2

Atleticano de coração, Vander Lee sempre teve o futebol presente em sua obra e vida

Cantor e compositor morreu nesta sexta-feira, aos 50 anos

05/08/2016 10:29 / atualizado em 05/08/2016 10:39
compartilhe
Compositor exaltou o futebol em sua música
foto: REPRODUÇÃO

Compositor exaltou o futebol em sua música

O cantor e compositor Vander Lee, morto na manhã desta sexta-feira em decorrência de um aneurisma no coração, sempre esteve ligado ao mundo do futebol. A canção “Galo e Cruzeiro” é uma de suas obras mais conhecidas e retrata, com bom humor, a história de um casal formado por um atleticano e uma cruzeirense.

“Na hora do cruzamento, ela deu impedimento ou falta no goleiro / Pra aumentar meu tormento, meu irmão, eu sou Galo e ela é Cruzeiro / Com o gol anulado, saí do gramado, voltei pro chuveiro / Isso tudo porque, meu irmão, eu sou Galo e ela é Cruzeiro”, diz trecho da música "Galo e Cruzeiro".

Em entrevista ao Uol em 2011, Vander Lee disse que a inspiração surgiu da observação do dia a dia. “Tirei do cotidiano. Fiz um trocadilho entre o futebol e a relação de um casal para ter um duplo sentido, mas nunca namorei uma cruzeirense. Não que eu saiba e também nunca briguei por futebol”, contou.

Atleticano, Vander Lee sempre fez questão de ressaltar seu amor pelo futebol. “Batia pelada na rua. Sou da geração do Reinaldo, Toninho Cerezo, Luizinho. Para mim, o time do final de 70 foi o melhor que o Galo já teve até hoje, com mais expressão”, salientou, em entrevista em 2011, antes do título da Copa Libertadores em 2013.

O compositor se aproximou ainda mais do Atlético após a queda para a Segunda Divisão, em 2006. “Saiu de uma situação que não precisava ter entrado. Os torcedores se aproximaram mais do clube e o ajudou ao acesso. Foi muito legal”, recordou.

Vander Lee era separado e deixa 3 filhos. Ele se firmou como um dos principais nomes da música mineira com nove discos, entre registros ao vivo e em estúdio. Vander Lee tinha 19 anos de carreira.



Galo e Cruzeiro


Minha Preta não fala comigo
desde primeiro de janeiro
Ela me deu a mala eu fui dormir na sala,
fiquei sem dinheiro
Não tem mais feijoada, nem vaca atolada,
rabada ou tropeiro
Já fez greve de cama diz que não me ama,
quebrou meu pandeiro

Na hora do cruzamento, ela deu impedimento
ou falta no goleiro
Pra aumentar meu tormento, meu irmão,
eu sou Galo e ela é Cruzeiro
Com o gol anulado, saí do gramado,
voltei pro chuveiro
Isso tudo porque, meu irmão,
eu sou Galo e ela é Cruzeiro

Caí de centro-avante, pra médio-volante,
agora sou zagueiro
No último domingo ela foi jogar bingo
e eu fiquei de copeiro

Ela fala, eu me calo, ela canta de galo
lá no meu terreiro
Ela apita esse jogo, ela é quem bota fogo
no nosso palheiro
Ela finge que não, mas no seu coração
ainda sou artilheiro
Só faz isso porque, meu irmão,
eu sou Galo e ela é Cruzeiro
Ela finge que não, mas no seu coração
ainda sou artilheiro
Só faz isso porque, meu irmão,
eu sou Galo e ela é Cruzeiro

Compartilhe