minha administração serão sem o Mineirão. Não é desculpa, mas não pode ser ignorado. O prejuízo financeiro e técnico de não jogar é muito grande.” Sobre as constantes mudanças no grupo, admitiu ter cometido um “erro brutal” ao negociar Obina com o chinês Shandong Luneng. “Fui induzido...” Mas não disse por quem. Quanto a Tardelli, garantiu: a transferência para o Anzhi era inevitável.

Cuca e o seu facão

 Preparar lista de dispensa não é prática nova do técnico Cuca, que chegou ao Galo há 15 dias. Em 2008, no Santos, ele dispensou três jogadores (o zagueiro Evaldo, o armador Vítor Júnior e o atacante Trípodi) e mandou quatro de volta à base – entre eles Paulo Henrique Ganso. No ano seguinte, no Fluminense, afastou sete atletas: o goleiro Fernando Henrique, os laterais Ruy e Paulo César, os volantes Fabinho e Wellington Monteiro e até seu capitão, o zagueiro Luiz Alberto. A atitude teve fruto, uma vez que obteve 14 vitórias em 25 jogos, salvando o Flu do rebaixamento. Em março, no Cruzeiro, ele dispensou os zagueiros Edcarlos e Fabrício Carioca, o armador Pedro Ken e os atacantes Farías, André Dias e Reis. (Renan Damasceno)