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'Jogador de elite', queda nos clubes e auge com Sampaoli: jornalistas analisam Vargas, reforço do Atlético

Atacante de 30 anos retorna ao futebol brasileiro sob grande expectativa

postado em 07/11/2020 06:00 / atualizado em 07/11/2020 00:36

(Foto: Claudio Reyes/AFP)
Campeão no Chile, na Itália e no México, destaque nos títulos da Seleção Chilena na Copa América e com conhecido ‘faro’ de gol, Eduardo Vargas retorna ao Brasil depois de sete anos. Após uma passagem com altos e baixos pelo Grêmio, o atacante de 30 anos rodou por quatro clubes e, agora, terá a oportunidade de voltar a brilhar ao lado de Jorge Sampaoli, técnico que o fez alcançar os melhores momentos da carreira. Afinal, o que se pode esperar do experiente jogador no Atlético?


O Superesportes conversou com jornalistas do Chile e do México, onde Vargas jogou entre 2016 e 2020. Pelo Tigres, o atacante viveu bons e maus momentos ao longo dos mais de quatro anos. Contratado como uma das estrelas do futebol local, alternou entre a titularidade e o banco de reservas. Apesar de certos momentos de inconstância, conquistou o respeito da torcida e teve números representativos: em 142 jogos, fez 42 gols (11ª maior marca do clube), distribuiu 18 assistências e ganhou cinco títulos.

“Edu Vargas, no México, foi visto sempre como um jogador de elite, um jogador ‘premium’. Acrescentou muito à equipe, foi campeão, os torcedores gostam muito dele e reconhecem sua qualidade como jogador. Tem muita qualidade. Certa parte da torcida pensa que não deram muitas oportunidades a Vargas no Tigres”, conta o jornalista mexicano Vladimir García, que cobre diariamente o ex-clube do atacante.

Para o repórter, Vargas foi reserva durante certo período não por demérito, mas pelo forte elenco montado pelo Tigres. “É uma das equipes mais poderosas do futebol mexicano, está entre as que mais têm dinheiro e tem muitas estrelas no elenco. Então, era difícil que Vargas fosse titular indiscutível. Ficar no banco era algo que, evidentemente, Vargas não gostava, especialmente quando se é um jogador ‘cinco estrelas’. Mas o Tigres é assim. Ultimamente, era regular, constante, titular, contribuia, gerava muito futebol. E vai ser lembrado dessa forma, como uma estrela que veio à Liga Mexicana”, completou.

Parceria com Sampaoli


Ao longo da carreira, Vargas passou por Cobreloa, Universidad de Chile, Napoli, Grêmio, Valência, Queens Park Rangers, Hoffenheim e, finalmente, Tigres. Durante quase todo o tempo, foi presença constante na Seleção Chilena. Em 13 anos desde a profissionalização, viveu vários momentos de irregularidade, mas alcançou o auge justamente sob o comando de Sampaoli, a quem reencontrará na Cidade do Galo.

“Os dois melhores momentos de sua carreira foram com Sampaoli no banco. Em La U, foi campeão da Sul-Americana em 2011 e goleador do campeonato. ‘Voava’ em campo nessa equipe, que era muito ‘azeitada’. O outro bom momento foi na seleção, também com Sampaoli, em 2015. Esse rendimento se estendeu a 2016, já com (Juan Antonio) Pizzi no banco - e ele também foi o goleador”, lembrou o jornalista chileno Juan Ignacio Gardella, do El Gráfico.

A polivalência é um dos pontos fortes de Vargas. Conforme apurou o Superesportes, o técnico Jorge Sampaoli considera que pode utilizá-lo em três funções diferentes: como ponta, ponta ‘interno’ (os jogadores 'dois' e 'quatro' da linha ofensiva de cinco do 3-2-5 formado pelo treinador) ou centroavante.

“O técnico que tirou o melhor rendimento de Vargas é Sampaoli, tanto na Universidad de Chile, quanto na Seleção Chilena. Não é o melhor momento de Vargas, mas me parece que chega no momento correto para relançar sua carreira com um técnico que sabe tirar o melhor rendimento dele”, analisou o jornalista chileno Ricardo Canales Osbén, do CDF.cl.

Brilho na Seleção Chilena


Vargas foi um dos grandes destaques das campanhas vitoriosas do Chile na Copa América, em 2015 e 2016. O novo atacante atleticano mostrou sua principal característica - a finalização - e foi o goleador das duas edições do torneio. Com a camisa da seleção, quase sempre teve desempenho superior ao que apresentava nos clubes pelos quais passou, apesar do rendimento ruim nas duas rodadas iniciais das Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2022, no Catar.

“Não teve o rendimento que se espera dele (nos primeiros jogos destas Eliminatórias) e que ocorria quando estava na Seleção Chilena principalmente sob o comando de Jorge Sampaoli e, posteriormente, quando esteve com Juan Antonio Pizzi. De toda maneira, Vargas é bastante considerado tendo em vista o aporte goleador que teve com a seleção. Nos clubes, não é brilhante, mas pela seleção teve performance muito mais destacada. É sempre considerado um aporte especialmente por sua efetividade na frente do gol”, relata o chileno David Muñoz, sub-editor geral do Encancha.cl.

Vargas ficou de fora da lista de convocados pelo técnico Reinaldo Rueda para as duas próximas partidas das Eliminatórias. Por isso, não será desfalque no Atlético e pode estrear já no próximo dia 14 (sábado), contra o Corinthians. As equipes se enfrentam a partir das 19h, na Neoquímica Arena, pela 21ª rodada do Campeonato Brasileiro.


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