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ATLÉTICO

Ausente da Libertadores após cinco anos, Atlético sofrerá impacto financeiro em 2018

Perdas do clube por ficar fora da Libertadores começam na arrecadação

Roger Dias
Perdas do Atlético, agora presidido por Sergio Sette Câmara, começam na arrecadação - Foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press
Presente nas últimas cinco edições de Copa Libertadores, em que ganhou prestígio na América e elevou sua marca, o Atlético viverá realidade diferente na próxima temporada. Depois do fracasso no Campeonato Brasileiro, a não-classificação à competição sul-americana em 2018 implicará em mudanças diversas no planejamento financeiro e no departamento de futebol, com redução nos gastos e nova filosofia na formação do grupo de jogadores. Sem a Libertadores, o Galo será um dos representantes brasileiros na próxima Copa Sul-Americana, que tem apelo e prestígio menor.

As perdas do clube por ficar fora da Libertadores começam na arrecadação com as cotas de participação dadas pela Conmebol. Em 2017, o Galo recebeu R$ 5,7 milhões por ter jogado a fase de grupos e ainda teve cerca de R$ 3,5 milhões com bilheterias em casa na mesma fase. Nas oitavas de final, o Atlético ainda recebeu R$ 2,3 milhões da entidade e pouco mais de R$ 900 mil com venda de ingressos contra o Jorge Wilstermann, no Mineirão. O “prejuízo” pode ser maior tendo em vista que a Conmebol tende a dobrar a premiação dos participantes em 2018 em relação a 2017.

A diminuição na arrecadação levará o clube a mudar o planejamento de formação do grupo. Depois de investir em medalhões, como Elias, Fred e Robinho, o Galo tende a economizar, optando por jogadores da base e que não custam muito aos cofres. Os mineiros farão projeto parecido ao de Corinthians, Grêmio e Santos, que estipularam um teto salarial fixo em anos anteriores.
Com queda estimada de 20%, a folha de 2018 girará entre R$ 7 milhões e R$ 8 milhões.

Quem vai liderar esse processo é Sergio Sette Câmara, eleito de Daniel Nepomuceno na presidência do clube. O sucessor já entrará com a incumbência de levar a equipe de volta aos trilhos. Com contrato até dezembro 2018, técnico Oswaldo de Oliveira continuará no cargo.

PREMIAÇÃO MENOR 

As cotas de participação na Copa Sul-Americana são bem inferiores às da Libertadores. Na primeira fase, cada equipe recebe em torno de R$ 780 mil. Nas oitavas de final, esse valor cresce para R$ 1,1 milhão e o campeão recebe pouco mais de R$ 6 milhões. Assim como em 2017, as fases finais da competição vão coincidir com a reta decisiva do Campeonato Brasileiro e incluirão os eliminados na fase inicial da Copa Libertadores.

Sem a Libertadores, o Galo deve focar na conquista do Campeonato Brasileiro, que bateu na trave em 2012 e 2015, quando a equipe foi vice-campeã. Em 2017, a equipe foi prejudicada pelo baixo aproveitamento em casa, chegando a ter vencido apenas dois dos 10 jogos no primeiro turno.
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