Rodrigo Fonseca
Enviado especial

Chapecó – Vinculado ao Cruzeiro e emprestado à Ponte Preta até o fim do Campeonato Brasileiro, o zagueiro Douglas Grolli foi liberado de suas atividades no clube de Campinas para viajar a Chapecó, onde prestará a última homenagem aos ex-companheiros de Chapecoense que morreram nessa terça-feira em acidente aéreo na ColômbiaNo Atanasio Girardot, em Medellín, o time enfrentaria o Atlético Nacional pelo jogo de ida da decisão da Copa Sul-AmericanaNatural de São Miguel do Oeste, em Santa Catarina, Grolli foi formado na categoria de base da Chape e subiu à equipe principal em 2008O jogador, portanto, conhece todos os integrantes do grupo alviverde.

Em entrevista na Arena Condá, estádio onde viveu bons momentos na carreira, Grolli disse que a ficha da tragédia ainda não caiu“Recebi a notícia através de meus familiaresQuando acordei, haviam muitas mensagens do pessoal falandoPrimeiramente nem acrediteiPelas circunstâncias, um acidente desse porte ninguém imaginaPensei que tinha sido um pouso forçadoNa hora em que vi na internet, todas as notícias com as pessoas comovidas, aí caiu a ficha teoricamente – na verdade, até agora não caiu a fichaPensar que a gente perdeu grandes amigos, grandes profissionais que tínhamos grande admiração, está sendo muito complicado”.

Emocionado, o jogador agradeceu à Ponte Preta por ter lhe autorizado a acompanhar o funeral dos companheiros, que deverá começar na madrugada de sábado“Queria agradecer a Ponte, que me deu essa oportunidade de vir aqui acompanharPerdi muitos amigosSe não fosse por eles, certamente não teria virado jogador profissionalFiquei muito feliz por eles terem aceitado essa solicitaçãoVou me despedir dos amigos”.

Grolli teve duas passagens pelo time profissional do Verdão do Oeste: de 2008 a 2011 e em 2014Ele teve a oportunidade de atuar ao lado do goleiro Danilo e do atacante Bruno Rangel, ambos falecidos no acidente“Tenho identidade grande com a ChapecoenseSurgi aqui, né?! Os momentos principais da minha carreira foram por esse clube”“Ninguém está preparado, ninguém esperaAgora é tentar se recompor da melhor maneira possível”.

Colaborou Rafael Arruda, de Belo Horizonte

Assista ao vídeo com o depoimento completo de Douglas Grolli