Empresário brasileiro, Alessandro Rodrigues Reis, de 33 anos, fundou torcida alvinegra com 50 amigos, por uma rede social: os Embaixadores do Galo, organização sem fins lucrativos e que tem ações. Cada integrante paga mensalmente R$ 25, convertidos em bonés, cachecóis, bandeiras e adesivos a serem distribuídos nos locais em que o time jogar. Além disso, compram donativos para escolas e creches de Belo Horizonte e para pessoas carentes das cidades que visitam. O primeiro destino foi a argentina Sarandí. O segundo, La Paz.
Hoje o grupo é composto por 86 atleticanos, que pagam do próprio bolso as viagens pela América do Sul. “São 20 pessoas que vieram à Bolívia. Alguns desistiram por causa da violência no jogo do Corinthians (em Oruro), mas nós estamos aqui para animar a cidade”, afirmou Alessandro, que em nenhum momento se assustou com a altitude de 3,6 mil metros da capital boliviana. “Adoro aventuras. Já subi o Pico da Bandeira sete vezes e nunca senti o desgaste. Aqui na Bolívia também não houve qualquer tipo de reação estranha”, contou o empresário, que levou na mochila 30 CDs com músicas alusivas ao Galo, 150 adesivos e 15 bonés.
Pela primeira vez os primos Juscelino Daldegan, de 44 anos, e João Alexandre, de 37, e o amigo Nicácio Júnior, de 36, moradores de Divinópolis, se animaram a ir a uma partida do Atlético fora do Brasil. Eles não foram à Argentina e confessaram o arrependimento, uma vez que a massa compareceu em grande número e o time brilhou em campo. Por isso, partiram cheios de confiança do Brasil na segunda-feira.
“Se o Galo for longe na Libertadores, nós estaremos juntos. A sensação de apoiar o time fora do Independência é indescritível”, garante Juscelino, dono de microempresa de ônibus na cidade do Centro-Oeste mineiro. “Sem dúvida, a equipe vai nos dar alegria, porque tem um time forte”, comentou João Alexandre.
OPORTUNIDADE Mineiro de Abaeté, na Região Central do estado, Maurício Ferreira, de 28 anos, mora na Bolívia e aproveitou a chance para ver o alvinegro em ação. Ele se mudou para La Paz há dois anos na tentativa de realizar um sonho: cursar medicina. Enquanto as faculdades brasileiras são caras, na capital da Bolívia ele paga menos de R$ 1 mil em universidade particular e tem aulas em período integral. “O custo de vida aqui é menor. Dá para estudar e viver tranquilamente, porque as coisas são mais baratas. Outros brasileiros fazem o mesmo. Na minha universidade são pelo menos 20.”
Na Bolívia, Maurício vive com a mulher, Egle Oliveira, com quem divide a paixão pelo Galo. Sempre que pode, eles acompanham os jogos pela internet e leem os noticiários sobre o clube do coração. Mas o estudante também comparece aos principais jogos na Bolívia. Quando o São Paulo encarar o Tigre, ele pretende estar no estádio.