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Sette Câmara explica como parceiros do Atlético terão retorno em investimentos

BMG e MRV auxiliam clube na compra de direitos econômicos de jogadores

Redação
Sette Câmara comentou relação do Atlético com patrocinadores - Foto: Pedro Souza/Atlético
Ao mesmo tempo em que lida com perdas em receitas e enfrenta dificuldades para quitar salários em dia, o Atlético se mostra bastante ativo no mercado da bola. A pedido do técnico Jorge Sampaoli, a busca incessante por reforços se dá pelo auxílio financeiro dos dois principais patrocinadores, o banco BMG e a construtora MRV. As empresas ajudaram até mesmo no pagamento de dívida de R$ 13,4 milhões na Fifa pela contratação do meia Maicosuel, efetuada em maio de 2014. A operação financeira fechada em 27 de abril impediu o Galo de iniciar o Campeonato Brasileiro com seis pontos negativos.



Com o aporte do BMG e da MRV, o Atlético comprou recentemente os direitos econômicos de Léo Sena, ex-Goiás, por R$ 4 milhões, e Alan Franco, do Independiente del Valle, por cerca de R$ 6 milhões. Marrony, do Vasco, será adquirido por R$ 20 milhões. Também há conversas com o atacante Keno, do Pyramids do Egito, e o zagueiro paraguaio Junior Alonso, emprestado pelo Lille da França ao Boca Juniors. Levantamento do site UOL calcula que serão gastos R$ 55,5 milhões em negociações durante a pandemia do novo coronavírus.

Em entrevista nesta segunda-feira ao programa Donos da Bola, da TV Band, o presidente Sérgio Sette Câmara explicou que a relação entre Atlético, MRV e BMG é baseada em “transações financeiras de mútuo” - ou seja, a agremiação pega empréstimo com as instituições e paga de maneira parcelada com juros reduzidos.

“Como vocês sabem, o que existe são apenas transações financeiras de mútuo. Uma vez feita a venda de um jogador que não necessariamente foi objeto de determinado mútuo, a gente vai e amortiza”.



Sette Câmara mencionou ainda o fato de a MRV ser detentora dos naming rights do futuro estádio do Atlético, bem como estampar a sua marca no uniforme e outras propriedades do clube - da mesma forma que o BMG.

“O nosso principal parceiro hoje, indubitavelmente, é o Rubens (Menin). Ele tem um grande sonho, que é o de inaugurar a nossa arena, e ele sabe e quer que a gente inaugure a nossa arena com um Atlético pujante, com um grande time. Ele tem uma grande amizade com o Ricardo (Guimarães, do banco BMG), que é um grande parceiro dele também. Tem o Rafael, filho do Rubens, que é mais atuante, é o presidente da MRV. O retorno é grande pelo seguinte (motivo): a arena se chama Arena MRV. E na camisa do Atlético você tem a marca do banco BMG”.

Conforme o presidente, na medida em que a diretoria de futebol montar um elenco forte, que brigue por títulos e consiga negociar jogadores por valores expressivos, a exposição na mídia aumentará, os torcedores consumirão os produtos do clube, e os parceiros serão naturalmente recompensados pelo investimento efetuado.



“Na medida em que se tem um time forte, se eles estiverem recebendo o mútuo deles, ainda que com juros abaixo do mercado, mas de uma forma que pelo menos custeie a operação, é um ótimo negócio. O retorno que a marca tem quando o clube está disputando títulos, na mídia nacional e internacional, é muito grande. É uma coisa difícil de se medir no papel, mas é claro que o retorno financeiro do patrocínio é extremamente interessante. Se eles enxergam que ajudando a montar um grande time, as duas coisas se casam, a receita é essa. É muito simples”.

No balanço do exercício de 2019, o Atlético informou que tem dívida de R$ 311,6 milhões em empréstimos, dos quais R$ 158,9 milhões são com pessoas físicas ou pessoas jurídicas não financeiras - como é o caso da MRV. No ano passado, a construtora contabilizou R$ 6,056 bilhões de receita líquida, para um lucro de R$ 690 milhões.