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Correntes e articulações nos bastidores indicam chance de eleição acirrada no Cruzeiro em 2017

Três nomes aparecem com possibilidade de substituir Gilvan, que não poderá se reeleger pela 3ª vez; pleito em 2017 poderá ser o mais disputado das últimas décadas

postado em 15/06/2015 08:00 / atualizado em 15/06/2015 13:26

Arquivo EM/D.A. Press e Reprodução
Em 2012, a posse de Gilvan de Pinho Tavares colocou fim à dinastia da família Perrella na presidência do Cruzeiro. Apesar disso, o atual mandatário foi eleito sem precisar de muito esforço, já que acabou apoiado pela dupla de irmãos Zezé e Alvimar, na época há 17 anos na gestão do clube. Depois de longo período de consensos, a expectativa é de que as próximas eleições no Barro Preto reservem grandes novidades. Nos bastidores, duas correntes políticas se articulam pelo posto, que terá novo comandante a partir de 2018.

Mesmo com o pleito muito distante de ser decidido, nomes já aparecem com maior frequência nas conversas entre conselheiros. Antes mesmo da reeleição de Gilvan, em outubro passado, a volta dos irmãos Perrella era dada como certa em 2017. Anteriormente, o nome com maior força era o de Alvimar. A pressão da família para que o presidente da Tríplice Coroa não volte ao futebol, no entanto, poderá promover Zezé Perrella à disputa. Em contato com o Superesportes, o senador desconversou sobre a possibilidade de suceder Gilvan.

Arquivo EM/D.A. Press
“No momento eu não tenho essa pretensão. Tenho três anos e meio de mandato no Senado, não tenho essa pretensão de voltar ao Cruzeiro. O torcedor me encontra na rua de vez em quando, pergunta, fala que tenho que voltar. Às vezes brinco que daqui dois anos e meio eu volto, mas é brincadeira. Tem outros nomes com competência no clube”, pontuou. Outras frentes do conselho garantem, no entanto, que o ex-presidente tentará retornar ao clube.

A pasta de 'articulação política' do Cruzeiro é gerida por José Francisco Lemos, atual vice-presidente. Ele será o principal responsável na escolha de um dos nomes da disputa. Em entrevista recente à reportagem, mostrou unidade com Gilvan e falou em 'começar a formar um novo sucessor'. Nesta corrente política, os nomes de Bruno Vicintin, atual superintendente da base, e Sérgio Santos Rodrigues, diretor de infraestrutura e advogado do clube, aparecem como favoritos.

“Eu sou conselheiro nato desde 2006, sempre fiz questão de exercer cargos não remunerados dentro do clube. Claro que, como sou novo, sempre tive expectativa de um dia alcançar esse cargo (de presidente). Mas, o doutor Gilvan e o Lemos que vão dar a voz maior. Dentro do nosso grupo, caminharemos juntos”, ponderou Santos Rodrigues.

Bruno Vicintin seguiu o mesmo discurso do companheiro de diretoria. “Eu faço parte de um grupo e de uma diretoria e seria indelicado da minha parte comentar qualquer situação política. Faço parte de uma gestão que ainda tem dois anos e meio de mandato. Óbvio que todo torcedor tem o sonho de chegar à presidência do clube, mas antes disso temos o objetivo de ver o clube bem”, disse.

Reprodução
Zezé Perrella confirma que os dois novos dirigentes reúnem condições para assumir a presidência. O senador também lembra outro conselheiro, esse de seu grupo político, cotado para o posto. “São muitos conselheiros com possibilidade de assumir a presidência. Vejo no Pedro (Lourenço), dono dos Supermercados BH, um grande nome. Tem o Sérgio Santos, advogado do clube. Outro que não tenho tanto contato, mas que tem possibilidade é o Bruno Vicintin. Mas eu, por enquanto, não. Não quero ser senador e presidente do Cruzeiro ao mesmo tempo. Na outra eleição pode até ser, daqui a 5 anos e meio”, projetou.

A reportagem apurou que Zezé teria chamado Pedrinho, como é conhecido o empresário mineiro, para integrar uma chapa em 2017. O ex-presidente, no entanto, desmentiu a informação. “Eu não tenho pretensão nenhuma, de verdade”, ressaltou.

Panorama atual

O apoio de Gilvan e Lemos serão fundamentais nas próximas eleições. Zezé seria o único com chance de derrotar o candidato 'apadrinhado' pela dupla que hoje gere o clube. Sérgio Santos Rodrigues teria, supostamente, apoio das duas correntes e é tratado como única via de consenso. Até por isso, o advogado garante que não há mais de uma corrente no clube. “Vejo o Zezé no mesmo grupo do Gilvan. Gilvan foi vice dele no passado. Num contexto de uma conversa geral, creio que não vai ter briga nesse grupo. Na minha opinião, o Zezé não sairia (como candidato à presidência) sem ouvir essa turma. Acho que sai um consenso”, afirmou.

Como ressaltou Zezé Perrella, Vicintin é mais distante de sua corrente. O dirigente é muito próximo dos atuais mandatários. Assim como é amigo pessoal de Sérgio Santos Rodrigues. Diferentemente do advogado, que evitaria uma disputa direta com o senador, o superintendente da base concorreria ao posto contra Perrella - e é o nome mais articulado no Barro Preto, vice-presidente da Confraria Sab Sebastian e cotado, recentemente, para uma vaga no departamento de futebol do Cruzeiro.

Jorge Gontijo/EM/D.A. Press
Caminhando ao lado de Perrella, Pedro Lourenço poderá indicar um vice na chapa de Zezé, já que não quer colaborar publicamente com o clube por receio de indisposição com a torcida rival. Ele é dono de uma rede de supermercados com filiais em todo o estado.

Atual segundo vice-presidente e responsável pela base, Márcio Rodrigues tem colhido apoio com conselheiros para uma possível candidatura em 2017, mas corre por fora na disputa por uma vaga no pleito. O dirigente não é bem visto pelo departamento de futebol do clube depois que gerou alguns atritos em declarações vistas como 'fora de hora'.

Em entrevista ao Estado de Minas, nesse domingo, Gilvan comentou sobre a próxima corrida eleitoral e definiu a escolha de um sucessor como uma de suas grandes preocupações. “Há muita gente boa no clube, colaboradores, mas precisamos achar alguém com o perfil para o cargo. Ele terá de sacrificar alguns anos de sua vida. É desgastante demais. O clube cresceu demais, com dois clubes sociais, duas concentrações, Toca I e Toca II, além de uma bela sede social. O Cruzeiro é uma potência e precisa ser sempre bem cuidado. Por isso, teremos critério na escolha do nosso sucessor”, finalizou o mandatário.

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