Cruzeiro

Laços familiares são marcantes na história de jogadores e técnicos do Cruzeiro

Parentesco de Luisão e Alex Silva é comum em outros jogadores com passagem pela Toca

Luiz Martini

Irmãos Airton (e), Zezé (c) e Aymoré Moreira tiveram passagens como técnicos do Cruzeiro



No futebol é comum dizer que um grupo precisa ser unido para conquistar objetivos. Na história celeste essa ligação costuma ter laços de sangue. A chegada do zagueiro Alex Silva - irmão mais novo de Luisão -, à Toca da Raposa, repete uma tradição do clube: em várias oportunidades o Cruzeiro teve parentes no plantel, sejam juntos ou em momentos isolados.

Os irmãos Fantoni podem ser considerados os precursores dessa tendência de familiares na Toca. Niginho, Ninão, Orlando e Nininho (primo dos três) foram jogadores celestes nas décadas de 20, 30 e 40, ainda nos tempos de Palestra Itália. O DNA dos Fantoni interagiu bem com a camisa estrelada. Os três irmãos estão entre os 20 maiores artilheiros da história celeste.

Um outro caso emblemático dessa situação é o dos irmãos Moreira. Airton, Aymoré e Zezé estão marcados na história azul como responsáveis por gerir o clube em feitos importantes.

Airton foi o primeiro a experimentar o cargo de treinador celeste. Ele foi contratado em 1964 e montou a base da equipe campeã brasileira de 1966 (Taça Brasil).Além do torneio nacional, o técnico levou três campeonatos mineiros. Airton Moreira é o quarto técnico que mais comandou o Cruzeiro. Ele esteve à frente do banco de reservas por 200 vezes.

Zezé é outro irmão da família Moreira com uma conquista grandiosa com o time estrelado. Conhecido por ser rígido com o esquema defensivo, ele foi campeão da Libertadores de 1976. O técnico ainda conseguiu dois estaduais em sua passagem por Minas.

Aymoré é o que teve menos tempo no cargo de treinador azul. Com mais destaque pela Seleção Brasileira, onde foi campeão mundial em 1962, ele esteve no Cruzeiro em apenas 15 jogos, entre 1977 e 1978.

Alex Silva e Luisão...

Assim como irmão, caçula tentará conquistar torcida
Integrante de um dos grupos mais vitoriosos do Cruzeiro, o zagueiro Luisão é lembrado como um dos destaques em sua passagem pelo clube. O papel desempenhado na defesa celeste, durante a temporada 2003, rendeu ao defensor um espaço na memória da torcida. Revelado pelo Juventus-SP, Luisão chegou à Toca em 2000. O jogador teve muita importância na conquista da Tríplice Coroa e no ano seguinte foi vendido para o Benfica.

Alex Silva, irmão de Luisão, desembarcou em Belo Horizonte nessa segunda-feira com recepção de ídolo. O atleta veio por empréstimo do Flamengo e terá até o fim de 2012 para marcar seu nome na Toca, assim como fez o irmão mais velho.

Geovani e Wendel

Tio e sobrinho conquistaram títulos pela equipe estrelada
O parentesco entre Geovani e Wendel rendeu bons frutos na Toca. O ‘tio’ Geovani foi revelado em 1997 e foi decisivo no título da Copa do Brasil’2000. Ele fez de falta o gol da decisão contra o São Paulo. O meia ainda conquistou os mineiros de 1997 e 1998, a Recopa Sul-Americana’1998 e a Copa Sul-Minas’2001. Com o bom futebol apresentado, o jogador foi negociado para o Barcelona numa transação milionária, cerca de US$ 18 milhões. Nesta temporada, aos 32 anos, Geovani está no Vitória-BA.

O ‘sobrinho’ Wendel chegou aos profissionais do Cruzeiro em 2000, quando o tio levantava a taça da Copa do Brasil. Verdadeiro curinga durante os anos de clube, ele foi utilizado em vários jogos da Tríplice Coroa no meio-campo e até na esquerda. O jogador, de 29 anos, está no futebol árabe.

Wladimir e Gabriel

Gabriel e Wladimir não foram destaques no clube azul
Assim como seu pai Wladimir, o lateral-direito Gabriel passou pelo Cruzeiro sem deixar saudades. O jogador foi contratado em 2006, após ser emprestado pelo Málaga, mas não conseguiu se firmar no clube. Ele saiu no ano seguinte e foi defender o Fluminense. Atualmente, o atleta joga no Grêmio.

Wladimir esteve na Toca em 1990. A passagem pela lateral esquerda azul não foi empolgante. O jogador não repetiu o futebol dos tempos de Corinthians e ficou apenas por uma temporada.

Joãozinho pai e filho

Pai fez sucesso no Cruzeiro, mas filho não emplacou
O nome Joãozinho remete boa lembrança à torcida celeste. O Bailarino, como era carinhosamente chamado pela torcida, por causa dos dribles, atuou com a camisa azul entre 1973 e 1986. O gol da Libertadores de 1976, contra o River Plate, que deu o título continental ao Cruzeiro, foi marcado pelo jogador. Em um ato de desobediência, ele antecipou Nelinho, cobrador oficial de faltas, e balançou as redes dos argentinos.

Todo o sucesso de Joãozinho na Toca não foi repetido por seu herdeiro. ‘Joãozinho Filho’ esteve no grupo do Cruzeiro em 2002, mas após se desentender com Vanderlei Luxemburgo, foi dispensado. Após perambular por várias equipes, o atleta não repetiu a trajetória vitoriosa do pai.