O Atlético esperou 13 anos para voltar {a disputar a Copa Libertadores. Dirigentes, jogadores, Cuca e a comissão técnica não querem fazer feio, por isso, a equipe se prepara em duas frentes de trabalho. Enquanto o técnico tenta colocar o alvinegro nos eixos, a quatro dias da estreia contra o São Paulo (quarta-feira, às 22h, no Independência), longe dos holofotes outros funcionários cuidam de toda a estrutura para que os atletas possam brilhar em campo.
Cada partida do Galo é planejada pelo supervisor Carlos Alberto Isidoro, responsável por todas as etapas de logística, como preparação das viagens, hotéis, inscrição de jogadores e documentações. Desde que o Atlético conheceu seus adversários no Grupo 3 – antes da inclusão do tricolor do Morumbi já estavam garantidos o Arsenal de Sarandí (Argentina) e o Strongest (Bolívia) –, ele começou a traçar todo o planejamento, sobretudo para os jogos fora de casa.
Para atuar nos 3,6 mil metros de altitude de La Paz, o Galo deve ir pelo menos uma semana antes para a capital boliviana, como determinou Cuca. Já a viagem para Sarandí será feita três dias antes do confronto, marcado para o dia 26.
Às vezes é preciso se preocupar com a segurança por causa da tietagem, principalmente sobre Ronaldinho Gaúcho. Para tanto, o clube tem três profissionais fixos: Jorge Fraga, Lúcio Fábio e Wanderson Dener. “Se julgarmos necessário por causa do aumento do serviço, podemos ter um acréscimo”, explica Carlos Alberto.
O assistente da comissão técnica Bernardo Motta é outro que trabalha fora dos gramados em benefício do time. Ele fica por conta de buscar informações dos adversários e repassá-las a Cuca. Seu trabalho é ver as características e estilo de cada jogador, usando aplicativos de computador e a internet. “Tenho de estar bem informado, porque o Cuca monta a equipe em cima da forma como o adversário joga.” Entre as missões de Bernardo estão analisar as contratações dos adversários, os perfis de cobradores de pênaltis e o estilo dos goleiros na defesa das cobranças, além de atletas que o Galo pode explorar em jogadas aéreas ou nos contra-ataques.
O cinegrafista Alexandre Ceolin também dá sua contribuição para a equipe. Ele seleciona imagens de partidas dos adversários para auxiliar a comissão técnica nas preleções. Nos últimos dias, Ceolin assistiu aos jogos do São Paulo pelo Campeonato Paulista e ficará responsável por captar lances do Arsenal e do Strongest.
HISTÓRIAS
O massagista Belmiro Oliveira é mais um na retaguarda. Ele ajuda a selecionar os materiais para partidas e viagens, como camisas, bolas e equipamento médico. Ao lado dele está o auxiliar Rubens Pinheiro, o Ligeirinho.
Belmiro trabalha no clube há 44 anos e esteve presente nas quatro participações do Galo na Libertadores – 1972, 1978, 1981 e 2000. Entre muitas histórias guardadas na memória, há muitos casos engraçados, mas também revolta com alguns episódios – como a eliminação em 1981 diante do Flamengo, no polêmico duelo no Serra Dourada, no qual o árbitro José Roberto Wright expulsou cinco jogadores do Galo (Éder, Reinaldo, Palhinha, Chicão e Osmar Guarnelli), encerrando a partida por falta de número mínimo de atletas. “Essa eliminação não dá para aceitar.”
GOL DE TARDELLI
Cuca orientou ontem o primeiro treino com bola antes do confronto contra o São Paulo, na quarta-feira. Tardelli, que marcou um gol, atuou pelo lado esquerdo e Bernard foi deslocado para a direita. Jô permaneceu na área. Já Ronaldinho Gaúcho, que retornou da Seleção Brasileira, fez apenas trabalho físico. Inicialmente, Araújo treinou no lugar do armador. Depois, o treinador testou Rosinei na função. O Galo volta a treinar nesta manhã na Cidade do Galo.