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Coronavírus pode impactar em cronograma de obras do estádio do Atlético; saiba posição de CEO da Arena MRV

Clube conseguiu liberação para dar início à terraplanagem na última segunda

postado em 22/03/2020 12:41 / atualizado em 22/03/2020 13:00

(Foto: Divulgação/Arena MRV)

Com a aprovação, na última segunda-feira, da licença para a movimentação de terras na área onde será construída a Arena MRV, o Atlético já pode iniciar o processo de terraplanagem para preparar o local da obra. Em entrevista à Rádio Itatiaia nesse sábado, o CEO do estádio, Bruno Muzzi, explicou os próximos passos para a construção da arena e o impacto que a pandemia do coronavírus pode causar no cronograma.

Segundo Muzzi, na sexta-feira, 13 de março, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) aprovou duas condicionantes que seriam respondidas na fase da Licença de Instalação. Com a sinalização positiva, a Prefeitura emitiu, na última segunda, a licença para a terraplanagem. 

“Com base nessa licença, vamos afinar os planejamentos de mobilização junto com a construtora que foi contratada para inicializarmos as primeiras máquinas. Mas, obviamente que estamos agora revendo os planos com muita cautela em função de todos esses problemas que estamos enfrentando na cidade e no mundo (referindo-se à crise do coronavírus). Vamos com muita cautela para não atropelar nada”, explicou o CEO da Arena MRV.

Apesar do momento de crise mundial devido à pandemia do novo coronavírus, a ideia do gestor é começar as obras no início de abril. “Podemos começar a terraplanagem, as contenções, mas a fase de fundação da obra, quando a obra começa a sair do chão, depende ainda de um alvará da Prefeitura, que já foi inicializado, um processo normal que aconteça na Prefeitura. Depois que você obtém as licenças, inicia-se o processo de alvará”, explicou. 

Justamente pelo impacto da Covid-19, a PBH está trabalhando com contingente reduzido. Por isso, Muzzi disse não conseguir contato para saber como tem sido a dinâmica das análises do alvará. “Temos que entender como vai ser esse processo de análises do alvará de construção para ver se conseguimos fazer no prazo e no cronograma que precisava ser feito anteriormente. Isso pode gerar algum tipo de impacto nesse início nosso. Temos que aguardar os próximos dias para afinarmos isso e tomar uma decisão assertiva”, completou.

Além de questões burocráticas, o coronavírus pode impactar na construção da Arena MRV de outra forma. Isso porque parte dos recursos do estádio virão das vendas das cadeiras cativas. De acordo com Bruno Muzzi, ainda é cedo para fazer uma avaliação concreta dos impactos que a crise pode causar.

“Temos que tomar muito cuidado com o momento de lançamento disso (venda das cadeiras). Não adianta precipitar e lançar no momento onde as preocupações e o foco são completamente diferentes da realidade. Temos que avaliar com mais detalhes, com mais cuidado nos próximos meses, mas grande parte do dinheiro está resguardado. Já podemos começar, temos fluxo para, pelo menos, 18 meses de obra com tranquilidade”, afirmou o gestor.

Há dois anos no processo de aprovação para construir o estádio do Galo, o CEO da arena afirmou estar ansioso com o desenvolvimento da obra, mas ressaltou que não pode deixar que isso comprometa a razão e coerência das decisões que serão tomadas.

“Estamos prontos para começar, mas temos que avaliar esse novo cenário que tem na nossa frente, de crise, e temos que levar muito a sério isso tudo quem tem acontecendo. Temos que respeitar essas quarentenas, porque é a única maneira de conseguirmos minimizar esses impacto de contaminação. É uma variável nova que surgiu, vamos avaliar agora, e ver como atuar. É sério, o impacto econômico, além da doença mesmo, será gravíssimo nos próximos 60 ou 90 dias. Então, temos que ter muita calma e estômago nesses próximos meses para aguentar a ansiedade ainda mais”, acrescentou.
 

Grama sintética

Nessa sexta-feira, o presidente do Atlético, Sérgio Sette Câmara, revelou que existe a possibilidade de a Arena MRV contar com grama sintética. Muzzi explicou que esta questão é uma ideia que vem sendo debatida internamente.

“Acho que é uma tendência que as arenas, principalmente as multiuso, estão utilizando em função da facilidade que tem de manutenção. Ainda está muito cedo para tomarmos essa decisão. Ainda não conheço a do Palmeiras, dizem que é espetacular a grama sintética deles, comprada na Holanda, temos que visitar lá ainda. É uma possibilidade, mas isso tem que ser muito bem alinhado com a diretoria do clube, com a gente, então ainda é especulativo”, disse.
 
 

A Arena MRV

Segundo o Atlético, a capacidade do estádio será de 46 mil torcedores. A obra foi orçada inicialmente em R$ 410 milhões, sem contar o valor do terreno (R$ 50 milhões), fruto de doação da MRV Engenharia.

Além do valor da venda de parte do Shopping Diamond Mall, outros R$ 160 milhões serão conseguidos por meio de naming rights (R$ 60 milhões da MRV Engenharia) e venda de cadeiras cativas (R$ 100 milhões, com 60% já garantidos pelo Banco BMG).

A empresa responsável pela construção da Arena MRV será a Racional Engenharia. O novo estádio do Galo será uma Arena Multiuso e contará com 40 bares, 68 camarotes e 2.400 vagas de estacionamento. A Arena MRV poderá ser inaugurada em meados de 2022.

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