A série de lesões no Atlético, que tiveram como reflexo uma desfiguração do time titular alvinegro, provocaram também uma reação dentro do clubeNesta terça-feira, o coordenador técnico Carlinhos Neves foi até a sala de imprensa dar explicações sobre o casoDe cara, isentou a comissão técnica anterior, comandada por Diego Aguirre, das seguidas contusões no elencoA causa, segundo ele, é o calendário do futebol brasileiro.
Ex-preparador físico do Galo - campeão com a equipe na Libertadores, Recopa e Copa do Brasil -, Carlinhos Neves, que também tem trabalhos em outros grandes clubes e na Seleção Brasileira, é referência na áreaComo coordenador técnico acompanhou de perto a filosofia implantada por Fernando Pignatare, profissional da preparação física de Aguirre.
“Continuo com mesma posição em relação à comissão do Aguirre, cujo trabalho nos levou à final do Mineiro e às quartas da LibertadoresCada profissional tem seus métodosO que houve foi uma sequência de partidas difíceisA equipe estava acostumada a jogar uma vez por semana, passamos a jogar duas vezes”, disse.
Diego Aguirre implantou um rodízio no elenco durante os cinco meses à frente do Atlético, escalando reservas em jogos do Campeonato Mineiro e da Primeira LigaO treinador uruguaio fez algo parecido ano passado no Internacional e também deixou o clube sob questionamentos.
“Não conheço o histórico do InterO trabalho no Atlético foi muito bem desenvolvidoCoincidiu a saída do Aguirre no mês de maio, o mais difícil
Nas últimas semanas, com decisão de Campeonato Mineiros (derrota para o América) e mata-mata de Libertadores (superou o Racing, mas caiu frente ao São Paulo nas quartas de final), 11 jogadores passaram pelo departamento médico do Atlético: Leonardo Silva, Lucas Pratto, Dátolo, Carlos Eduardo, Mansur, Clayton, Edcarlos, Yago, Carlos, Junior Urso e RobinhoOs três últimos já foram liberadosOutro sob cuidados médicos é Luan, mas o atacante vem se recuperando de cirurgia no joelho há mais tempo.
“Historicamente, o mês de maio é difícilQuestão toda é que desde as oitavas da Libertadores, que coincidiu com finais do Mineiro, passamos a ter jogos muito intensosFoi o momento em que repetimos a equipe, o que não acontecia antesA equipe sentiu nesse momento de jogos seguidos, porque tempo de recuperação é muito menorRealmente, a gente assume que passou da média histórica
Carlinhos Neves ainda faz questão de explicar como algumas lesões ocorreram no Galo e ressaltar os obstáculos do calendário: “Perdemos Leonardo Silva, um jogador de 37 anos, em um risco calculadoEle sentia, mas era possível ser escaladoPerdemos o Pratto na comemoração do primeiro gol contra o São PauloO Carlos, no intervalo, pediu para ser substituído, e Pratto quis continuar, o que pode ter agravado a lesãoDepois, fomos a CuritibaFui eu que treinei a equipeJogamos bem contra Atlético-PREm seguida, com poucos treinos, jogamos contra Grêmio e VitóriaVoltamos de Salvador com pouco tempoEsse momento é muito críticoAlém do calendário ser mal elaborado, os jogos são mal distribuídosDepois, jogaremos quatro partidas num mêsContinuo com posição de que é necessário distribuir melhor os jogosNão aconteceu somente com AtléticoTodos os clubes têm jogadores em número alto lesionados nessa épocaNa final da Champions League, vimos jogadores escolhidos a dedo sofrendo muito, com câimbra, saindo lesionados, porque hoje, até em função da alta performance física, aumentou muito a distância percorrida pelos atletasPor mais que tenha trabalho de prevenção, é impossível não ter jogadores lesionadosIsso só diminuirá quando tivermos jogos mais bem distribuídos.”