Superesportes

ATLÉTICO

Atlético reencontra Marcelo Oliveira oito meses após demissão: confira o que mudou

Jogadores que viveram bons momentos ano passado, não estão em boa fase

Túlio Kaizer
Técnico foi demitido entre os jogos da final da Copa do Brasil no ano passado - Foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A PressO dia 23 de novembro de 2011 ficou marcado negativamente na carreira do técnico Marcelo Oliveira. A derrota por 3 a 1 do Atlético para o Grêmio, no primeiro jogo da decisão da Copa do Brasil, tirou o treinador do comando alvinegro. Ele nem mesmo comandou a equipe na última partida contra o Tricolor, que terminou empatada por 1 a 1 e com festa dos gaúchos. Agora, oito meses depois da demissão e a mágoa com a diretoria do Galo, o técnico reencontrará seu ex-clube. Domingo, às 16h, no estádio Couto Pereira, o Coritiba recebe a equipe mineira, em sua estreia no comando do Coxa. As duas equipes, que vivem crise técnica e de falta de resultados, tentam dar uma resposta diferente aos torcedores no confronto.
Na época, logo depois da demissão, Marcelo Oliveira concedeu um pronunciamento na Cidade do Galo e se mostrou surpreso com a decisão da diretoria. “Diferente das outras oportunidades que estive aqui para entrevista, hoje fiz questão de dar apenas um depoimento, fui chamado para uma reunião hoje, me surpreendi com o final da reunião e com a saída do clube. Me surpreendi porque temos um jogo, possibilidade de ser campeão. As dificuldades são grandes, mas também tenho consciência de que o jogo de ontem foi frustrante pelo primeiro tempo muito ruim que fizemos e isso gerou uma insatisfação em todos. Foram seis meses de muito boa convivência, queria dizer que surpreende também um técnico sair na condição de estar disputando uma final e já classificado para a próxima Libertadores. Mas a expectativa era grande demais no Mineirão e não conquistamos a vitória da forma como queríamos. Voltei ao Atlético para conquistar títulos, vitórias e fazer com que o time produzisse bem. Não somos infalíveis, mas também não somos incompetentes, trabalhamos com comprometimento, entrega. Só não foi melhor porque isso é futebol, isso é jogo”.

Depois da saída de Marcelo Oliveira e com a chegada de Roger Machado, esperava-se um Atlético mais equilibrado em campo. O técnico gaúcho, no entanto, só encontrou uma solução para um rendimento melhor da equipe na reta final do Campeonato Mineiro, quando passou a armar o time com três volantes. Na época, o time encontrou o seu auge na temporada.

As deficiências da temporada passada seguiram as mesmas. O time encontrou dificuldades na saída de bola, continuou sem muitas ideias para desmontar um adversário que joga totalmente fechado, o que resultou, muitas vezes em ligações diretas e bolas cruzadas na área.

O sistema defensivo melhorou sua média de gols sofridos neste ano. A equipe só levou três gols em duas partidas, ambas pela Copa do Brasil. No entanto, as críticas continuaram, com espaços cedidos aos adversários e falhas individuais. A situação só não foi pior graças às grandes atuações de Victor, que fez milagres em várias partidas no ano.

Jogadores: queda e crescimento


Se no ano passado, Robinho foi o grande nome do Atlético, neste ano o atacante ainda deixa a desejar. O ‘Rei das pedaladas’ era um dos pilares do time de Marcelo Oliveira, mas não rende da mesma forma em 2017. Com o antigo treinador, Robinho jogava mais solto, tinha menos obrigação de marcar e, por isso, estava sempre próximo ao gol. Já neste ano, o camisa 7 teve que participar muito mais do processo defensivo, o que o tirou de perto da área em algumas oportunidades.

