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Torcida garante o maior público do Atlético no ano, mas deixa Mineirão decepcionada em final

Com atuação irregular, Galo desaponta mais de 50 mil pessoas e perde por 3 a 1

postado em 24/11/2016 11:00 / atualizado em 24/11/2016 09:34

Ramon Lisboa/EM/D.A Press

Os 90 minutos de um jogo de futebol sintetizam aquele momento da semana em que o ser humano mais olha para o relógio. Se o time está vencendo, o torcedor na arquibancada cronometra o tempo para o apito final. Se está perdendo e o adversário cai no chão para algum tipo de catimba, ele logo bate o polegar no pulso como se alertasse o árbitro para a necessidade de descontos. Ontem à noite, no Mineirão, o tempo foi inimigo implacável do atleticano, que ansiava por uma reação quando, no último minuto do tempo regulamentar, Éverton emendou de primeira o cruzamento de Geromel, enterrando qualquer possibilidade de reação do alvinegro, derrotado por 3 a 1 no jogo de ida da final da Copa do Brasil.

A noite, que começou com fogos e fumaças, terminou com um balde de água fria na torcida que lotou o Gigante da Pampulha e não viu o time corresponder em campo a energia que emanava de fora das quatro linhas. A festa, os gritos e as bandeiras agitadas aos poucos foram dando lugar à incredulidade e apreensão. O tradicional “Vai pra cima deles, Galo” e o hino do Atlético substituídos por “Do time todo eu quero é raça”. O coro de “Eu acredito” trocado por reclamações e vaias estrondosas ao equatoriano Cazares.

Como de costume, a torcida fez barulho. Foi assim desde as primeiras horas da manhã. Buzinas, foguetes e gritos de uma verdadeira legião alvinegra que tomou conta do Mineirão – foram 50.586 pagantes, o maior público do time na temporada – quando o dia ainda estava claro. A chegada do ônibus com os jogadores, duas horas antes do início da partida, fez o lado de fora imergir em fumaça e fogos vermelhos.

Em meio aos gritos de apoio, destaque para o clima amistoso entre atleticanos e gremistas, que dividiram as ruas do entorno do estádio e entraram juntos no Mineirão em clima de paz. “Isso aqui é uma camisa. A gente tem de torcer pelo nosso time, não brigar pelo dos outros”, disse o gaúcho Vinícius Iglin. Com o amigo Juliano Mondino ele tomava uma cerveja com os atleticanos Délio Alves da Silva e Délio Júnior, pai e filho.

Renan Damasceno/EM/D.A Press


A festa continuou em campo, com o mosaico na entrada dos jogadores com a frase “Aqui é Galo” e continuou pela primeira metade da etapa inicial. Ao sofrer o primeiro gol, em bela jogada de Pedro Rocha, aos 29min, a torcida não se abateu e puxou logo o hino do clube. A defesa de Victor no fim da primeira etapa, cara a cara com o mesmo Pedro Rocha, foi comemorada pelos torcedores como se o alvinegro tivesse balançado as redes. Na saída dos atletas, alguns ensaiaram uma vaia, logo abafada por aplausos.

DUCHA DE ÁGUA FRIA O segundo gol de Pedro Rocha aumentou o clima de insatisfação, mas o de Gabriel fez renascer a esperança dos atleticanos, que sonhavam com pelo menos um empate e, com um pouco mais de sorte e competência, até com uma virada. O terceiro gol do Grêmio, porém, enterrou qualquer chance de reação da equipe comandada por Marcelo Oliveira. Quando Éverton, sozinho, completou o cruzamento de Geromel, superando Victor, boa parte da torcida deixou o estádio antes mesmo do apito final de Péricles Bassols.

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