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OPINIÃO

Análise: Atlético não brilha, mas mantém filosofia de jogo arrojada

Galo sentiu mais uma vez o peso dos desfalques, no entanto mostra qualidades na difícil vitória sobre o Botafogo

Roger Dias
Hyoran atuou na função de volante e teve atuação importante nas saídas de bola - Foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press
Não foi o verdadeiro Atlético de Jorge Sampaoli que o torcedor está acostumado, mas os três pontos conquistados diante do Botafogo foram muito mais importantes do que se imagina. Dentro das quatro linhas, o Galo ainda sentiu o peso dos desfalques por suspensão, lesões e pelas ausências por COVID-19. Mas o que importa nesse momento importante do Campeonato Brasileiro é superar cada obstáculo com inteligência, sem dar espaço ao adversário. 


 
Em noite de homenagens pela morte de Diego Maradona, certamente faltou bom futebol e criatividade, virtudes sempre valorizadas pelo craques argentino. Mas nem sempre é possível vencer dando show. O resultado do time mineiro se torna ainda mais fundamental depois do empate do São Paulo, um dos concorrentes do Galo ao título, com o Ceará por 1 a 1, no Castelão 
 
Mesmo em situação atípica, ainda é possível tirar lições positivas. Nos três jogos sob o comando de Leandro Zago, técnico do time de transição, o torcedor observou variações táticas diferentes. Contra os cariocas, o uso de Nathan e Hyoran como volantes foi um dos elementos que causaram surpresa ao adversário, já que ambos deram melhor qualidade nas saídas de bola – as opções que podem muito bem ser usadas por Sampaoli no decorrer da Série A.

O Galo, porém, já conta com elementos de uma estrutura de equipe consolidada. Um deles é o zagueiro Junior Alonso, um dos mais regulares do país, que a cada jogo justifica o ótimo investimento feito pelo clube. Já o atacante Keno continua sendo um dos pilares da equipe, sempre decisivo com ou sem a bola nos pés. O pênalti perdido na partida foi mero detalhe para o artilheiro da equipe no Brasileiro, com 10 gols. 

Contratado antes mesmo da chegada de Sampaoli, o goleiro Rafael também mostra que pode ser confiável nas horas difíceis. Neste Brasileiro, o camisa 32 salvou a equipe por várias vezes, com atuações talvez mais brilhantes que o titular Everson, que cumpre isolamento domiciliar. O goleiro mineiro tenta convencer o treinador de que pode assumir a camisa de titular do Galo. 



A 15 rodadas para o fim da competição, o Atlético vem fazendo o que se espera dele: superando cada desafio com luta e inteligência. Independentemente do desfecho do Brasileiro, a jovem equipe pode deve ser valorizada por ter um estilo de jogo agradável e consolidado, que vem encantando o país dentro ou fora de casa. Méritos de Sampaoli, que praticamente formou um novo time durante a pausa das competições em virtude da pandemia do coronavírus.