A irregularidade do Cruzeiro nesta temporada é fruto de diversos fatores. Um deles, que já estava claro para todos, é a falta de planejamento na remontagem do elenco depois das saídas de vários atletas. Contratações a conta-gotas foram sendo realizadas no decorrer dos campeonatos. Algumas promessas da diretoria, como a chegada de um armador, nem sequer foram cumpridas.
Nesta quinta-feira, o ex-treinador celeste Marcelo Oliveira admitiu que houve pouco diálogo entre a diretoria e a comissão técnica para a contratação dos jogadores. Sóbrio nas palavras, Marcelo evitou fazer críticas duras à direção, dividindo sua responsabilidade com os demais envolvidos.
”É difícil, todos nós somos responsáveis pelo momento de oscilação que o Cruzeiro está passando. Talvez eu não tenha participado tanto, interagido tanto na formação do elenco atual, neste novo momento. Nos anos anteriores, a gente interagia mais, trocava mais informações sobre a característica e a qualidade dos jogadores, buscávamos mais referências desses jogadores”, lamentou Marcelo, em entrevista ao canal Sportv.
”Neste ano, com a saída do Alexandre (Mattos, ex-diretor de futebol), acabou que não houve tanta interação, e nós pecamos um pouco na composição desse elenco, no equilíbrio. Nós tínhamos, em algum momento, quatro centroavantes e cinco laterais-esquerdos e tínhamos uma carência, uma necessidade de jogadores no meio-campo, de armadores que pudessem substituir à altura o Ricardo Goulart e o Everton Ribeiro”, completou o treinador.
Por fim, Marcelo evitou expor mais os bastidores do clube e concluiu que isso já faz parte do passado. “Quando eu saio de um clube, não tenho como princípio sair atirando. Isso é uma coisa superada. Acho que preciso pensar agora na próxima etapa da minha carreira, e o Cruzeiro vai seguir seu caminho da mesma forma”.