Na única vez em que decidiram uma competição internacional, o Galo levou a melhor. Pela Conmebol, em 1992, o alvinegro venceu o duelo de ida, no Mineirão, por 2 a 0, justamente o placar conquistado pelos paraguaios agora, nesta decisão da Libertadores. Na volta, a taça foi levantada em Assunção, mesmo com o revés por 1 a 0.
Quem levantou a troféu naquele naquele ano foi o capitão Paulo Roberto Prestes. Ele foi o dono da lateral esquerda do Atlético por dez anos e conquistou cinco estaduais, além do torneio da Conmebol.
Aos 49 anos, Paulo Roberto acredita no título da Copa Libertadores nesta quarta-feira. Para o ex-jogador, o Atlético tem de mostrar contra o Olimpia o que já fez durante a competição para chegar ao seu principal objetivo na temporada.
"Acredito no título. Se jogar o que sabe, com aquela atitude e o futebol mostrados no começo da Libertadores, o Atlético será campeão. Eles (jogadores) têm futebol e já mostraram em muitas oportunidades. Mas todo mundo tem que querer, tem que mostrar raça, determinação e gana para vencer. Isso será primordial para a conquista do título", disse o ex-lateral.
Em 92, o Atlético venceu o primeiro jogo por 2 a 0 e o Olimpia não conseguiu reverter, vencendo apenas por 1 a 0. Mas, desta vez, o gaúcho declarado atleticano diz que a superioridade técnica do Atlético tem que fazer a diferença dentro de campo.
"São situações parecidas entre as decisões. Mas desta vez o nosso time é muito superior ao Olimpia. Isso tudo tem que ser mostrado dentro de campo. Converso com muitas pessoas e todos falam que futebol hoje é muito mais físico. É 90% de transpiração e 10% de técnica. O time tem que mostrar para o torcedor isso: a atitude de vencedor. É o que faltou no primeiro jogo", completou.
Galo tem que ser aguerrido
Esta é a terceira decisão de competições da Conmebol disputada pelo Atlético. Além da final contra o Olimpia, o alvinegro venceu o Lanús na Copa Conmebol em 97.
Paulo Roberto acredita que as decisões têm algo em comum e que o futebol sul-americano tem uma característica própria que o difere do brasileiro. Ele explica como os paraguaios estarão em campo na última partida da Libertadores.
"Jogar com paraguaio, principalmente em final, é igual enfrentar argentino, uruguaio. Eles têm característica aguerrida, principalmente na Copa Libertadores. Se destacam na parte física, com muita pegada, marcação e vibração. Eles sabem que só assim podem superar o futebol brasileiro, que tem uma técnica muito maior. Mas essas características que as equipes sul-americanas costumam ter não podem faltar ao Atlético no Mineirão. Tem que mostrar garra para sair com o título", afirmou.
O ex-jogador atleticano dá dicas para que os jogadores não fiquem ansiosos e entrem ligados em campo. "O Atlético precisa entrar e jogar. Não pode ficar olhando pro relógio, desesperado a cada minuto que passa. Tem que passar confiança para o torcedor, para ouvir a retribuição das arquibancadas. No fim do jogo, se der certo, pode comemorar a conquista, que será merecida. Se não der, tem que sair de campo todo mundo exausto, tendo lutado pelo título a cada lance. A torcida do Galo gosta disso, é uma tradição do clube. Mas o time não pode apavorar, porque a situação pode piorar".
Confiança em Ronaldinho
Depois da primeira partida da decisão e das últimas atuações ruins, Ronaldinho Gaúcho começou a ser questionado por alguns torcedores e foi taxado de jogador que não é decisivo. Paulo Roberto sabe que o meia é a peça principal do Atlético e espera que ele esteja inspirado para dar a Copa Libertadores ao Atlético.
"O time depende muito do Ronaldinho. Quando ele joga bem, todos jogam. É o termômetro do Atlético. Tem cinco ou mais jogos que ele não vai bem e rendimento do time cai muito. Espero que ele esteja inspirado para que o Galo possa conquistar sua primeira Libertadores", ressaltou.
Atleticano, Paulo Roberto confia no título e dá o seu palpite para a decisão de logo mais no Mineirão. "Acredito na vitória por 3 a 0. Os gols serão de Bernard, Jô e Tardelli, que vai fazer o gol do título", concluiu.