Cruzeiro

Mano Menezes x Luxemburgo: 10 detalhes que mudaram a cara do Cruzeiro nos últimos meses

Curiosidades no perfil do novo treinador celeste em relação ao seu antecessor

Gilmar Laignier

O carioca Luxemburgo
O gaúcho Mano Menezes
O Cruzeiro mudou sua cara nos últimos dois meses, desde as chegadas de Bruno Vicintin à diretoria e de Mano Menezes ao comando técnico. Dentro de campo, a equipe celeste engrenou no Campeonato Brasileiro, se afastou da zona de rebaixamento e agora pode sonhar com G-4. Fora dele, a torcida deixou de lado os protestos e passou a viver em lua de mel com o time, com média de 33 mil pagantes a cada jogo desde então.


Nos bastidores e no dia a dia da Toca da Raposa, algumas rotinas também foram alteradas. Nem todas as mudanças foram determinantes para a reação do time no Brasileiro, é claro, mas algumas peculiaridades da era Mano Menezes chamam a atenção em relação ao seu antecessor Vanderlei Luxemburgo. O Superesportes destacou 10 detalhes curiosos que mudaram no Cruzeiro com Mano, desde que o clube saiu da fase turbulenta e voltou a fazer as pazes com as vitórias.

1 Folgas diferentes

Desde que a comissão técnica de Mano Menezes chegou ao Cruzeiro, as folgas dos jogadores quando não há jogo no meio da semana ocorrem às terças-feiras, e não às segundas-feiras, como era anteriormente. Isso porque alguns estudos de fisiologia afirmam que o segundo dia depois de uma partida é o momento mais crítico da recuperação física de um atleta profissional. Dessa forma, a atividade regenerativa na Toca da Raposa agora é feita no dia seguinte ao jogo, e a folga ocorre dois dias depois, para um melhor descanso dos atletas.

2 Menos rachões

É comum no Brasil – quase uma regra – que haja um treino recreativo na véspera de cada partida. Mano Menezes mudou essa rotina no Cruzeiro. Antes de alguns jogos, o treinador ainda libera o famoso rachão, mas, em grande medida, Mano utiliza o último dia de treinos para fazer ajustes táticos na equipe, mesmo quando já realizou outros coletivos ao longo da semana. O ‘rachão’ agora só ocorre de vez em quando.

3 Menos gritos, mais conversa

Nos treinos, os estilos diferentes de Mano Menezes e Vanderlei Luxemburgo ficam evidentes. Luxa adotava uma linha mais ‘showman’ em campo, com gritos e palavrões durante as orientações. Já Mano tem o hábito de conversar individualmente com cada jogador durante as atividades, para explicar o posicionamento e as táticas.

4 Treinos táticos

Mano Menezes realiza uma quantidade maior de treinos táticos do que seu antecessor. É fato que Luxemburgo foi ‘prejudicado’ por uma sequência maior de jogos duas vezes por semana, o que prejudica o trabalho de formação de equipe. Mas, mesmo quando teve a agenda apertada, Mano não privou os jogadores das atividades táticas no campo. O Cruzeiro não vai de uma partida para outra sem fazer pelo menos um treino tático.

5 Treinos pela manhã


Curiosamente, Mano Menezes comanda a maior parte dos seus treinos pela manhã, ao contrário de Luxemburgo. O atual treinador nunca falou sobre os motivos dessa escolha, mas uma coisa é certa: nas atividades matutinas, o calor é mais intenso na Toca da Raposa II, até porque elas se estendem até horários próximos ao meio-dia. Quando o treino ocorre à tarde, ele termina muitas vezes já no início da noite, com um clima mais ameno.

6 Toca mais 'gaúcha' e menos 'carioca'

Fora do horário de treino, Vanderlei Luxemburgo tinha um perfil brincalhão com jogadores e funcionários do clube. Fazia piada, falava palavrões e era agitado, fazendo jus ao estereótipo do carioca ‘boa praça’. Já Mano Menezes faz jus exatamente ao estereótipo do gaúcho: sério e disciplinado, mas não menos educado. A relação de Luxa com os funcionários era tão boa quanto é a de Mano, segundo relato dos próprios empregados. Cada um à sua maneira.

7 Repetição do time

Esse quesito é fácil de ser notado pelos torcedores, sem a necessidade de acompanhar os treinos. Vanderlei Luxemburgo testou inúmeras formações diferentes do Cruzeiro a cada partida, fazendo intensas modificações na equipe. Já Mano Menezes treina uma mesma formação repetidamente durante a semana e escala o mesmo time no jogo. De vez em quando o treinador testa alguma mudança na equipe durante os treinos, mas raramente há alguma grande surpresa na escalação.

8 Preleções mais ‘lights’

Até pelo estilo de cada treinador, as preleções de Mano Menezes são bem diferentes das de Vanderlei Luxemburgo. O atual técnico tem menos perfil de motivador com as palavras, enquanto o anterior adotava os discursos efusivos com mais frequência. O próprio Mano Menezes já admitiu, em diversas entrevistas, que estimula seus atletas dia a dia, com o trabalho nos treinos, e não necessariamente com palestras motivacionais.

9 Cara do time

Mano Menezes abriu mão de treinar – e jogar – com um centroavante de referência e foi bem-sucedido no esquema. Luxemburgo quase sempre escalava este ‘camisa 9’ na equipe, fosse ele Leandro Damião ou Vinicius Araújo. Com Mano, Willian acabou assumindo o papel de ‘falso 9’ e virou o artilheiro do time. Mais do que isso, o Cruzeiro ganhou uma cara e uma forma de jogar eficiente, algo que não acontecia desde o 4-2-3-1 de Marcelo Oliveira.

10 Lugar no ônibus


Por fim, uma curiosidade que não tem nenhum efeito prático no comportamento da equipe, mas que chamou a atenção daqueles que acompanham o clube diariamente, inclusive nas viagens. No ônibus do Cruzeiro, ao longo do tempo, criou-se um costume de lugares marcados nas poltronas, desde a última década. O presidente e o diretor sentam atrás do motorista. O treinador fica na janela do lado direito, sempre ao lado do supervisor de futebol Benecy Queiroz. Mano Menezes quebrou essa 'hierarquia'. Ele só fica à esquerda do ônibus, no corredor, sempre ao lado do seu auxiliar Sidnei Lobo, trocando idéias sobre treinos, jogos e outros assuntos afins. Não se sabe se é uma superstição ou uma mania, mas já é sabido que aquela poltrona agora é cativa do treinador, e a do lado sempre fica com seu fiel auxiliar.