Os donos do bar são torcedores do Atlético Nacional e estavam na cerimônia. “Ficamos muito comovidos com a tragédia. Em dezembro tivemos a ideia de fazer a homenagem e passamos dois meses em preparação para inaugurar. Deu trabalho organizar a decoração”, contou o empresário Juan David Pemberty.
Junto com a esposa Veronica, ele buscou como poderia decorar o local para homenagear a Chapecoense. O aspecto mais fácil de resolver foi a cor. O verde é comum ao clube catarinense e também ao Nacional, time que seria o adversário dos catarinenses na decisão da Copa Sul-Americana de 2016.
O mais complicado para os empresários foi concretizar o painel com fotos em 3D e em acrílico dos jogadores a bordo no avião da LaMia. “Como não era um time tão conhecido na Colômbia, deu trabalho para buscar cada uma das imagens e identificar os nomes”, contou o dono. Os 22 atletas do elenco foram lembrados. Os três sobreviventes (Alan Ruschel, Follmann e Neto) têm as imagens coloridas. Os demais, vítimas fatais, estão em preto e branco.
O painel especial tem outros dois itens curiosos. O primeiro é a foto da taça de campeão da Sul-Americana, entregue de forma póstuma à Chapecoense após pedido da diretoria do Atlético Nacional. O outro atrativo é a miniatura de parte da aeronave do acidente. “A cabine do avião é feita em fibra de vidro e foi difícil para representar. Eu quis ser bastante detalhista”, explicou. O dono preferiu não revelar quanto investiu no local.
O cuidado com a decoração levou os empresários a decorarem o balcão com fotos do time catarinense e até do mascote mirim da equipe, o garoto Carlinhos, de cinco anos, que se veste de índio para entrar em campo junto com os jogadores.
O casal tem aprovado o movimento no bar. Em dias de jogos do Atlético Nacional, a torcida se reúne por lá antes de entrar no estádio. Se não há jogo, o perfil do público muda. Turistas e moradores visitam como curiosos para ver e tirar fotos das homenagens.
A dedicação aos detalhes para os clientes está presente nas refeições. O papel utilizado sob o prato para forrar o balcão leva o escudo da Chapecoense, assim como as “bolachas” para os copos e o chaveiro entregue aos fregueses.
O zelo pela decoração ainda não deixou os donos satisfeitos. Os dois meses de busca de imagens e de pesquisa não saciaram a vontade de contar com um último adereço na parede. “Eu procurei muito na internet e não consegui comprar uma camisa da Chapecoense. Você pode me arrumar uma aí no Brasil?”, pediu Pemberty.
SÓCIOS - A Chapecoense é o clube brasileiro que mais ganhou sócios torcedores neste ano. Até agora foram 20 mil adesões, contra 11 mil do Náutico, o segundo que mais evoluiu neste aspecto. A equipe catarinense conta agora com 25 mil participantes no programa e é o 12.º time brasileiro com maior número de sócios. O programa da Chapecoense cresceu bastante depois do acidente, em novembro do ano passado. Apenas no primeiro dia após a tragédia, foram 13 mil pedidos de adesões recebidos pelo clube.