“Esses dias foram brabos. Estou lendo o livro do Ancelotti e comendo ele direto para passar o tempo”, afirmou o gaúcho, referindo-se ao treinador que adotou como espécie de modelo. “Consome, é natural, é humano. Temos de ter cuidado para fazer um bom trabalho, mas realmente a situação absorve o máximo (de energia).”
A família e o uso do corpo também ajudam o quase campeão. “Procuro fazer alguma atividade. Libero algum tipo de hormônio, endorfina, sei lá. Mas ajuda. E estar em contato com meus familiares sempre me deixa em paz”, disse, antes de assegurar que a ambição e o prazer não mudaram de 2011 para cá.
A única diferença que Tite se permitiu admitir em seu segundo título nacional pelo Corinthians é matemática. Se a equipe de quatro anos atrás precisou lutar até a última rodada pela taça, a atual poderá assegurá-la com um aproveitamento impressionante e três rodadas de antecedência. Mas ainda dá medo.
“Tenho uma pitada de medo de todo. Ganhei em todos os níveis, e nem por isso deixo de conviver com meus fantasminhas. Dou oi para um, para outro. Mas, mais do que medos, tenho coragem de seguir em frente com minhas convicções, meu trabalho, minha forma ética de conduzir. Não perfeito, mas tentando fazer o bem.”
Alguns fantasminhas darão adeus ao gaúcho em caso de vitória sobre o Vasco, na noite de quinta-feira, em São Januário. Mesmo se não triunfar, o Corinthians será hexacampeão brasileiro se o vice-líder Atlético não derrotar o São Paulo, no Morumbi.