Cruzeiro

Cruzeiro e Palmeiras reeditam rivalidade de clássicos históricos das décadas de 90 e 2000

Clubes se enfrentaram em diversas decisões entre os anos de 1996 e 2001

Gilmar Laignier

Laterais do Cruzeiro, Vítor e Nonato dão a volta olímpica no Palestra Itália com a taça da Copa do Brasil; nos anos 90, era hábito entre os jogadores trocar de camisa depois do jogo e vestir a blusa do rival

Há algum tempo Cruzeiro e Palmeiras não se enfrentam em um duelo decisivo de um torneio de expressão. Mas, nem sempre foi assim. O torcedor cruzeirense que nasceu nos anos 80 há de se recordar da grande rivalidade das equipes entre os anos de 1996 e 2001.


Tudo começou com a decisão da Copa do Brasil de 96. O Palmeiras era o amplo favorito, pois havia sido campeão paulista semanas antes com a melhor campanha da história do torneio: 27 vitórias em 30 jogos, 102 gols marcados e 19 sofridos.

Depois de um empate no primeiro jogo no Mineirão, a equipe comandada por Vanderlei Luxemburgo abriu o placar no Palestra Itália aos 5 minutos, dando pinta de que aplicaria uma goleada na Raposa, como havia feito com outros adversários na época: 6 a 0 no rival Santos, 5 a 0 no Atlético, entre outros.

Na noite de 19 de julho, porém, o esquadrão de Rivaldo, Djalminha, Luizão, Cafu e companhia parou no goleiro celeste Dida. Mesmo pressionado, o Cruzeiro surpreendeu os paulistas e virou a partida, com gols de Roberto Gaúcho e Marcelo Ramos. O tento da virada ocorreu aos 37 minutos do segundo tempo, depois de uma falha do goleiro Veloso, que soltou a bola nos pés do artilheiro Marcelo.

No dia seguinte, os campeões foram recebidos com festa pela torcida e desfilaram em um carro do Corpo de Bombeiros. Segundo a Polícia Militar, cerca de 100 mil torcedores foram às ruas de Belo Horizonte ovacionar os jogadores, em uma das maiores manifestações populares da capital mineira.

Vingança alviverde

O Palmeiras parece ter sentido o golpe da perda do título nacional em 96. Dois anos depois, o clube alviverde derrotou o Cruzeiro em duas finais importantes: a da Copa do Brasil e a da Copa Mercosul.

No torneio nacional, o título dos paulistas veio com um gol de Oséas aos 44 minutos do segundo tempo, em uma falha do goleiro Paulo César Borges, que soltou a bola nos pés do centroavante alviverde.

Cruzeiro e Palmeiras disputaram oito mata-matas em seis anos
Na competição continental, o Cruzeiro venceu o primeiro jogo por 2 a 1 no Mineirão, mas foi derrotado nos outros dois duelos dos play-offs deixou a taça escapar. Em contrapartida, o clube celeste eliminou o Palmeiras nas quartas de final do Brasileiro naquele mesmo ano (1998), porém, perdeu o título na decisão para o Corinthians.

Em 1999, o Cruzeiro voltou a ser eliminado pelo Palmeiras na Copa Mercosul, depois de uma trágica derrota por 7 a 3 no Palestra Itália. No Mineirão, o triunfo por 2 a 0 não foi suficiente para a Raposa avançar no torneio.

Anos 2000


No início dos anos 2000, Cruzeiro e Palmeiras voltaram a se enfrentar em situações decisivas. Na Copa Mercosul de 2000, o clube celeste venceu por 2 a 0 no Palestra Itália e empatou no Ipatingão, na primeira fase. Porém, quando voltaram a se enfrentar, nas quartas de final, o Palmeiras levou a melhor e se classificou. O Verdão voltou a eliminar a Raposa nas quartas de final da extinta Copa dos Campeões.

Eliminado invicto

Uma eliminação que não sai da memória dos cruzeirenses foi a das quartas de final da Libertadores de 2001. No primeiro jogo, o clube celeste fez 3 a 2 aos 37 do segundo tempo, mas permitiu o empate em 3 a 3 aos 45 minutos. Na partida de volta, no Mineirão, a Raposa vencia por 2 a 1 até os 40 da etapa final, quando sofreu o empate que levou a decisão para os pênaltis (na época, o gol na casa do adversário não era critério de desempate).

O Cruzeiro teve a chance de finalizar as cobranças. Se o meia Jackson convertesse, a Raposa estaria classificada às semifinais, mas ele isolou a bola por cima do gol. Depois, o volante Marcos Paulo também perdeu e o Palmeiras acabou virando e vencendo por 4 a 3.

Com a derrota nos pênaltis, o Cruzeiro foi eliminado invicto daquela Libertadores. Até então, o clube havia jogado oito jogos, com sete vitórias e um empate.

Segundo PM, cerca de 100 mil torcedores tomaram as ruas de BH para comemorar Copa do Brasil de 96