Superesportes

ATLÉTICO

Carlinhos Neves isenta "era Aguirre" de série de lesões no Atlético e culpa calendário brasileiro

Coordenador técnico do Galo comentou os muitos casos de contusões no clube

Rodrigo Fonseca
Como coordenador técnico, Carlinhos Neves acompanhou de perto o trabalho de Diego Aguirre no Galo - Foto: Bruno Cantini/ Atlético

A série de lesões no Atlético, que tiveram como reflexo uma desfiguração do time titular alvinegro, provocaram também uma reação dentro do clubeNesta terça-feira, o coordenador técnico Carlinhos Neves foi até a sala de imprensa dar explicações sobre o casoDe cara, isentou a comissão técnica anterior, comandada por Diego Aguirre, das seguidas contusões no elencoA causa, segundo ele, é o calendário do futebol brasileiro.

Ex-preparador físico do Galo - campeão com a equipe na Libertadores, Recopa e Copa do Brasil -, Carlinhos Neves, que também tem trabalhos em outros grandes clubes e na Seleção Brasileira, é referência na áreaComo coordenador técnico acompanhou de perto a filosofia implantada por Fernando Pignatare, profissional da preparação física de Aguirre.

“Continuo com mesma posição em relação à comissão do Aguirre, cujo trabalho nos levou à final do Mineiro e às quartas da LibertadoresCada profissional tem seus métodosO que houve foi uma sequência de partidas difíceisA equipe estava acostumada a jogar uma vez por semana, passamos a jogar duas vezes”, disse.

Diego Aguirre implantou um rodízio no elenco durante os cinco meses à frente do Atlético, escalando reservas em jogos do Campeonato Mineiro e da Primeira LigaO treinador uruguaio fez algo parecido ano passado no Internacional e também deixou o clube sob questionamentos.

“Não conheço o histórico do InterO trabalho no Atlético foi muito bem desenvolvidoCoincidiu a saída do Aguirre no mês de maio, o mais difícil
Se vocês voltarem, vão perceber o tanto que foi difícil jogar contra América, Racing e São PauloNo jogo contra o Grêmio, eles tiveram três jogadores substituídos no 1º tempoO Atlético tem os melhores profissionais em cada áreaNão há ninguém principiante, fazendo loucura”, ressalta Carlinhos Neves.

Nas últimas semanas, com decisão de Campeonato Mineiros (derrota para o América) e mata-mata de Libertadores (superou o Racing, mas caiu frente ao São Paulo nas quartas de final), 11 jogadores passaram pelo departamento médico do Atlético: Leonardo Silva, Lucas Pratto, Dátolo, Carlos Eduardo, Mansur, Clayton, Edcarlos, Yago, Carlos, Junior Urso e RobinhoOs três últimos já foram liberadosOutro sob cuidados médicos é Luan, mas o atacante vem se recuperando de cirurgia no joelho há mais tempo.

“Historicamente, o mês de maio é difícilQuestão toda é que desde as oitavas da Libertadores, que coincidiu com finais do Mineiro, passamos a ter jogos muito intensosFoi o momento em que repetimos a equipe, o que não acontecia antesA equipe sentiu nesse momento de jogos seguidos, porque tempo de recuperação é muito menorRealmente, a gente assume que passou da média histórica
Nunca tivemos tantos jogadores lesionados ao mesmo tempo”, diz o coordenador técnico.

Carlinhos Neves ainda faz questão de explicar como algumas lesões ocorreram no Galo e ressaltar os obstáculos do calendário: “Perdemos Leonardo Silva, um jogador de 37 anos, em um risco calculadoEle sentia, mas era possível ser escaladoPerdemos o Pratto na comemoração do primeiro gol contra o São PauloO Carlos, no intervalo, pediu para ser substituído, e Pratto quis continuar, o que pode ter agravado a lesãoDepois, fomos a CuritibaFui eu que treinei a equipeJogamos bem contra Atlético-PREm seguida, com poucos treinos, jogamos contra Grêmio e VitóriaVoltamos de Salvador com pouco tempoEsse momento é muito críticoAlém do calendário ser mal elaborado, os jogos são mal distribuídosDepois, jogaremos quatro partidas num mêsContinuo com posição de que é necessário distribuir melhor os jogosNão aconteceu somente com AtléticoTodos os clubes têm jogadores em número alto lesionados nessa épocaNa final da Champions League, vimos jogadores escolhidos a dedo sofrendo muito, com câimbra, saindo lesionados, porque hoje, até em função da alta performance física, aumentou muito a distância percorrida pelos atletasPor mais que tenha trabalho de prevenção, é impossível não ter jogadores lesionadosIsso só diminuirá quando tivermos jogos mais bem distribuídos.”