E admite surpresa com a pontuação obtida: “Conseguimos pontos acima do esperado. De 30 pontos, conseguir 26 é muito difícil”. Ele projeta possíveis oscilações à frente. “Tem muita coisa para acontecer. É muito cedo para falar sobre qualquer coisa. Num Brasileiro você consegue quatro vitórias, faz 12 pontos seguidos e dispara. Temos de chegar embolados nas últimas oito, 10 rodadas”, analisa.
Melhor visitante da competição, o Corinthians alcançou o 23º jogo consecutivo sem derrotas na temporada. O treinador prefere evitar badalações. Ele e o grupo passaram de um período de contestação e questionamento ao reconhecimento, tendo conquistado o Campeonato Paulista depois de serem apontados como “quarta força” do estado, teoricamente atrás de Palmeiras, Santos e São Paulo. “Fomos muito criticados no começo. Com os pés no chão, humildade e continuando com nosso trabalho. Agora, que pode ter empolgação vamos fazer o quê? Ficar fechadinhos, seguindo nossas ideias”.
O que explica tal performance é uma rigidez tática severa, em que cada jogador tem funções individuais e coletivas bem traçadas. São poucos os chamados medalhões (o goleiro Cássio, o armador Jadson e o centroavante Jô) e o “futebol operário” trata de unir a eficiência no plano tático a um padrão competitivo. No Itaquerão ou fora de casa, o esquema é praticamente o mesmo. Uma formação fechada, em que todos marcam e em que o contra-ataque é uma arma mortal.
Jogando assim, o empate com a Chapecoense na primeira rodada foi o ponto fora da curva. Em seus domínios venceu todos os outros adversários, incluindo os clássicos com Santos e São Paulo e o duelo com Cruzeiro e Bahia. Longe de seus domínios, repetiu o desempenho: quatro triunfos (Vitória, Atlético-GO, Vasco e Grêmio) e um empate, com o Coritiba.
Se Carille tentava manter a equipe longe dos holofotes, não há mais como fazê-lo. Faltando 28 rodadas para o final, passados 26% da disputa, o mantra entre os rivais com potencial é um só: todos à caça do Corinthians.