Cruzeiro

Marcelo diz ter se assustado com rejeição e aposta em trabalho para ganhar torcida

Novo treinador do Cruzeiro pediu que seja julgado pelos resultados conquistados

Marcelo pediu que torcida esqueça passado no rival: 'Gostaria de ser julgado pelo que farei'

Apresentado como novo técnico do Cruzeiro nesta segunda-feira, Marcelo Oliveira afirmou que se assustou com a rejeição da torcida. Com passado no arquirrival Atlético, o treinador prometeu comprometimento em seu trabalho à frente do time celeste.


“Isso é um caso superado. Até assustei com isso”, disse. “Achei que esse tipo de situação tinha sido superada pela ideia do profissional que saiu, que colocou o nome no mercado nacional, que tem o reconhecimento nacional pelo trabalho executado principalmente no Coritiba. Ficamos um ano e nove meses, foi um tempo quase recorde no Brasil, e não estou preocupado com isso. Sou um profissional sério, trabalho com correção, comprometimento, e vou vestir essa camisa com muita honra e orgulho”, acrescentou.

O passado do treinador no Atlético é um dos fatores que causam maior rejeição junto à torcida cruzeirense. Entre as décadas de 70 e 80, ele defendeu o time alvinegro por 14 temporadas. Marcelo foi ainda técnico atleticano por seis vezes.

O treinador pediu para ser julgado pelo que já alcançou, e não pelo passado no arquirrival. “Estava um pouco alheio, mas recebendo informações e lendo algumas coisas. Essa questão foi ampliada em função da oscilação do time. Gostaria de ser julgado pelo que vou fazer. Se for pré-julgado, que seja pelo recorde mundial de 24 vitórias consecutivas no Coritiba, pelas duas finais de Copa do Brasil, os dois parananenses, um deles invicto, e pela revelação de jogadores”, disse.

“Isso que me sustenta. Por isso, vou enfrentar o desafio. Qualquer técnico aqui hoje poderia ser questionado. Eu tenho a oferecer muito trabalho, de forma honesta, leal, para a gente retomar caminho de conquistas do Cruzeiro. Vejo que esse elenco tem potencial técnico muito bom e necessita de ajustes. Estou preparado para reverter o quadro e trazer a torcida junto. A volta ao Mineirão vai contribuir para isso”, complementou.

Ameaças a Gilvan


A rejeição de Marcelo Oliveira junto à torcida do Cruzeiro levou o presidente do clube a ser ameaçado, conforme revelou Gilvan de Pinho Tavares. Nesta segunda-feira, o mandatário celeste ressaltou que isso não o faria mudar de ideia.

“Nunca tive medo de reação disso ou aquilo, porque quando aceitei assumir condição de presidente do Cruzeiro, foi com destemor. Cada torcedor tem treinador da sua preferência. Presidente não pode ficar tendo de agradar a todos da imprensa e a todos os torcedores. Presidente tem de fazer aquilo que acha melhor para o clube. Acho que o Marcelo Oliveira é o melhor treinador para o Cruzeiro. E ele vai demonstrar isso, tenho certeza”, observou.

Gilvan informou que não tem sofrido mais ameaças. “Cessaram. Hoje já raciocino que as ameaças foram muito mais em consequências de resultados que o time estava tendo. Minha esposa recebeu uma ligação logo após gol do Bahia contra o Cruzeiro. Foi um torcedor com raiva, porque o Cruzeiro havia sofrido gol do Bahia. O torcedor desabafou, ameaçando minha esposa, eu e minha família, inclusive falando nosso endereço. Hoje, eu percebo que é muito mais revolta de um torcedor. O Cruzeiro reagiu naquela partida e nenhuma ameaça foi feita mais. Já tomamos providência disso, demos queixa à Polícia, que está com inquérito em andamento”, destacou.