Volta por cima

Dedé deu a volta por cima. Depois de dois anos de indefinições, cirurgias no joelho e quase um encerramento precoce da carreira, o jogador voltou em grande estilo. É, disparado, o melhor zagueiro do país, e a Seleção Brasileira estará muito bem servida com ele. Dedé é um exemplo de pessoa, de caráter, de disciplina, e fez Leo, seu parceiro de zaga, crescer muito. Vê-lo campeão, mais uma vez, é uma alegria, pois ele deu aos jovens exemplo de perseverança, de não se entregar jamais. Não fossem as contusões e Dedé estaria atuando no Real Madrid ou Barcelona, tamanha a sua categoria. Para a sorte do Cruzeiro, porém, está mesmo é na Toca da Raposa. Vida longa a Dedé.

Outro a quem o Cruzeiro deve muito é o goleiro Fábio (foto). Há 12 anos, é o goleiro mais regular do Brasil, injustiçado na Seleção. Não fosse ele e o Cruzeiro não teria chegado à final, pois fez defesas impossíveis nos jogos decisivos. Fábio está prestes a completar 800 jogos com a camisa do Cruzeiro e, aos 38 anos, ainda tem muita lenha para queimar. É um exemplo a ser seguido, pois, no futebol atual, é difícil um jogador ficar tanto tempo num clube. Fábio viveu momentos ruins no Cruzeiro, mas sempre deu a volta por cima, por sua seriedade, determinação e caráter. O que o torcedor gostaria de saber é o que existe contra ele na Seleção Brasileira. Todos os treinadores viraram as costas para Fábio, inclusive Mano Menezes. Essa é uma das maiores injustiças do futebol, assim como foi com Dirceu Lopes, na Copa de 1970. Parabéns, Fábio. Você tem o reconhecimento do Brasil inteiro, exceto dos técnicos que dirigem ou dirigiram a Seleção, sinal de que quem está errado são eles.

Acertada a contratação de Levir Culpi. É um grande treinador, com seus defeitos, mas que tem a cara do Galo. A torcida, o presidente Sérgio Sette Câmara, Alexandre Kalil, o maior presidente da história do clube, todos gostam do trabalho de Levir. Aos 65 anos, com certeza vai dar um Norte ao Atlético. O objetivo agora é levar o Galo à pré-Libertadores. Faltam nove rodadas e, ao contrário do que dizem, acho que o grupo atleticano é igual a, pelo menos, 16 equipes da Série A. Levir não é bobo e sabe que pode tirar mais de alguns jogadores, principalmente de Cazares. Ele deverá ter uma conversa ao pé do ouvido com o equatoriano, para enquadrá-lo e fazê-lo entender a importância de vestir a camisa alvinegra. Talento ele tem para dar e vender, resta saber se quer ser “Pelé” ou “Macalé”, guardando-se as devidas proporções, é claro.

Dirigentes rubro-negros querem tirar Bandeira de Melo da presidência do Flamengo, antes mesmo da eleição de dezembro. As vendas de Paquetá, Vinícius Júnior e Felipe Vizeu não foram digeridas pelos opositores, que desconfiam das transações. A verdade é que nenhum clube brasileiro pode se recusar a vender jogadores com ofertas de milhões de euros. É verdade que Bandeira de Melo é um excepcional gestor financeiro, mas, de bola, não entende nada, haja vista o fracasso de sua gestão desse ponto de vista. A Gávea é um barril de pólvora e não acredito que Bandeira de Melo faça seu sucessor, a não ser que consiga o título brasileiro no fim do ano. Também não acredito em impeachment.

Não entro na vida pessoal de jogador nenhum, mas será que com o fim do namoro com a péssima atriz Bruna Marquezine Neymar vai voltar a aparecer nas páginas esportivas? Até aqui, o jogador é visto em revistas, colunas sociais, desfiles, mas em campo, principalmente com a Seleção, nada. Alguns técnicos brasileiros forçam a barra, querendo colocá-lo entre os três melhores do mundo, quando, na verdade, ele não está nem entre os 10 melhores. Muita firula e pouca produtividade. Futebol ele tem, resta saber quando vai praticá-lo. Ele caminha para os 27 anos, está milionário, mas, até aqui, não contribuiu em nada para a Seleção Brasileira.