Segundo Nepomuceno, o estádio facilita o arremesso de objetos no gramado e, por receio de perder o mando de campo, adotou a medida. “Vamos ter uma conversa com a BWA para trazer mais segurança, para o torcedor não beber nas cadeiras. O que eu nunca posso arriscar é a parte técnica. O outro jogo teve o risco de perder o mando de campo. O clima não está dos melhores (arbitragem). Eu não posso arriscar de ter uma reincidência de objetos jogados no campo. Se isso é ou não uma ligação direta com a bebida, ninguém vai poder chegar e falar que é isso. Mas se aconteceu em um jogo polêmico, e houve eficiência de identificar os torcedores, fomos precavidos. Depois de conversar com todos os setores, me disseram de forma unânime: o clima mudou, foi complicado. A gente não conseguiu trabalhar na questão de melhorar a segurança para não sermos punidos. Até que consiga isso, são várias medidas que podem ser tomadas: mais gente, mais câmera, pontos específicos de bebidas. Eu sou um dos incentivadores. Fizemos isso (suspender a venda) para atrair mais torcedores e pensando no ponto de vista econômico, com parceiros do clube. Foi a solução mais sensata”, disse o mandatário ao Superesportes.
O presidente do Atlético disse ainda que no Mineirão, com a estrutura diferenciada, a cerveja deve continuar sendo comercializada. “O Mineirão tem uma estrutura diferente, logística diferenciada. No Independência, em qualquer ângulo do estádio, a pessoa pode arremessar um objeto. A gente tem que ser precavido”, completou.
A decisão do clube ocorre depois de torcedores atirarem dois copos de cerveja e um tênis no gramado durante a partida contra o Atlético-PR, no Independência, pela 22ª rodada, marcada por decisões polêmicas do trio de arbitragem. Naquela ocasião, um vidro que impede o acesso do público ao gramado também chegou a se romper durante protestos. Todos os torcedores envolvidos nessas ocorrências foram identificados, o que livrou o clube de punições.
O Atlético comercializou cerveja em quatro jogos como mandante desde a sanção da Lei pelo governador de Minas, Fernando Pimentel, no início de agosto.