Há pouco mais de dois meses, Marcelo foi demitido pela diretoria celeste, levando na bagagem o bicampeonato nacional. As boas lembranças do período vivido na Toca bloqueiam qualquer indício de mágoa e não despertam outro sentimento no técnico que não seja o de orgulho: “Foi uma parceria muito bacana, dois anos e cinco meses de muita alegria, com a torcida sempre ao lado do time, apoiando o meu trabalho. Houve aquela contestação inicial, até pela rivalidade. Havia um risco, então fico muito feliz por ter dado tudo certo. Vivemos momentos brilhantes. Houve uma aproximação grande da torcida com o clube, aumentou o número de sócios-torcedores, a venda de camisas, frutos muito bacanas do trabalho”.
A receptividade dos cruzeirenses nas ruas de BH reforça em Marcelo a gratidão pela história construída no Cruzeiro. Por isso, ele não espera reação diferente da torcida no domingo, quando voltar a pisar o gramado do Gigante da Pampulha, agora como adversário. “Respeito. Acredito que será assim. Sempre respeitei todas as torcidas, até por isso tenho o carinho dos cruzeirenses e dos atleticanos. Isso é gratificante. Esse reconhecimento é o que mais recompensa o nosso trabalho, não é para qualquer um.”
VIBRAÇÃO Ele admite o caráter especial da partida contra o ex-clube. “Vai haver um envolvimento emocional no início, na entrada em campo, no reencontro com os jogadores. Seria muita frieza se não fosse assim. Mas depois entra a concentração do jogo, que é importante para as duas equipes”, afirma Marcelo, que não apela para o politicamente correto quando o assunto são suas reações durante o confronto – sobretudo em caso de gol palmeirense. “Vou vibrar, sim. Até respeito quem não vibra, mas as pessoas precisam entender que quem vibra o faz a favor do seu time, e não contra o outro. E para o Palmeiras a vitória é decisiva”.
O bom início no Palmeiras – são seis vitórias, um empate e duas derrotas, com 18 gols a favor e cinco contra – colocaram o time paulista e Marcelo Oliveira novamente na vitrine do futebol brasileiro. Estaria o tri de Marcelo ganhando forma? “O ambiente no Palmeiras é muito bom, com jogadores que gostam de trabalhar, um clube muito organizado, as coisas estão funcionando bem, estou muito feliz. Mas o tricampeonato vai ser difícil, o Brasileiro deste ano está mais concorrido ainda. A expectativa é de que neste momento em que a competição entra nesta maratona, o grupo do Palmeiras possa fazer a diferença. Não temos uma estrela, um craque de destaque, mas contamos com jogadores de nível muito bom e obstinados”, afirma.