Saiu no começo da tarde de sua cidade, de carro, pouco importando com a bronca de sua mulher: “Claro que ela não queria que eu viesse, mas estou aqui. Fui a Buenos Aires, para o jogo contra o Arsenal e voltei ainda mais confiante. Mas é importante eu destacar que fomos muito bem tratados lá, melhor do que em muitos jogos no Rio, São Paulo e outros estados”. Com 140 quilos, Chiquinho Rosa, como é conhecido, lembrou de 1999: “Eu estava no Barradão, quando perdemos o primeiro jogo para o Vitória, e fiquei lá para o segundo. Fizemos 3 a 0 e voltamos com a vaga na final do Brasileiro. Para o Galo, tudo. Estou sentindo que 2013 é o nosso ano”.
Valeu a pena o esforço dele e de outros. Quando o time entrou ao som do hino, com fogos de artifício, proporciou um dos mais belos espetáculos nos 62 anos de existência do estádio, inaugurado com a Copa do Mundo de 1950. O céu estava cheio de estrelas. Ficou colorido de vermelho, verde e amarelo. A bola rolou e Gustavo Caram, de 39 anos, de Brumadinho, não se conteve: “Nosso time está jogando fácil, bonito. Aqui é a nossa casa, aqui a gente faz ferver”. Lembrou-se do Mineirão, do tropeiro de lá e depois de saborear pela primeira vez o do Independência não hesitou: “Vim aqui pelo Galo, mas também por este tropeiro. O do Mineirão era melhor, com ovo frito. O daqui parece que foi esquentado em micro-ondas”.
Faltou a cerveja As torcedoras Joana Werneck e Margareth Freitas também confirmaram que o tropeiro do Mineirão tem o seu sabor especial: “Mas o daqui não está ruim. Dá para comer”. Foram 1.500 no total ao preço de R$11. À medida que os torcedores Galo na Veia foram chegando e se direcionaram ao bar 7, lá encontravam a tradicional comida mineira. “Gostei”, assegurou o estudante Roberto Felicio Nascimento. Mas Gustavo Caram reclamou da cerveja: “Tropeiro tem de ter uma cerveja, como uma Coca-Cola exige uma pipoca”.