Cruzeiro

Saída à francesa de Gilvan e gritos de "adeus Luxa": cenas da noite trágica do Cruzeiro

Xingado pela torcida, presidente foi flagrado deixando camarote ainda no 1º tempo

Gilmar Laignier

Torcedores levaram cartazes ao Mineirão com protestos contra a diretoria do Cruzeiro e pedidos de demissão

Quando o cruzeirense pensa que o pesadelo de 2015 não pode ser pior, ele aumenta. Na noite desta quarta-feira, a torcida estrelada assistiu a mais uma humilhação na temporada, desta vez para o Palmeiras, em pleno Mineirão, na derrota por 3 a 2.


Mais do que o resultado negativo que eliminou o Cruzeiro da Copa do Brasil, o jogo significou uma noite de melancolia e revolta para os cruzeirenses. Isso porque aos 33 minutos do primeiro tempo o Palmeiras já goleava por 3 a 0. Restou à torcida o desânimo, as vaias e a revolta.

Entre os jogadores, o zagueiro Paulo André foi o mais criticado. Sempre que pegava na bola, defensor era vaiado fortemente. Já o técnico Vanderlei Luxemburgo virou de vez figura indesejada na torcida. Depois do segundo gol, todo o estádio se pôs de pé para gritar “adeus, Luxa”. O cântico se repetiu nos minutos finais da partida.

O presidente Gilvan também foi alvo de xingamentos entre os torcedores. Muito visado no estádio, ele foi flagrado deixando o camarote do clube ainda no primeiro tempo, depois do terceiro gol do Palmeiras, aos 33 minutos. Segundo o diretor de comunicação Guilherme Mendes, o mandatário cruzeirense se sentiu inseguro com o volume de ofensas feitas por cruzeirenses nos camarotes ao lado.

Gilvan não foi o único a “abandonar” o campo. Ainda no primeiro tempo, alguns torcedores perderam a esperança e deixaram o Mineirão. Mas a maioria permaneceu e assistiu atônita a um Palmeiras bem organizado colocar o Cruzeiro na roda em poucos minutos. Depois dos 3 a 0 no placar, o time alviverde administrou o resultado, pois poderia sofrer até quatro gols que ainda assim se classificaria.

Os tentos celestes anotados pelos garotos da base Vinicius Araújo e Alisson, os menos culpados pela situação crítica do Cruzeiro, não amenizaram a noite infeliz. Por ironia, quis o acaso que o clube fosse eliminado por Marcelo Oliveira, técnico rotulado por alguns nos tempos de Toca da Raposa como “ruim em mata-mata”. Mais do que isso, uma derrota com assistência e bola na trave de Egídio, e de um time montado pelo ex-diretor de futebol cruzeirense Alexandre Mattos, cujo cargo hoje é ocupado na Toca pelo contestado Isaías Tinoco.