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Mapa da mina: rivais têm explorado falhas nas laterais do Galo e setor direito tem sido alvo

Atlético tem dificuldade em acertar a marcação pela lateral direita

Luiz Martini

Marcos Rocha tem respaldo da torcida, mas tem sido cobrado por espaço na direita
O “calcanhar de Aquiles”do Atlético tem sido as infiltrações pelas laterais, principalmente na direita defensiva. Nos últimos jogos, o Galo apresentou falhas de marcação na ala direita que culminaram em gols dos rivais e perda de pontos preciosos na tabela do Campeonato Brasileiro. Cinco dos últimos sete tentos sofridos ocorreram no espaço ocupado pelo camisa 2 alvinegro.


Marcos Rocha é o dono do setor e tem prestígio no clube pelos feitos conquistados. Porém, desde que voltou de lesão, ele ainda não conseguiu repetir o desempenho que o levou a ser eleito o melhor lateral do Nacional por três anos consecutivos. Contudo, vale destacar que ele não é o único culpado pelos tentos sofridos, pois a cobertura da zaga não tem ocorrido com eficácia e há um desequilíbrio na recomposição de volantes e meias.

O lateral comentou as poucas vaias da torcida durante o jogo contra o Figueirense. "Fiquei chateado por ter saído, mas o Levir ficou preocupado de uma expulsão na partida. Mas é normal, a equipe não vem bem. Se tivesse ganhado, não aconteceriam as vaias. Mas é dentro de campo que a gente resolve. A torcida veio, pagou ingresso e tem direito de cobrar. Enquanto está dentro de campo faz parte", disse Rocha.

O Superesportes fez um mapa dos gols sofridos pelo Galo desde que Marcos Rocha voltou ao time, na partida contra o Corinthians, na Arena Itaquera.

Corinthians x Atlético


No duelo em São Paulo, o tento dos donos da casa ocorreu depois que uma troca de passes entre Leonardo Silva e Rafael Carioca foi interceptada e, com o zagueiro e Marcos Rocha na intermediária adversária, os paulistas lançaram nas costas da direita e Vágner Love cruzou para Malcom, no meio da grande área, arrematar de canhota.

A defesa passou ilesa contra o Figueirense pelo Campeonato Brasileiro, apesar de ter levado muitos sustos. A vitória veio em pênalti sofrido por Marcos Rocha e convertido por Lucas Pratto.

Atlético x São Paulo


Contra o São Paulo, o Galo se impôs e Rocha provou, mais uma vez, que é importante quando sobe ao ataque. O primeiro gol da vitória por 3 a 1 veio em lançamento do lateral para Lucas Pratto. Mas as falhas no sistema defensivo ocorreram em vários momentos do jogo, e o Tricolor criou algumas chances pelas laterais. O tento de Alexandre Pato nasceu de cruzamento da esquerda e cabeçada por trás da direita, justamente no setor de Rocha.

Atlético x Grêmio


Atlético e Goiás foi um jogo em que a defesa se portou melhor, porém o ataque não funcionou. Foram poucas chances no Serra Dourada. Já contra o Grêmio, duas jogadas dos gaúchos, construídas de formas diferentes, mataram a partida no Mineirão. No gol de Douglas, uma troca de passes do campo de defesa culminou em finalização pelas costas da direita, após arrancada de Giuliano. O mesmo meia recebeu passe no segundo tempo, novamente pela lateral, para invadir a área e rolar para Luan.

Chapecoense x Atlético


O jogo contra a Chapecoense teve interferência da arbitragem, mas não deixou de ser uma amostra dos problemas pelas laterais. Dessa vez a esquerda, em que Pedro Botelho foi titular, mostrou fragilidade e o lateral foi batido com facilidade por Apodi, que dominou com o braço, mas deu sequência na jogada e driblou o marcador para fazer o segundo gol dos catarinenses, perto do fim do jogo. O primeiro havia sido de falta, após passe errado de Dátolo sobrar para Ananias. O atacante foi empurrado por Léo Silva, que acabou expulso.

Atlético x Figueirense

Por fim, na estreia da Copa do Brasil, o Galo voltou a sofrer com a bola nas costas do lateral. Clayton recebeu por trás de Marcos Rocha e saiu pela diagonal para guardar na meta de Victor. O Galo se livrou da derrota com o gol de cabeça marcado por Leonardo Silva.

Marcos Rocha deixou o jogo no segundo tempo e chegou a ser vaiado por uma minoria no estádio. A maior parte dos torcedores aplaudiu o jogador.

Estilo ofensivo e Patric

O estilo de jogo ofensivo do Galo faz com que o time sofra com as bolas diagonais. A equipe de Levir preza pela posse de bola e ritmo intenso, mas deixa espaços e sobrecarrega alguns setores, principalmente a dupla Leonardo Silva e Marcos Rocha. O zagueiro não tem tanta velocidade, apesar de ter experiência e força na jogada aérea. Já o lateral precisa recuperar a melhor forma física para combater com mais eficiência. No outro lado, Jemerson e Douglas Santos têm apresentado mais força no duelo contra os adversários.

Uma opção para o Atlético na direita pode ser Patric. O técnico Levir Culpi indicou que o lateral, líder de assistências no Brasileiro, pode resolver o imbróglio com o Galo e voltar aos planos. Ele nunca foi unanimidade entre os torcedores, mas perdeu espaço em sua melhor fase no clube. Luan é outro que voltou de lesão recentemente e pode ajudar mais o setor direito com a evolução física. A parceria entre o meia e Marcos Rocha já foi proveitosa em muitas oportunidades no Atlético.