Atletico-MG

Aposta no Gigante

Galo transfere para o Mineirão confronto direto pela liderança do Campeonato Brasileiro com Sport. De olho na arrecadação, diretoria pretende mandar mais jogos no estádio

Roger Dias

Diante do sucesso de público na vitória sobre o Joinville por 1 a 0 (55.987 torcedores), a diretoria do Atlético mostrou-se eufórica com a possibilidade de arrecadar mais e não pensou duas vezes: também mandará no Mineirão o jogo contra o Sport, dia 8, pela 12ª rodada do Campeonato Brasileiro. A definição saiu ontem, após reunião com a Minas Arena. O clube, inclusive, abriu novas negociações com a empresa para levar outras partidas para o Gigante da Pampulha, ainda pelo turno da competição. A ideia é utilizar o estádio, ainda, para confrontos da reta final da Série A e da Copa do Brasil.


A cúpula entende que o jogo diante do rubro-negro pernambucano terá atrativo especial, a disputa da liderança do Nacional, e, portanto, a procura por ingressos será grande. A tendência é que haja mais promoções para os sócios Galo na Veia, além de preços reduzidos. Como o Atlético não tem contrato com a empresa que administra o estádio, é necessário negociar cotas e taxas jogo a jogo, dependendo do caráter de cada confronto.

Nas duas vezes em que atuou como mandante na Pampulha, o Galo teve sucesso de bilheteria e de arrecadação: antes do triunfo sobre o Joinville, o clube levou 53.772 pessoas – com renda de quase R$ 2,4 milhões – na decisão do Campeonato Mineiro, diante da Caldense. No domingo, a receita foi superior a R$ 1,5 milhão. Em ambas as ocasiões, a diretoria fez promoções para os associados do Galo na Veia. O ingresso mais caro custou R$ 60, bem inferior ao valor cobrado em outras arenas do país.

“Pensamos em jogar mais vezes no Mineirão, onde o público tem boa aceitação. Mas isso depende de conversa com a Minas Arena para que o negócio seja viável”, ressalta o presidente alvinegro, Daniel Nepomuceno, que vem mantendo conversas frequentes com a Minas Arena. A principal diferença em relação ao vínculo assinado com o Cruzeiro é o ingresso VIP: em jogos do alvinegro, parte dos 7 mil bilhetes dos setores mais caros, pertencentes à concessionária, são negociados a preços populares – nas partidas da Raposa, esse acordo não existe e, nesse local, na maioria das vezes, as cadeiras ficam vazias.

CRITÉRIOS Para mandar um jogo no Mineirão, o Galo leva em consideração não só a questão financeira, mas também os aspectos técnicos do adversário e a importância das partidas. Cogitou-se, por exemplo, a possibilidade de mudar o local do jogo contra o Internacional, pelas oitavas de final da Copa Libertadores, mas no fim das contas ele acabou sendo disputado no Independência mesmo– terminou empatado por 2 a 2.

Mesmo que atuar no caldeirão do Horto seja favorável tecnicamente, no lado financeiro o clube não consegue rendas tão altas, se comparadas às do Mineirão. A maior arrecadação em 2015 foi justamente a do jogo contra o Colorado (R$ 1.197.920, com 19.553 pagantes). Desde a reinauguração, a maior renda do Independência foi registrada na vitória sobre o Cruzeiro por 2 a 0, na decisão da Copa do Brasil do ano passado: R$ 4.731.300.

O técnico Levir Culpi já deixou claro sua opinião a respeito de jogar no Horto ou na Pampulha: “Os confrontos no Mineirão se tornam válidos pelo aspecto financeiro, porque o clube pode arrecadar mais dinheiro, que será usado para pagar os salários e manter as despesas. Mas, no Independência, a equipe é mais incisiva. Também acho bacana as promoções para aproximar o torcedor, com ingressos mais baixos. As respostas são muito boas”.