Um dos jogadores fundamentais no ano passado, Marcos Rocha não vive bom ano em 2017 - Foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A PressFundamentais no ano passado, principalmente pela participação ofensiva, Fábio Santos e Marcos Rocha não vivem bom ano em 2017. Os dois laterais, principalmente pela sequência de jogos, não conseguem repetir as boas atuações do ano passado e têm sido, constantemente, alvos da fúria dos torcedores.

Por outro lado, o meia Cazares, que viveu altos e baixos com Marcelo Oliveira, virou titular absoluto do Atlético em 2017. O meia já deu 14 assistências para os companheiros, sendo o líder da equipe no quesito, além de ter marcado oito gols. Mesmo que ainda não consiga ser constante, o equatoriano vem se salvando nas atuações ruins da equipe.

Quem também mudou de patamar após a saída de Marcelo Oliveira foi o zagueiro Gabriel. Neste ano, ele virou titular absoluto da equipe e chegou a ser analisado pelo técnico da Seleção Brasileira, Tite, por causa das atuações seguras. Neste ano, ele já foi comparado a Thiago Silva e Marquinhos, jogadores que compõem o grupo da Seleção.

Abaixo, o Superesportes analisa o clube nos meses seguintes e lista as mudanças, o que melhorou e o que piorou no clube desde a saída de Marcelo Oliveira do clube. Confira.

3 treinadores no comando
Desde a saída de Marcelo Oliveira, o Galo foi comandado por três técnicos. Logo após a demissão, Diogo Giacomini foi o treinador nos dois últimos jogos de 2016. Ele também foi o treinador em uma partida em 2017. Para este ano, Roger Machado assumiu o comando, conquistou o título do Campeonato Mineiro e a primeira colocação geral na Copa Libertadores, mas foi demitido por causa do rendimento ruim da equipe no Independência no Campeonato Brasileiro e pela oscilação da equipe. Rogério Micale foi o escolhido para substituir Roger. Ele vai para o seu segundo jogo. No primeiro, viu a equipe ser eliminada da Copa do Brasil ao ser goleada por 3 a 0 pelo Botafogo.

Saídas e chegadas
Do time de Marcelo Oliveira, 12 jogadores deixaram o Atlético: Dátolo, Edcarlos, Júnior Urso, Leandro Donizete, Ronaldo Conceição, Carlos, Lucas Pratto, Patric, Hyuri, Clayton, Carlos Eduardo e Maicosuel.

Neste ano, 10 novos jogadores chegaram ao Galo: Felipe Santana, Danilo, Rafael Moura, Elias, Adilson, Marlone, Matheus Mancini, Valdívia, Roger Bernardo e Gustavo Blanco.

Queda como mandante e pequena melhora como visitante (análise apenas de jogos do Campeonato Brasileiro, Copa do Brasil e Libertadores. Campeonato Mineiro e Primeira Liga, por terem um peso menor, ficam de fora)

No período de Marcelo Oliveira
Atlético como mandante - 21 jogos - 13 vitórias, 5 empates e 3 derrotas - Aproveitamento de 69,84%
Atlético como visitante - 21 jogos - 5 vitórias, 9 empates e 7 derrotas - Aproveitamento de 38,09%

No período após Marcelo Oliveira (considerando reta final de 2016 e temporada 2017)
Atlético como mandante - 15 jogos - 7 vitórias, 2 empates e 6 derrotas - Aproveitamento de 51,11%
Atlético como visitante - 14 jogos - 4 vitórias, 5 empates e 5 derrotas - Aproveitamento de 40,47%

Queda ofensiva e crescimento defensivo (análise apenas de jogos do Campeonato Brasileiro, Copa do Brasil e Libertadores. Campeonato Mineiro e Primeira Liga, por terem um peso menor, ficam de fora)

No período de Marcelo Oliveira
Gols marcados - 68 gols em 42 partidas - Média de 1,61
Gols sofridos - 61 gols em 42 partidas - Média de 1,45

No período após Marcelo Oliveira
Gols marcados - 41 gols em 29 partidas - Média de 1,41
Gols sofridos - 35 gols em 29 partidas - Média de 1,2