O Cruzeiro é cada vez mais líder do Campeonato Brasileiro. Nem o erro crasso da arbitragem freou o embalo da Raposa. Ontem, o time de Marcelo Oliveira venceu o Atlético-PR, o primeiro dos adversários considerados diretos na luta pelo título nacional, por 1 a 0, gol de Nilton no primeiro tempo, e alcançou o sétimo triunfo seguido na competição. Mais que isso, pôs fim à invencibilidade de 13 jogos do rubro-negro paranaense e ampliou sua vantagem na ponta da classificação. Chegou a 46 pontos, sete à frente do Botafogo, segundo colocado e adversário da quarta-feira, outra vez no Gigante da Pampulha. Para manter a diferença até lá, os cruzeirenses torcem agora por tropeço do time carioca, hoje, diante do Santos, na Vila Belmiro.
O confronto com o Furacão foi como deveria ser: amarrado, repleto de lances polêmicos e com muita entrega dos jogadores. Não fossem erros da arbitragem na etapa inicial, além das chances desperdiçadas pelos celestes no segundo tempo, o Cruzeiro teria brindado a China Azul – um espetáculo à parte – com outra goleada na temporada. Foi a 100ª vez que os celestes balançaram as redes em confrontos oficiais na temporada (110 no total). Das 10 vezes em que atuou no Mineirão pelo Nacional, venceu nove e empatou uma.
Foram dois gols anulados. No primeiro, a assistente Katiúscia Berger Mendonça promoveu uma lambança, ao marcar impedimento de Ricardo Goulart, que estava em condições de jogo. Pouco tempo depois, Borges, Willian e Ricardo Goulart envolveram a defesa atleticana com facilidade, com troca de passes curtos. O centroavante recebeu na frente, num lance em que é dificíl detectar irregularidade até pelas imagens da televisão, e finalizou sem chances de defesa para o goleiro Wéverton. Novamente, a bandeirinha invalidou o gol e a China Azul não a perdoou.
Katiúscia saiu para o intervalo e retornou mais cedo para o segundo tempo sob vaias e insultos. No vestiário, o árbitro Raphael Claus, questionado pela cúpula cruzeirense, reconheceu o equívoco: “O goleiro de vocês erra sempre. Eu também errei”. A alegação do juiz saiu pior que a encomenda na avaliação da diretoria azul. “Se admitiu o erro, deveria tê-lo corrigido”, defendeu o diretor de comunicação Guilherme Mendes. Ricardo Goulart, por outro lado, evitou polêmicas. Apenas lamentou: “Infelizmente, anularam meu gol, mas agora é hora de descansar e nos prepararmos depois para o importante jogo de quarta-feira”.
Confiança Apesar da ira contra a arbitragem, os mais de 30 mil torcedores demonstraram, durante toda a partida, muita confiança no Cruzeiro e incentivaram o time do início ao fim. A equipe celeste já vencia antes mesmo dos lances polêmicos. Aproveitou a baixa estatura do time adversário e fez da bola alçada na área arma importante para liquidar a partida. Willian cobrou escanteio pela direita e o volante Nilton, livre de marcação, mandou para a rede de pé direito, assegurando o triunfo ainda na primeira etapa.
O Furacão melhorou e incomodou bastante. Deu trabalho aos defensores celestes. Mas o Cruzeiro também teve chances de ampliar desperdiçadas na etapa complementar. Apesar do placar mínimo, para Marcelo Oliveira foi uma vitória de peso. “Consistente, difícil e extremamente importante na nossa caminhada, por vários motivos. Pela invencibilidade no Mineirão, que cria uma sinergia com a torcida, e afasta um concorrente direto, que joga muito bem e nos deu muito trabalho.”
Ficha técnica de Cruzeiro 1 x 0 Atlético-PR
Cruzeiro
Fábio; Mayke, Dedé, Bruno Rodrigo e Egídio; Nílton, Lucas Silva, Éverton Ribeiro (Alisson 20 do 2º) e Ricardo Goulart; Borges (Júlio Baptista 21 do 2º) e Willian (Lucca 42 do 2º)
Técnico: Marcelo Oliveira
Atlético-PR
Weverton; Leo, Manoel, Luiz Alberto e Maranhão; Bruno Silva, João Paulo, Deivid (Felipe 23 do 2º) e Everton; Marcelo (Dellatorre 28 do 2º) e Ederson (Roger 34 do 2º)
Técnico: Vágner Mancini
Estádio: Mineirão
Gol: Nílton 35 do 1º
Árbitro: Raphael Claus (SP)
Assistentes: Marcelo Carvalho van Gasse (SP) e Katiúscia M. Berger Mendonça (ES)
Cartão amarelo: Maranhão, Éverton Ribeiro