
Marques participou da apresentação de Maicon Bolt em 15 de janeiro de 2019
Ídolo do Atlético, Marques falou sobre a contratação do atacante Maicon Bolt em 2019, feita durante a sua passagem como diretor de futebol do Atlético. Em entrevista ao podcast do portal Fala Galo, o ex-atacante justificou a contratação do ponta baseado nas características e ainda ressaltou que as lesões podem ter prejudicado o desempenho do atleta.
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Maicon Bolt foi contratado pelo Atlético no início de 2019, e não correspondeu às expectativas do torcedor. O ponta deixou o clube no ano seguinte por meio de uma rescisão contratual, que rendeu disputas jurídicas e fez o clube pagar mais de R$ 7 milhões ao atleta - veja mais detalhes abaixo.
Um dos responsáveis pela contratação do jogador em 2019 foi Marques, ex-atleta que havia sido efetivado recentemente como diretor de futebol do Atlético. O ídolo do Galo frisou a imprevisibilidade do futebol com alguns reforços e falou sobre as características de Maicon Bolt.
"Não tem verdade absoluta. Quando você contrata, tem toda uma avaliação, os critérios. A gente precisava de um cara de beirada, que fosse veloz, ele [Bolt] era alto para fechar uma bola em segundo pau", justificou Marques, que seguiu destacando o processo de avaliação e escolha do atacante.
"Na oportunidade, eu não me lembro quem trouxe o nome [do Maicon Bolt], mas todos os reforços passaram por uma avaliação muito criteriosa. Mas a certeza se o atleta vai jogar ou não é nenhuma. É uma pena. Se você tivesse uma bola de cristal, fatalmente não cometeria alguns erros. Mas não tem, você tem que pagar para ver, infelizmente", disse o ex-diretor do Atlético.
Marques ainda pontuou que as primeiras partidas de Maicon Bolt pelo Atlético foram boas e lembrou da lesão que pode ter atrapalhado o desempenho do atleta. Com a camisa alvinegra, Bolt disputou 28 jogos, marcou dois gols e deu cinco assistências.
"Ele teve um início promissor. Ele teve uma participação decisiva na pré-Libertadores, contra o Defensor [Danubio], no Uruguai, com uma assistência. Ele fez um ou outro gol no início da trajetória. Depois que vieram as lesões, ele jamais foi o Bolt que a gente imaginava que seria", ressaltou Marques.
Por fim, o ídolo atleticano fez questão de destacar que nenhum dirigente ou jogador quer frustrar a torcida, destacando que algumas contratações que não funcionam também decepcionam os responsáveis pela aquisição.
"Muitas vezes parece que foi uma sacanagem, 'ah, trouxe de sacanagem'. Ninguém está de sacanagem, ninguém quer cometer um erro. O atleta não quer chegar e não produzir. A postura de todos os atletas que nós trouxemos são top, de profissionais na acepção da palavra, todos eles que nós contratamos na época era assim", concluiu Marques.
Disputa na Justiça
Maicon Bolt pediu cerca de R$ 21,5 milhões do Atlético na Justiça do Trabalho. O jogador acionou o clube pouco depois da rescisão contratual, que ocorreu no dia 17 de fevereiro de 2020.
Bolt cobrou do Alvinegro o salário de janeiro, direitos de imagem entre novembro de 2019 e janeiro de 2020, FGTS, 13º salário proporcional, premiações, luvas, rescisão, multas e indenização.
O jogador tinha contrato com o Galo até o fim de 2021. No entanto, o vínculo poderia ser encerrado em dezembro do ano anterior caso o jogador não participasse de 60% das partidas desde que chegou ao clube.
A controvérsia se iniciou após a rescisão do contrato de Bolt, em fevereiro de 2020. Dias depois, a defesa do jogador levou o imbróglio às vias judiciais. Decisão em primeira instância condenou o clube a pagar cerca de R$ 14,2 milhões ao atleta, mas o caso seguiu indefinido após os advogados das duas partes recorrerem.
Até que em 27 de agosto de 2021, o Atlético divulgou que chegou a acordo judicial com o atacante Maicon Bolt. O clube se comprometeu a pagar, em 35 parcelas, o total de R$ 7,5 milhões ao jogador, que cobrava mais de R$ 21 milhões por remunerações não quitadas entre novembro de 2019 e janeiro do ano seguinte.
Paralelamente, em novembro de 2020, a Quinta Turma do Tribunal Regional do Trabalho de Minas Gerais (TRT-MG) extinguiu a ação do atacante, que ainda foi condenado a pagar ao clube 15% de honorários - pouco mais de R$ 3,2 milhões. A defesa do jogador de 31 anos acionou o Tribunal Superior do Trabalho (TST) para recorrer da decisão.